Vai na Fé mal estreou e já se mostrou promissora. A história que traz Carolina Dieckmann (foto abaixo) como uma de suas estrelas entrou no ar há um mês e logo arrancou elogios do público e da crítica especializada por sua trama leve, solar e bem-humorada. Os conflitos têm se mostrado muito humanos, o que gera imediata identificação com a audiência.
O êxito não chega a surpreender quem conhece o trabalho da autora Rosane Svartman. Ao lado de Paulo Halm, a roteirista escreveu dois dos maiores sucessos da faixa das sete da Globo na década de 2010. Vai na Fé, portanto, consolida seu nome no horário e a credencia a, quem sabe, voar mais alto e chegar à faixa das 21h. Algo que ela, a princípio, não considera.
Mais um sucesso
A nova novela das sete estreou cercada de expectativas. Vai na Fé gerou desconfiança quando foi anunciado que a mocinha Sol (Sheron Menezzes, foto acima) era uma evangélica praticante. Dizia-se que a Globo estava virando a Record. Comentou-se que a ideia era fazer uma novela evangélica para agradar esta parcela da população, que vem crescendo no Brasil. Especulou-se muita coisa.
No ar, Vai na Fé não parece nada disso. A trama está longe de ser evangelizadora. Na verdade, a fé da protagonista e de sua família serve como um elemento para seus conflitos. O dilema de Sol, dividida entre a carreira no funk e a família, é bastante reconhecível. Os personagens parecem de verdade, o que ajuda a explicar o sucesso da novela.
Além disso, Vai na Fé chama a atenção pela excelência do texto. Rosane Svartman e seus colaboradores tocam em temas por vezes complexos, até mesmo progressistas, como a questão do acesso à educação, por exemplo. Mas fazem isso fugindo da armadilha do pedantismo. Ou pior, do didatismo. Os temas são colocados de forma clara e harmoniosa.
Às nove
Com isso, a promoção de Rosane Svartman (foto acima) para o horário das nove seria um caminho natural para uma autora que já deixou de ser uma promessa e se tornou uma realidade no cast da Globo. Ela seria um reforço e tanto. Um reforço necessário.
Afinal, a emissora hoje não dispõe de muitas opções para assinar novelas das nove. Apenas João Emanuel Carneiro, Walcyr Carrasco e Gloria Perez seguem à disposição do canal. Manuela Dias, autora de Amor de Mãe, está cotada para voltar ao horário. Ainda assim, é pouco.
Ou seja, dentre os principais lançamentos de autores promovidos pela Globo nos últimos anos, Rosane Svartman é um nome que já se mostra pronto para encarar o desafio de uma novela no horário nobre. No entanto, se depender dela, isso não deve acontecer.
De acordo com Flavio Ricco, colunista do R7, a autora já teria declarado aos mais próximos que não tem a menor intenção de escrever uma novela das nove. Segundo o jornalista, a autora teria dito que gosta da “leveza” da faixa das sete.
Colecionadora de sucessos
Cineasta, diretora e roteirista, Rosane Svartman debutou nos folhetins da Globo em Malhação. Ela foi uma das responsáveis por algumas das mais bem-sucedidas temporadas da trama teen: Intensa como a Vida (2012), que escreveu com Gloria Barreto, e Sonhos (2014), assinando com Paulo Halm.
Em 2015, com Halm, a autora emplacou sua primeira novela das sete. Totalmente Demais elevou os índices da faixa ao contar a história de Eliza (Marina Ruy Barbosa), uma jovem humilde que se transforma após participar de um concurso de moda. A trama é considerada um fenômeno, já que fez muito sucesso em sua exibição original e conquistou êxito maior ainda em sua reprise, em 2020.
A dupla de autores voltou à faixa com Bom Sucesso (2019, foto acima), outro grande acerto. A história sobre a amizade entre a humilde Paloma (Grazi Massafera) e o poderoso editor Alberto (Antonio Fagundes), que estava prestes a morrer, encantou o público.
Ou seja, currículo para encarar a faixa das nove é o que não falta para Rosane Svartman. Se um dia ela mudar de ideia e quiser encarar a faixa das nove, o público do horário nobre a aguarda de braços abertos.