Quatro anos após Orgulho & Paixão (2018), sua última novela, Alessandra Negrini voltou aos folhetins como Guida em Travessia. Na trama de Gloria Perez, a atriz comemora a oportunidade de fazer algo diferente de suas costumeiras vilãs, além de esbanjar talento e beleza. Beleza, aliás, que rende muitos elogios, mas que deixam Alessandra bastante insatisfeita.

Alessandra Negrini

Quando surgiu como Cuca na série Cidade Invisível, da Netflix, Alessandra Negrini foi “descoberta” por um público mais jovem, que se mostrou espantado ao constatar que a artista já estava na casa dos 50 anos. Agora, com a estreia de Travessia, as atenções se voltam novamente ao rosto jovial da atriz, que está com 52.

Aparência

Todo este “auê” incomoda Alessandra Negrini. Ao ser novamente questionada sobre sua aparência durante a coletiva de lançamento de Travessia, a atriz foi enfática ao demonstrar que não gosta deste tipo de comentário.

“Enche o saco, me deixa em paz… Me deixa ser, as pessoas têm o direito de parecer quem elas quiserem, não tem que parecer mais novo não, isso é bobagem, está todo mundo hoje gato com 50 anos, ninguém fica falando isso para os caras né, ‘nossa, como você está um gato com 50 anos’, tem que falar isso para as mulheres? Cansei!”, declarou.

Novo desafio

Em Travessia, Alessandra Negrini vive Guida, irmã de Leonor (Vanessa Giácomo). As duas irmãs se mostraram muito próximas no primeiro capítulo da novela, mas esta evidente parceria se desgastou a partir de então.

Isso porque Leonor foi convidada para o casamento de sua irmã em Portugal e, lá chegando, descobriu que o noivo é justamente Moretti (Rodrigo Lombardi), seu ex-namorado. O fato revoltou Leonor e expôs algumas feridas no relacionamento entre ela e a irmã que estavam escondidas.

Apesar do drama, Guida é uma mulher solar, meio avoada, que deve render momentos de humor em Travessia. O tipo é uma novidade na carreira de Negrini, que normalmente é escalada para viver vilãs malucas. Foi assim em Orgulho e Paixão, Boogie Oogie (2014), Lado a Lado (2012), Paraíso Tropical (2007), Desejos de Mulher (2002) e várias outras.

“Fui ler a Guida e ela é muito divertida. Foge um pouco do que a Globo estava acostumada a me dar, que eram sempre aquelas vilãs, que não é segredo para ninguém, eu já estava cansada de fazer”, afirmou a atriz, que foi convidada para o papel após a desistência de Mônica Martelli.

Alessandra Negrini também revelou que adoraria fazer um personagem popular, coisa que nunca fez. “Seria um prazer, não um desafio. Eu sou Rainha de Carnaval, eu sou corintiana de ir ao estádio e eu nunca fiz personagem assim, que seja mais do povo… nunca fiz”, apontou.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor