O assunto do momento é a questão envolvendo a Simba Content – joint-venture criada por Record, SBT e RedeTV! para negociar seus sinais digitais nas TVs por assinatura – e a importância destas emissoras na TV paga.

É bom que se diga: os sinais dela estão lá – ou pelo menos estavam, na Grande São Paulo, até a noite desta quarta (29). Livre, abertamente e de graça, precisando apenas de uma antena normal.

O que eles reivindicam é apenas o cumprimento de uma resolução que é lei: as emissoras podem cobrar pelo seu sinal digital para TVs pagas. Tanto é assim que a Globo e a Band recebem por isto já há algum tempo, de operadoras como a Sky.

O primeiro ponto está aqui: se uma ou duas podem receber, por que as outras não?

Beira ao ridículo que as operadoras digam que não podem pagar. Claro, a crise no setor é forte a ponto de se perder mais de um milhão de assinantes por ano, mas vamos pensar pelo lado prático da questão.

Você que é assinante de TV paga: quantos canais você realmente assiste? Ao bem da verdade, o que mais temos na TV por assinatura hoje são canais inúteis, feitos para cumprir tabela. É assustador que a Ancine sequer regulamente isso decentemente.

E nem falo apenas de canal de TV por assinatura. Vamos ao outro exemplo: hoje, existem alguns canais obrigatórios para se exibir na TV por assinatura. Alguns deles são Canal 21, CNT, Ideal TV e RBI.

Todos estes canais acima têm algo em comum: lotearam sua programação para Igrejas. Semana passada mesmo, o TV História noticiou aqui quais os valores pagos para estes canais, que só entram pelo alcance de suas coberturas.

A relevância de Record, SBT e RedeTV! é notória. No último ranking de audiência da TV paga divulgado pelo Ibope, o resultado foi este:

1º – Globo (15,71 pontos)
2º – Record (6,76)
3º – SBT (6,64)
4º – Band (1,73)
5º – Discovery Kids (0,78)
6º – Cartoon (0,61)
7º – RedeTV! (0,51)
8º – SporTV (0,44)
9º – Viva (0,38)
10º – Cultura (0,38)

Por mais que você ache que não é válido, as três emissoras são o elo mais forte. As operadoras precisam delas, porque os três canais estão entre os campeões de audiência nesse universo, e com larga vantagem, principalmente Record e SBT.

Por isso, um conselho: pare e pense se os canais reclamantes não têm razão. A única ressalva, no entanto, é a de sempre – provavelmente quem vai ser prejudicado, de um lado ou outro, é o telespectador/consumidor.


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