Nada feito: canal desistiu de exibir filme adulto para respeitar Jesus

Sylvia Kristel como Emanuelle

Não é de hoje que algumas emissoras disputam audiência nas madrugadas, apostando em reprises de programas, enlatados e jornalismo. A Band entrou na briga, colocando no ar uma famosa sessão de filmes eróticos, como de Emanuelle (Sylvia Kristel, foto abaixo), em uma época que mal existia a internet.

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Mas, mesmo diante do “vale tudo da audiência”, a emissora optou por respeitar uma data religiosa e tirou a sessão do ar.

Sextas eróticas

Reprodução / Band

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Nos anos 1980, a Record, muito antes de o bispo Edir Macedo comprar a emissora, apostava na pornochanchada. A Sala Especial se tornou uma febre entre os jovens daquela época, com seu festival de seios e bumbuns à mostra. Com a venda da emissora para o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, a sessão não foi mais transmitida.

De olho no público sedento por erotismo, a Band criou o Sexta Sexy, exibindo os chamados “softcore” norte-americanos, com muita nudez, mas sem cenas de sexo explícitas. Mesmo com atuações sofríveis e um roteiro malfeito, os telespectadores ficaram interessados. Os longas eram exibidos muitas vezes depois das 22 horas. A emissora criou a “dobradinha cruel”: jogos de futebol e conteúdo adulto.

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Madrugada quente

Reprodução / Band

O Sexta Sexy não durou muito e logo foi extinto. Em 1995, o Cine Privé entrou no ar e era exibido nas madrugadas de sábado para domingo. A série de filmes Emmanuelle, interpretada por Sylvia Kristel, virou símbolo da sessão.

A atração chegava à liderança na audiência, batendo a Globo e o SBT. E claro, os religiosos que ocupavam a madrugada em outras emissoras não gostavam nem um pouco da audácia da Band.

A volta da sessão

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Cine Privé ficou no ar até 2010, em uma época que a internet já dominava a vida dos brasileiros e ofertava um conteúdo adulto tão mais explícito que os filmes do Cine Privé se tornaram quase “inocentes”. Porém, em 2019, de olho no público nostálgico, a sessão voltou ao ar, exibindo os filmes de Sylvia Kristel e outros “clássicos” do erotismo. E não deu outra: a Band voltou a bater a Globo no Ibope.

Desde que voltou ao ar, foram poucas vezes que a sessão deixou de ser exibida. A Fórmula 1 foi a culpada, com treinos e corridas na madrugada. Mas, além do esporte, outro motivo levou a Band a suspender, excepcionalmente, a sessão.

Por respeito, nada de nudez

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Em 2022, o mundo comemorou o Natal na virada de sábado para domingo. A data, que celebra o nascimento de Jesus, é uma das mais importante do calendário cristão. Por conta disso, a Band tirou o programa do ar. A emissora disse que a decisão foi tomada para “respeitar Jesus e o Natal”.

No lugar do Cine Privé, a Band exibiu dois filmes que passavam longe da temática natalina: “Unidas pela Vida” (com Helen Hunt, foto acima), que conta a história de uma mulher que está com câncer e luta contra a doença, e “Altitude”, que mostra um piloto sem experiência e quatro adolescentes que estão em uma aeronave que entra em pane em pleno voo.

Depois dos festejos de fim de ano, o Cine Privé voltou exibindo os velhos filmes que fizeram a alegria da molecada na década de 1990.

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