EMPRESAS
Não resistiu! Gigante do varejo brasileiro faliu após sequestro de seu fundador
21/03/2025 às 8h18

Uma das maiores lojas de eletrodomésticos do Brasil, a G. Aronson teve um triste fim perto dos anos 2000, indo à falência após o sequestro de seu proprietário.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Girsz Aronson nasceu na Lituânia, porém veio para o Brasil aos dois anos de idade. Aronson foi o proprietário da rede G. Aronson e ficou conhecido como o rei do varejo.
Crescimento meteórico

Com a veia de comerciante aflorada, aos 12 anos ele já era o maior vendedor de bilhetes de loteria de Curitiba (PR), onde morava com a mãe, que era viúva, e os irmãos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A oportunidade bateu na porta de Girsz anos mais tarde, quando este vendeu um bilhete premiado e recebeu do apostador parte do dinheiro.
Com isso, ele foi convidado para ser representante de vendas de uma empresa carioca de casacos de pele.
LEIA TAMBÉM:
● Vingança: o inusitado motivo que baniu a Coca-Cola da maior rede de hotéis do mundo
● Saudade: 5 lojas queridinhas dos brasileiros que sumiram do mapa
● Rejeição, forte concorrência e mais: 5 países onde o McDonald’s faliu
Inauguração da G. Aronson

Na década de 1960, abriu uma loja especializada em produtos infantis, a Gurilândia, e, alguns anos depois, após comprar uma loja de fogões com problemas financeiros, entrou no ramo de eletrodomésticos.
A G. Aronson começou a se expandir nos anos 1970 e chegou a ter 34 lojas, inclusive algumas em shopping centers de São Paulo, e mil funcionários, com faturamento de R$ 250 milhões por ano.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mesmo nos tempos áureos, Girsz Aronson manteve sua simplicidade.
Ele tinha o hábito de ir trabalhar de bicicleta, gostava de negociar diretamente com fornecedores e sempre tinha tempo para conversar com os clientes e atender jornalistas.
Sequestro e falência

Na década de 1990, ele era um dos poucos empresários que não tinha receio de falar sobre aumentos abusivos de preços da indústria eletroeletrônica e criticar o governo por causa da elevada taxa de juros.
Em 1998, com um passivo calculado em R$ 65 milhões, a empresa pediu concordata.
A G. Aronson se comprometeu a pagar suas dívidas integralmente em duas prestações anuais, sendo a primeira em janeiro de 1999.
Como o acordo não foi cumprido, o Ministério Público declarou falência da rede.
Só que um fato triste colaborou para a bancarrota: ainda no ano de 1998, Aronson foi vítima de um sequestro dentro de sua empresa.
O empresário passou 14 dias em cativeiro e só foi solto após o pagamento de um resgate de R$ 117 mil.
O que aconteceu com Girsz Aronson?

Depois da falência da G. Aronson, Girz abriu uma pequena loja na capital paulista chamada G. A. Utilidade Domésticas, chegando a ter quatro unidades.
O veterano das vendas faleceu em 19 de junho de 2008, aos 91 anos, em decorrência de um linfoma descoberto alguns meses antes.
Segundo nota do hospital Sírio-Libanês, onde já estava internado há meses, ele morreu de insuficiência de múltiplos órgãos.
Girsz Aronson deixou a mulher, Naid Mandra Aronson, quatro filhos e três netos.
O empresário também deixou um grande legado e um marco no varejo.
Linha do tempo da G. Aronson
- 1917: Girsz Aronson nasce na Lituânia no dia 18 de janeiro.
- 1944: Torna-se representante de uma empresa de casaco de peles do Rio de Janeiro em São Paulo.
- 1962: É aberta a primeira loja G. Aronson em São Paulo, vendendo eletrodomésticos.
- 1991: Com dívidas de 20 milhões de dólares, pede uma concordata preventiva, mas consegue se recuperar.
- 1998: A G. Aronson pede concordata na 31ª Vara Cível paulistana, com dívidas calculadas em R$ 65 milhões.
- 1998: Girsz Aronson é sequestrado em 17 de setembro e passa 14 dias em cativeiro, sendo liberado após o pagamento de resgate de R$ 117 mil.
- 1999: A Justiça decreta a falência da G. Aronson no dia 1º de junho.
- 2000: Aos 83 anos, o empresário abre uma pequena loja na capital paulista com o nome G. A. Utilidades Domésticas, que chegou a ter quatro unidades.
- 2008: Girsz Aronson morre no dia 19 de junho, aos 91 anos, em São Paulo, meses após descobrir um câncer linfático.