Longe das novelas desde Além do Tempo (2015), Klara Castanho vai participar de Garota do Momento, próxima novela das seis da Globo, vivendo a personagem Eugênia Honório.
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Muito antes disso, em 2009, ela causou polêmica logo em sua primeira participação numa trama da Globo.
Vilã mirim
Depois de atuar em Revelação (2008), no SBT, Klara ganhou uma oportunidade na Globo quando tinha apenas oito anos de idade.
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Rafaela (Klara Castanho) foi criada para ser uma criança má, que influenciaria a mãe Dora (Giovanna Antonelli) a cometer as maiores atrocidades no folhetim. Porém, o perfil da personagem precisou ser alterado durante a novela.
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“Ela é uma menina capaz de grandes crueldades no meio da inocência dela. Não existe ninguém mais cruel do que uma criança”, explicou Maneco ao jornal Extra, em agosto de 2009.
“Ela é bem má. Vai fazer tudo que for do interesse dela. Rafaela quer ser como a mãe, Dora, e vai ajudá-la nas maldades, mas não posso revelar quais”, explicou Klara Castanho na mesma publicação.
Nada feito
No entanto, o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro interveio na produção e obrigou a Globo a amenizar as atitudes de Rafaela, que acabou passando longe das vilanias previstas.
Antes mesmo da estreia de Viver a Vida, em setembro de 2009, o desembargador Siro Darlan, membro do Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, interveio.
“Uma novela retrata fatos do mundo real e pode influenciar o comportamento de outras crianças, além de prejudicar a própria intérprete”, explicou Darlan, conhecido por ter proibido menores de idade de atuar em Laços de Família, também de Manoel Carlos.
Dessa forma, o autor foi notificado pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro. O órgão alegou que “uma criança de oito anos não tem discernimento e formação biopsicossocial para separar o que é realidade daquilo que é ficção, isso sem contar com as eventuais manifestações de hostilidade que ela pode vir a sofrer por parte do público e não compreendê-las”.
Mudança de rumo
Com isso, Manoel Carlos precisou amenizar as atitudes de Rafaela na trama, sob o risco de sofrer ações na Justiça ou até mesmo ser obrigado a afastar a personagem da história. Assim, Rafaela não foi a criança maléfica prometida inicialmente.
Aliás, até mesmo Dora, sua mãe, teve o perfil alterado com a decisão. A personagem entra na trama para rivalizar com Helena (Taís Araújo) e disputar o coração de Marcos (José Mayer) com a mocinha. Porém, esta “batalha” perde força e Dora acaba formando uma família com José Garcia, o Maradona (Mario José Paz).
Anos depois, em entrevista ao site de Heloísa Tolipan, em setembro de 2023, Klara contou detalhes do fato.
“Foi uma decisão conjunta. Havia uma preocupação muito grande de que houvesse uma confusão entre realidade e ficção – Coisa que nunca aconteceu porque eu sempre tive e tenho um respaldo muito grande da minha família. E esse apoio me permitiu saber o que era realidade, o que era ficção, o que era meu trabalho e o que era chegar em casa e ser criança. Era uma preocupação válida, mas que naquele momento não era uma coisa que era a minha realidade”, comentou.
“Em relação a ter uma criança vilã hoje em dia eu acho que tudo depende de respaldo psicológico, da produção, do projeto. Tudo é válido a partir do momento que todos estejam saudáveis e de acordo com o que está acontecendo. Eu tive a sorte de ter pais muito cuidadosos. Então acho que tudo é válido se é com cuidado e de forma leve pra que tudo seja muito claro pra criança também”, completou.