Atual novela das sete da Globo, Fuzuê estreou muito bem, mas vem perdendo fôlego semana a semana. A novela de Gustavo Reiz gira em torno de um tesouro histórico que estaria escondido nos subterrâneos de uma loja de artigos populares no Rio de Janeiro. Tesouro esse que intriga Luna (Giovana Cordeiro) e é alvo da cobiça da vilã Preciosa (Marina Ruy Barbosa).
Por conta da audiência em queda, Fuzuê começou a dar dor de cabeça à direção da Globo, que organizou um grupo de discussão para alterar os rumos da trama. Mas não é a primeira vez que uma novela das sete sobre um tesouro escondido dá problemas à emissora. Em 1993, O Mapa da Mina traumatizou o canal em razão de seu baixo desempenho.
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Despedida
O Mapa da Mina marcou a despedida do autor Cassiano Gabus Mendes, que faleceu em 18 de agosto de 1993, aos 64 anos, vítima de infarto do miocárdio. Exibida de 29 de março a 4 de setembro daquele ano, a trama chegou ao fim 15 dias depois da morte do veterano novelista – que já havia concluído o texto.
A trama girava em torno da busca por diamantes que foram roubados no Uruguai pela dupla de ladrões Rodolfo (Mauro Mendonça) e Ivo (Paulo José). O primeiro acaba fugindo para a Argentina, enquanto o segundo segue com o tesouro para São Paulo e o esconde. Em seguida, ele tatua um mapa com a localização do tesouro sob as nádegas de uma menina, filha de sua vizinha, tirando uma foto da jovem em seguida.
Mas, depois, Ivo é preso e passa oito anos na cadeia. Ao deixar a prisão, ele é atropelado e morre, mas, antes de passar desta para uma melhor, ele conta ao filho Rodrigo (Cassio Gabus Mendes) sobre o tesouro. O rapaz, então, vai atrás da garota com a tatuagem e descobre que ela é Elisa (Carla Marins), uma noviça.
O tesouro desperta o interesse de muita gente. Rodolfo reaparece em busca dos diamantes, além do policial Raul (Tato Gabus Mendes) e da família de mafiosos formada por Zilda (Nair Bello) e seus filhos, Wanda (Malu Mader), Toni (Luís Gustavo) e Joe (Pedro Paulo Rangel). Ao longo da trama, Wanda forma um triângulo amoroso com Rodrigo e Elisa.
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Fracasso
Com O Mapa da Mina, Cassiano Gabus Mendes voltava à faixa das sete após ter emplacado Meu Bem, Meu Mal (1991), uma de suas raras incursões no horário nobre da Globo. No entanto, ao contrário de clássicos como Ti Ti Ti (1985) e Que Rei Sou Eu? (1989), O Mapa da Mina não foi bem aceita pelo público.
A trama amargou baixos índices de audiência e sofreu várias críticas, até mesmo de dentro da Globo. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o “todo-poderoso” Boni, detonou os cenários da produção, que foram modificados. Além disso, dez dias depois da estreia, a diretora geral Denise Saraceni era substituída por Gonzaga Blota na condução do folhetim. A trama também passou por mudanças, como a antecipação da entrada de Madalena (Fernanda Montenegro).
Mas nada adiantou. A fraca receptividade junto ao público, somada à concorrência com Aqui Agora, jornal policialesco que vivia seu auge no SBT, acabou levando a Globo a optar pelo seu encurtamento. Além disso, a saúde de Cassiano Gabus Mendes piorou ao longo da trama, o que também a prejudicou.
O desastre foi tamanho que a Globo teria, inclusive, considerado mudar o horário da novela. A emissora cogitou inverter O Mapa da Mina e Mulheres de Areia, já que a trama de Ivani Ribeiro era um sucesso estrondoso. Mas isso não aconteceu.
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A história se repete
Fuzuê, atual novela das sete da Globo, tem várias semelhanças com O Mapa da Mina. A trama também gira em torno de uma caça ao tesouro, com enigmas que vão sendo desvendados ao longo dos capítulos.
A trama começou com números satisfatórios, mas vem perdendo fôlego dia a dia. Fuzuê estreou com bons 24 pontos de média no Kantar Ibope Media, mas os números foram caindo e fizeram a trama fechar a primeira semana com 21,9. Na quarta semana, a média já despencou para 20,4.
Estaria Fuzuê fadada a repetir o fraco desempenho de O Mapa da Mina? Para tentar modificar o cenário, o autor Gustavo Reiz já antecipou acontecimentos após a reunião do grupo de discussão. A descoberta do tesouro, prevista inicialmente para o capítulo 100, foi antecipada para semana de 6 a 11 de novembro.
