Sem contrato com nenhuma emissora, Angélica reapareceu recentemente na tela da Globo em participação no Criança Esperança, ao lado de Xuxa e Eliana. Os fãs das três loiras foram à loucura com o encontro, já que elas eram tidas como rivais nos anos 1990.

Eliana, Xuxa e Angélica nos bastidores do Criança Esperança
Eliana, Xuxa e Angélica nos bastidores do Criança Esperança (divulgação/Globo)

Naquela época, Angélica estava em plena transição profissional, trocando a Manchete pelo SBT. Em 1993, ela se lançou no canal de Silvio Santos com o infantil Casa da Angélica, que passou por um verdadeiro perrengue em seus bastidores. Sua estreia na nova emissora chegou a ser adiada porque a família da apresentadora pediu a cabeça do primeiro diretor da atração e reivindicou mudanças no formato.

Assim, a atração que estrearia em 2 de agosto de 1993, acabou indo ao ar apenas uma semana depois, no dia 9. Isso provocou uma grande correria para que tudo estivesse novamente pronto até a nova data.

Com o adiamento, a emissora programou a Sessão Desenho com a Vovó Mafalda e o TV Animal para taparem buraco na faixa entre 15h e 16h30, horário reservado para o programa da loira.

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Bastidores tensos

Casa da Angélica
Divulgação / SBT

Prestes a entrar no ar, Casa da Angélica foi palco de uma confusão em seus bastidores envolvendo um dos “Angélicos” – como eram chamados os assistentes de palco da famosa – e um anão que participara de uma das gravações. Eles teria chegado a se agredir, de acordo com informações do Jornal do Brasil em 31 de julho daquele ano.

Também se especulou que a família da apresentadora, nas figuras de sua mãe Angelina e irmã Márcia, detestaram o formato criado pelo diretor Rogério Gallo. Com isso, o profissional acabou demitido.

Comentava-se, na época, que os familiares da moça conhecida pela sua pinta nas pernas queriam fazer uma “Xuxa cover”, conforme disse um integrante da equipe do formato ao periódico. Já o diretor demitido queria ir por outro caminho.

Reprovado

Angélica e Silvio Santos
Divulgação / SBT

Uma segunda hipótese do adiamento apontava uma suposta baixa qualidade dos pilotos gravados. Foram feitas três gravações prévias e, de acordo com o JB, o resultado “não agradou” ao superintendente artístico do SBT da época, Luciano Callegari, que demitiu toda a equipe e começou tudo do zero há uma semana da estreia.

O desejo da emissora, conta-se, era mudar totalmente o que ela já havia feito na TV da família Bloch. Mas, diante das exigências, existia o temor de ser realizado um programa velho em um cenário novo e moderno, exatamente o que aconteceu.

 

Mais do mesmo

Angélica
Divulgação

Após a estreia, o jornal O Globo criticou o novo projeto e o acusou de ser uma mistura do Clube da Criança e o Milk-Shake, atrações que a apresentadora comandou em sua antiga emissora.

O formato apresentava dramaturgia, com Angélica interpretando diversos papéis cômicos em sátiras de atrações televisivas. Mas também haviam as inevitáveis competições entre crianças, música e desenhos, fórmula da grande maioria dos infantis do período.

Passando por diversas reformulações, entre formato, duração e horário de exibição, o programa durou pouco menos de três anos. A atração chegou ao fim em 1996, quando Angélica acertou sua transferência para a Globo.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor