Museu da TV, a ser inaugurado em 2022, promete registros das primeiras novelas

23/12/2021 às 16h08

Por: Nilson Xavier
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No texto em que relaciono 10 curiosidades sobre o início das Telenovelas no Brasil, citei que não há catalogação nem registros das primeiras produções não diárias, por isso não se sabe quantas novelas foram produzidas no país antes do advento do videoteipe.

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Não havia registros…

O amigo Elmo Francfort, do Museu da TV (antiga Pró-TV), entrou em contato para me corrigir e para anunciar que, em 2022, finalmente concretiza-se o sonho do Museu da TV, Rádio e Cinema.

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O Museu da TV

Vida Alves e Walter Forster – a dupla da primeira telenovela diária (Sua Vida Me Pertence) e do primeiro beijo – se reuniram em 1995 com profissionais pioneiros do rádio e da televisão para criarem a APITE – Associação dos Pioneiros da TV, que, anos depois, passou a chamar-se Pró-TV. O sonho era construir um museu da televisão brasileira. Walter Forster faleceu um ano depois deste início, em 1996. Vida Alves levou os trabalhos adiante, vindo a falecer em 2017.

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Durante a pandemia, a Pró-TV chegou ao fim. Porém, o sonho saiu do papel, foi para a forma virtual e concretiza-se na forma física em 2022, com a inauguração do Museu da TV, Rádio & Cinema.

A sede será inaugurada no primeiro semestre do ano que vem, em parceria com o Centro Universitário Belas Artes, com apoio institucional de entidades da área, como ABERT, ABRATEL, IBEPEC, BRAVI, SET, Fórum SBTVD, ABTU, ABCCOM, UBI, APODEC e outras.

No conselho, representantes dos setores – como José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, Conselheiro de Honra – e, na direção, Elmo Francfort, coordenador da entidade.

Elmo Francfort, Vida Alves e Boni

Vamos enaltecer, democraticamente, a memória de todos que fizeram a história, dando prosseguimento ao projeto da patronesse Vida Alves, preservando o passado e debatendo o futuro das áreas”, ressalta Francfort, que trabalhou com Vida por dezessete anos e que tem sua carreira pautada pela causa. A nova sede será aberta ao público na Vila Mariana.

Muito mais do que o primeiro beijo e a primeira novela, hoje anunciamos um passo importante para nossa história, a causa continua firme“, finaliza Elmo Francfort.

Entre as raridades, há figurinos de produções como TV de Vanguarda (Tupi) e a novela Sangue do Meu Sangue (Excelsior), o Troféu Roquette-Pinto (Record), a máquina em que Benedito Ruy Barbosa escreveu as novelas Os Imigrantes (Band) e Pantanal (Manchete), roteiros de novelas como Drácula e Éramos Seis (Tupi), além de milhares fotos, vídeos e depoimentos, que registram o rádio e a televisão desde os primórdios.

Memória resgatada

Elmo Francfort chamou minha atenção para o resgate de registros das primeiras telenovelas, da fase não diária, a serem disponibilizados no Museu da TV, Rádio & Cinema. Os pesquisadores catalogaram títulos de todas as emissoras da época, um número que ultrapassa 200, entre produções das chamadas “novelinhas” (de curta duração). São fotos e roteiros e até registros audiovisuais, como a novela O Guarani, da Record.

Elmo concorda com a inexistência de uma catalogação completa, por tratarem-se de produções ao vivo, de uma época em que não existia videoteipe ou filmagens em película, nem a consciência de preservação da memória.

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