Encaminhando-se para a reta final, o remake de Pantanal deve encerrar sua trajetória como um grande sucesso na Globo. A trama de Benedito Ruy Barbosa, atualizada por Bruno Luperi, elevou os índices de audiência da faixa das 21 horas, após os fiascos da reprise de Império e da inédita Um Lugar ao Sol.
Valendo-se deste sucesso e buscando ganhar tempo para preparar sua sucessora, Pantanal ainda não tem uma data certa para sair do ar. Inicialmente, a previsão era de que a trama terminaria no dia 7 de outubro. Porém, a novela teria ganhado mais uma semana, tendo seu final adiado para 14 de outubro.
Entretanto, a direção da Globo não crava uma data exata para o final da produção. A expectativa é que Travessia entre no ar em outubro, já que a emissora quer evitar muitas estreias no fim do ano. O fato é que o canal não tem pressa, já que Pantanal segue registrando bons índices de audiência.
Uma prova desta falta de pressa é a informação de Patrícia Kogut, do Jornal O Globo, afirmando que os atores de Pantanal tiveram seus contratos estendidos. Os acordos, que seriam encerrados em setembro, agora irão até outubro. Segundo Kogut, a medida se deu para compensar alguns atrasos nas gravações.
Capítulos a mais
Esticar uma novela de sucesso não é uma prática incomum na Globo. A emissora já aumentou a duração de outros folhetins, não apenas para aproveitar o êxito destas produções, mas também para ganhar mais tempo para preparar a trama sucessora.
Um exemplo clássico é O Cravo e a Rosa, atualmente em reexibição no canal. Quando foi concebida, a novela de Walcyr Carrasco e Mário Teixeira teria apenas 90 capítulos. Entretanto, o enorme sucesso da saga de Petruchio (Eduardo Moscovis) e Catarina (Adriana Esteves) fez com que o folhetim fosse esticado algumas vezes. Assim, a trama foi encerrada com incríveis 221 capítulos.
Depois disso, Carrasco se tornou um especialista em esticar novelas. Outras tramas assinadas pelo autor, como Alma Gêmea (2005) e Amor à Vida (2013) também ganharam capítulos a mais.
Porém, nem sempre o prolongamento de uma novela se deve ao sucesso. Zazá (1997) é um clássico exemplo de novela prejudicada após ganhar capítulos. A trama de Lauro César Muniz foi planejada para ter 150 capítulos, e o autor já trabalhava no capítulo 130 quando lhe foi encomendado nada menos que 53 capítulos a mais. O motivo: a demora para escolher a trama substituta.
Para aumentar a novela, o autor promoveu viradas rocambolescas. Sua heroína Zazá (Fernanda Montenegro) até perdeu a memória. A trama ficou tão confusa que a audiência caiu.
“Não há ninguém que faça o milagre de fazer uma novela que estava programada para 150 capítulos ser transformada em mais de 200 impunemente”, declarou Muniz.
Tapa-buracos
Gloria Perez foi outra novelista que já teve que lidar com prolongamentos de novelas. Barriga de Aluguel (1990) ganhou mais de 50 capítulos em razão de seu enorme sucesso.
Porém, a autora não aceitou fazer o mesmo em Explode Coração (1995). A direção da Globo desejava que a novelista esticasse a trama da cigana Dara (Tereza Seiblitz). No entanto, Gloria Perez não aceitou, pois já tinha acordado que encerraria sua novela antes do julgamento de Guilherme de Pádua, o assassino de sua filha Daniella Perez. Assim, prevaleceu a vontade da autora.
Com os atrasos de O Rei do Gado (1996), sua sucessora, a solução da Globo foi escalar O Fim do Mundo (1996), minissérie de Dias Gomes, para tapar o buraco na faixa das oito. A trama foi anunciada como uma “super novela em 35 capítulos”, ocupando o espaço deixado por Explode Coração e dando mais tempo para a preparação de O Rei do Gado.
