Não é a melhor novela de Glória Perez: 5 acertos e 5 erros de O Clone
20/05/2022 às 14h00
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A Globo encerra mais uma reprise de O Clone nesta sexta (20). Abaixo, listei abaixo cinco abordagens que deram certo e cinco que deram errado na novela de Glória Perez.
A elogiada e inesquecível produção, no entanto, não foi a melhor novela da autora. Isso porque ela escreveu, em 2017, A Força do Querer, quando soube se reciclar, corrigindo os vários erros observados em tramas como Caminho das Índias, América e Salve Jorge.
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Confira:
Funcionou
A ousadia da clonagem
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Colocar como tema central de uma novela a clonagem humana corria o sério risco de cair no ridículo. Mas Glória Perez trabalhou tão bem a construção de sua história que foi fácil comprar a genialidade do doutor Albieri (Juca de Oliveira) e todos os desdobramentos que o clone criado por ele provocou no enredo.
Jade e Lucas
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Giovanna Antonelli e Murilo Benício tiveram química. Apesar das idas e vindas cansativas, o casal caiu no gosto popular e fez um grande sucesso. Os atores também brilharam. Giovanna viveu um de seus melhores momentos na carreira na pele da mocinha Jade, enquanto Murilo superou o desafio de viver três personagens em uma novela: Diogo, Lucas e o clone Leo.
Valorização de Adriana Lessa e Daniela Escobar
Deusa e Maísa foram personagens densas e muito bem construídas, além do grande destaque que tiveram. Adriana emocionou na pele da mãe leoa que fazia de tudo pelo filho, Leo, enquanto Daniela emocionou com a saga de Maísa, perua arrogante que foi se humanizando por conta do drama de sua família com o vício em drogas de Mel, sua filha. Suas cenas na reta final eram de uma carga dramática absurda.
Abordagem das drogas
Glória Perez explorou o alcoolismo de Lobato através de emocionantes depoimentos do personagem tão bem defendido por Osmar Prado, enquanto mesclava com cenas de impacto protagonizadas por Débora Falabella, Thiago Fragoso e Viviane Victorette. Mel, Nando e Regininha se afundaram no vício em drogas e eram sequências fortes.
A cultura árabe e os bordões
A autora acertou em cheio com o núcleo de Marrocos e todos os bordões caíram no gosto popular, como “Ishallah”, “é muito ouro”, “mulher espetaculosa”, “vai arder no mármore do inferno”, “vou jogá-la ao vento”, “fazer a exposição da figura na medina”, “maktub – estava escrito”, entre tantas mais. As danças também fizeram sucesso e até vale destacar outro bordão que ficou na boca do povo e não era do núcleo estrangeiro: o “Né brinquedo não”, da Dona Jura (Solange Couto).
Não funcionou
Primeira fase arrastada
A trama só engrena na segunda fase. A primeira se arrastou e cansou o telespectador. Algo até incomum na teledramaturgia, pois as primeiras fases costumam ser ágeis e dinâmicas. Mas a autora demorou demais para a passagem de tempo e a entrada dos demais personagens.
Núcleo deslocado
O núcleo de Dona Jura fez um imenso sucesso, mas era bem deslocado dos demais enredos e tinha como única função preencher o tempo dos capítulos com convidados especiais que visitavam o bar da popular personagem. Era o elemento utilizado pela autora para enrolar o telespectador. Há uma barriga bem clara na história, algo bem comum na época, importante ressaltar.
As idas e vindas dos mocinhos
É algo que se esgota com o tempo. Os desencontros de Lucas e Jade tiravam qualquer um do sério e a dúvida que permeava a protagonista irritava. Jade não sabia se ficava com Lucas, com Said (Dalton Vigh) ou com Zein (Luciano Szafir). Para culminar, na reta final a mocinha ainda tinha dúvida se ficava com Léo, o clone de Lucas, ou o original. Haja paciência.
A trama de Tavinho
O personagem vivido por Victor Fazano era perseguido pela esposa ciumenta, Lidiane, vivida por Beth Goulart. As situações eram repetitivas e se arrastavam. Para culminar, na reta final há uma situação absurda envolvendo a paternidade do advogado. Isso porque Karla (Juliana Paes) engravidou usando o esperma de uma camisinha que Tavinho usou e jogou no lixo. Uma bobagem que nada acrescentou ao enredo.
As viagens rápidas
Na época virou piada a facilidade como os personagens se locomoviam entre Marrocos e o Brasil. Parecia que pegavam um ônibus ida e volta de diferentes bairros. Era até difícil lembrar em que país alguns perfis estavam tamanha era a frequência das viagens.