Não precisava: reprise de Tieta faz Globo passar vergonha desnecessária

Em diversas ocasiões, a Globo já foi obrigada a mexer nas vinhetas de aberturas de novelas que decidiu reprisar, pelos mais variados motivos. Entre as tramas atingidas estão Mulheres de Areia (1993) e Fina Estampa (2011), por exemplo.

No entanto, a emissora tomou uma decisão drástica e desnecessária em relação à abertura de Tieta (1989), que está sendo realizada no Vale a Pena Ver de Novo desde o início de dezembro.

Mico

Desde que a volta da trama foi anunciada, muita gente se perguntou como a emissora resolveria a questão da abertura, que mostra Isadora Ribeiro com os seios à mostra.

Nas primeiras semanas da reprise, foi exibida uma rápida vinheta, como aquelas que anunciam idas e voltas para o intervalo. O público começou a cobrar nas redes sociais.

Até o Sindicato de Atores e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ) entrou no meio, dizendo que a decisão fere a Lei do Direito Autoral, ao não creditar os artistas.

Pior decisão

Nesta segunda (16), a Globo parece, enfim, ter tomado a pior decisão: a novela não terá uma abertura propriamente dita.

Ao final do capítulo que marcou a volta de Tieta (Betty Faria), foi exibida um rápido trecho da abertura, que creditou os artistas que participaram da produção – o nome de Cássio Gabus Mendes, um dos protagonistas masculinos, foi esquecido, e corrigido no dia seguinte.

O fato gerou revolta e, ao mesmo tempo, virou piada nas redes sociais.

Novos tempos

Muitos veículos divulgam que, há algum tempo, a Globo tem tentado não chocar o público mais conservador, especialmente os evangélicos.

Por isso, teria proibido, por exemplo, a exibição de novelas com temática espírita – a absurda regra foi revogada recentemente, com a acertada reprise de Alma Gêmea.

Agora, o novo imbróglio que o canal se meteu foi na abertura de Tieta.

Má vontade

Aparentemente, a não exibição da abertura de Tieta é pura má vontade da Globo. Se quisesse, a emissora poderia mostrar a vinheta completa, já que não existe mais a obrigatoriedade de determinar a exibição de algo na televisão de acordo com a classificação indicativa.

A própria Isadora Ribeiro, em seu Instagram, criticou a decisão, classificando a vinheta como uma “obra de arte”.

“Na época, a abertura foi considerada uma obra de arte com o meu corpo coberto apenas de luz, mas agora gerou uma polêmica, com a emissora assinalando que haverá corte ou a exibição com tarja preta”, explicou.

Resumindo: esse rolo tudo não tinha a menor necessidade. Ou a Globo mostrava a abertura como foi feita, o que dificilmente chocaria alguém em pleno 2024, ou fizesse algum ajuste sutil, que não comprometesse o trabalho artístico.

Tem vezes que, simplesmente, parece que a emissora quer arrumar sarna para se coçar.