A primeira versão de Pantanal, exibida pela Manchete em 1990, ficou marcada, entre outras coisas, pela abertura com a modelo que “virava” onça e nadava totalmente nua.

Nani Venâncio
Reprodução / Web

A modelo em questão era Nani Venâncio, que começou a fazer sucesso no início da década de 1990. Porém, toda essa exposição teve um preço.

Natural de Galileia (MG), Nani começou sua carreira em meados dos anos 1980, atuando como modelo e participando de campanhas publicitárias.

Com esse sucesso todo, ela fez uma participação especial na novela O Outro, em 1987. Em 1989, foi capa da Playboy, tornando-se um dos principais destaques da publicação naquele ano.

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Uma abertura que causou discórdia

Nani Venâncio
Reprodução / Manchete

A atuação de Nani como modelo chamou a atenção da Manchete e, assim, ela estrelou a abertura de Pantanal, que ousava em colocar o nu frontal em horário nobre. Isso causou um caos na vida pessoal da modelo.

“Na gravação, estava usando uma peça que marcava na lateral do corpo e me pediram para tirá-la. Disseram que não apareceria nada durante a abertura, então tirei. Era casada na época, o meu marido convidou pessoas para assistirem à estreia da novela em casa. Quando começou, apareci nua. Quase morri. Depois que todos foram embora, o pau quebrou em casa, balançou o relacionamento e ele me largou”, revelou a modelo em entrevista ao SuperPop em 2018.

“Eles me enganaram”

Em entrevista ao Metrópoles em 4 de abril de 2022, Nani Venâncio afirmou que se sentiu usada e não faturou muito pela abertura.

“Não ganhei bem para fazer a abertura, eu era funcionária da Manchete e fazia o que me mandavam. Não era eu ficar totalmente nua, eles me enganaram. Naquele tempo, a gente era muito ingênuo. Eu estava usando tapa-sexo, mas ficou marcado na hora que eu mergulhava na piscina, que era na sede da emissora, inclusive. Aí o diretor me pediu para tirar”, contou.

Vida e carreira que seguem

Olho no Olho

Mesmo com todos os problemas, a repercussão foi grande e Nani foi convidada para trabalhar na minissérie O Canto das Sereias (1990), outra produção ousada da emissora carioca.

Além de atriz, Nani atuou como repórter do VT Show, uma espécie de Vídeo Show da Manchete. Ela também deu vida a Ná na minissérie O Guarani, exibido pela emissora carioca em 1991.

Em 1993, foi contratada pela Globo e atuou em duas produções: Olho no Olho (1993, na foto acima) e Incidente em Antares (1994). Seu último trabalho como atriz foi em Mandacaru (1997).

Nâni acabou focando na carreira de apresentadora, comandando o Nani Mulher (1994) na Rede Mulher, Questão de Opinião (1999), na Record, e Altos Papos (2001), na RedeTV!.

Assédio na televisão

Nani Venâncio e Gisele Alves
Reprodução / Web

Nani Venâncio (na foto acima, com Gisele Alves) também sofreu com o machismo na TV e revelou à Quem, em março de 2022, que sofreu assédio quando era modelo e atriz.

“Fui assediada algumas vezes na TV. Quando começou aquela fase da Garota do Fantástico, fui chamada para a sala de um diretor. Ele me disse: ‘Queria que você fizesse isso (o trabalho), mas antes vai ter que passar o fim de semana comigo’. Eu era novinha, mas respondi: ‘Tenho pena de você que para sair com uma mulher tem que estar sentado atrás desta mesa’. Ele disse que eu nunca ia fazer nada. Eu disse que não precisava dele e saí da sala”, afirmou.

Desde 2009, ela comanda o vespertino A Tarde é Show, programa de variedades exibido pela Rede Brasil.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor