A Justiça de São Paulo negou o pedido de Edson Cholbi Nascimento, mais conhecido como Edinho, filho de Pelé, para ser o principal inventariante dos bens deixados pelo pai.
Suzana Pereira da Silva, juíza da 2ª Vara de Família e Sucessões de Santos (SP), negou o pedido do herdeiro por entender que tal função pertence a Marcia Aoki (foto), viúva do jogador.
Recusas
Pelo Código de Processo Civil, a então esposa de Pelé é a postulante natural ao título de inventariante, sendo negada, dessa forma, a colocação de outra pessoa no cargo.
O herdeiro reivindicou também que todo o processo referente ao inventário do pai corresse em segredo de Justiça, o que também foi rejeitado.
De acordo com informações publicadas pela Folha de São Paulo, Edinho teria como objetivo esconder os valores de possíveis credores do eterno rei do futebol.
Viúva à frente de processo
A medida solicitada pelo filho de Pelé, também atleta, feria o princípio constitucional da publicidade processual, pois o sigilo só deveria ser decretado em caráter excepcional – quando há a possibilidade de ofender a intimidade ou o interesse público.
Edinho realizou tal solicitação partindo do princípio de que era o administrador dos bens do camisa 10.
Com a negativa, a juíza estipulou um prazo de 15 dias para que Marcia Aoki manifeste de alguma forma o interesse em gerir o processo, conforme previsto em lei.
Último casamento
Pelé se casou com Marcia aos 75 anos. De acordo com a lei, em matrimônios realizados com pessoas acima dos 70 de idade, o regime automaticamente é de separação total de bens, tendo o cônjuge direito apenas ao que lhe for deixado em testamento.
A empresária, hoje com 56 anos, se casou com o jogador em 2016, quando possuía 49.
Pelé morreu aos 82 anos, em 29 de dezembro do ano passado, em decorrência de insuficiência renal e cardíaca, broncopneumonia e adenocarcinoma de cólon, segundo a certidão de óbito.
Como herdeiros naturais, o rei do futebol deixou sete filhos, além de vários netos.