Galã da Globo nos anos 1970, Heráclito Gomes Pizano, verdadeiro nome do ator Kito Junqueira, nasceu na capital de São Paulo e começou sua carreira em 1973. Ele, que foi um dos galãs de tal década, morreu em 2019 quando se preparava para voltar aos palcos.

Kito estreou na TV através da extinta Tupi. Ele foi contratado para atuar na novela As Divinas… e Maravilhosas (1973). Na sequência, conciliando teatro e televisão, participou de Vila do Arco (1975) e Tchan, a Grande Saca da (1976). O talento e o destaque alcançado com tais produções acabaram por leva-lo à Globo.

Todas as telas

Kito Junqueira

A chegada na nova casa se deu em Espelho Mágico (1977), às 20h, como Nestor Rey. No ano seguinte, ele esteve no elenco de Te Contei?, trama de sucesso no horário das sete. Após os dois trabalhos, Junqueira voltou para a emissora pioneira, participando de Como Salvar Meu Casamento (1979).

Com a falência do canal, o ator migrou para a Bandeirantes. Ele foi um dos principais nomes do núcleo de Dramaturgia da estação implantado no início da década de 1980, estando presente nas novelas Cavalo Amarelo (1980), Os Adolescentes (1981), Ninho da Serpente (1982) e O Campeão (1982). Em Maçã do Amor (1983), ele pôde mostrar que também tinha talento para a direção.

Kito Junqueira

Ainda nos anos 1980, ele alternou trabalhos na Globo, no SBT, na Manchete e na Bandeirantes. Na primeira, fez Vereda Tropical (1984). Já no canal de Silvio Santos, integrou o time de Jogo do Amor (1985). Na extinta emissora dos Bloch, a novela Tudo ou Nada (1986). E no canal dos Saad, a minissérie Chapadão do Bugre (1988).

Em 1990, fez uma breve participação em Pantanal, como um dos jagunços responsáveis pela tragédia envolvendo a família Marruá. Nessa década, ele fez poucos trabalhos na televisão. Ele seguiu outro caminho, o da política. Em 1994, foi eleito deputado estadual por São Paulo. Antes, gravou uma passagem de Pantanal (1990) e episódios do Você Decide (1992). Depois, deu vida a Olavo em Por Amor (1997).

Tragédia e depressão

Caio Junqueira e Kito Junqueira

Em 2003, Kito viveu um dos momentos mais difíceis de sua vida. Sua ex-mulher, a advogada Lúcia Alvarez, foi assassinada depois de sofrer um sequestro relâmpago em São Paulo. Seis meses depois da tragédia, Márcia Bini, esposa do ator, pediu separação.

“Essa experiência mudou meu interior, minha forma de focar o mundo. A única coisa que me restou foi a Natália (filha do ator)”, lamentou Kito em entrevista à revista Istoé Gente.

Ele, que enfrentou a depressão e ficou longe dos palcos e da TV, deu a volta por cima quando foi contratado pela Record para dar vida a Laércio Rocha, força política de Guará, fictícia cidade da novela Cidadão Brasileiro (2006). Vidas Opostas (2006), Luz do Sol (2007), Chamas da Vida (2008) e A Lei e o Crime (2009) foram os outros trabalhos no canal.

Longe da TV, Junqueira se mudou para o Paraná e se candidatou a deputado federal em 2018. Desta vez, não foi eleito.

Ele se preparava para voltar aos palcos, mas, no dia 23 de agosto de 2019, sofreu um infarto fulminante e faleceu aos 71 anos. Segundo relatos, durante a madrugada ele ligou para o pronto-socorro alegando sentir fortes dores no peito e pedindo por ajuda. No entanto, quando o resgate chegou, já era tarde.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor