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Terra e Paixão tem muitos personagens que são difíceis de simpatizar. Porém, nenhum deles é tão insuportável quanto Petra (Débora Ozório), a caçula do casal Antônio (Tony Ramos) e Irene (Gloria Pires).
Rainer Cadete (Luigi) e Débora Ozório (Petra) em Terra e Paixão (divulgação/Globo)A jovem tem uma trama de impacto, já que é viciada de remédios e esconde um trauma sexual. Porém, sua história anda em círculos, o que a reduz a uma moça chata e um tanto inconsequente. A atriz Débora Ozório, um talento da nova geração, merecia mais.
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Chata e mimada
Por tudo o que sofreu e sofre, Petra merece a torcida do público. Afinal, a jovem é vítima de uma família disfuncional e de um abuso sexual que a traumatizou. Por isso, desenvolveu um vício em remédios, já que manter-se dopada se tornou a única solução para sua dor.
No entanto, a trajetória de Petra não ajuda a fazer com que o público crie um vínculo afetivo com ela. Desde o início da novela, a jovem aparece dopada, comportando-se como uma rebelde. Apesar de carregar traumas sérios, ela acabou passando a impressão de ser apenas uma pobre menina rica e mimada.
Para piorar, seu drama não avança. Pior, patina e fica sempre no mesmo ponto. Com isso, Petra só aparece mesmo quando está dopada. Senão, a personagem acaba sendo jogada para escanteio e desaparece, como na época em que foi internada pela mãe.
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Redenção
Nos mais recentes capítulos de Terra e Paixão, Petra desapareceu após atropelar Andrade (Ângelo Antônio). Há quem acredite que o acidente servirá para aproximar os dois personagens, indicando que foi justamente o marido de Lucinda (Débora Falabella) o seu abusador. Mas, por enquanto, tudo não passa de especulação.
Porém, seria interessante se o autor Walcyr Carrasco avançasse na temática de modo a dar mais profundidade a Petra. Se o novelista insistir em manter a personagem nesta superfície repetitiva, a tendência é que o público a rejeite cada vez mais.
Para despertar a compaixão da audiência, Petra deve finalmente se abrir, revelar seus medos e tornar o público cúmplice de seu drama. Se continuar apenas se dopando e fazendo bobagens, ela vai continuar despertando a antipatia de todos.
Jovem talento
Além disso, ao trazer novos contornos ao drama de Petra, o autor Walcyr Carrasco vai valorizar a presença de Débora Ozório em Terra e Paixão. Uma valorização merecida, já que é a moça é uma das mais recentes gratas surpresas da televisão brasileira.
Débora estreou na TV em participações em Totalmente Demais (2015), O Rico e Lázaro (2017) e Tempo de Amar (2017). Mas foi como Pat em Espelho da Vida (2018) que ela começou a chamar a atenção do público. Depois, vieram Me Chama de Bruna (2019), Filhas de Eva (2021) e Gênesis (2021).
Depois, ela despontou novamente como a doce Olívia, uma das personagens principais de Além da Ilusão (2021). A operária roubou a cena com seu romance com o padre Tenório (Jayme Matarazzo) e por ser a filha perdida de Heloísa (Palomma Duarte). O reencontro de mãe e filha emocionou o público da trama de Alessandra Poggi.
Ou seja, Débora Ozório é merecedora de uma posição de destaque no horário nobre da Globo. Mas, para isso, Petra terá que virar o jogo.