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O The Voice Kids teve sua sexta temporada em 2021. Assim como o formato adulto, o programa não desperta mais a mesma atenção de anos atrás. Embora a audiência seja satisfatória, passou longe de ser um grande sucesso e a repercussão ficou cada vez menor.
Mas, deixando as análises sobre a longevidade da competição musical um pouco de lado, a recente edição expôs um equívoco da Globo: a troca de André Marques por Márcio Garcia.
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André comandava a atração desde a segunda temporada e estava à vontade na função. Sempre esteve. A primeira fase do formato, chamada de ‘audições às cegas’, não explora muito a figura do apresentador.
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Já as demais exigem um maior contato com os participantes e os técnicos. Marques se saía muito bem e tinha uma interação gostosa com as crianças. Conseguia extrair boas declarações e ainda não segurava a emoção nos momentos de eliminação ou após alguma apresentação de maior impacto.
Neste ano, houve a volta do No Limite. O intuito era retomar um reality de sucesso do passado para preencher a grade em virtude da escassez de produções inéditas por conta das limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus.
Boninho, que dirige do The Voice Kids e sempre esteve na produção do reality de sobrevivência, quis André Marques no comando do No Limite. Na verdade, não há como saber se a decisão foi dele ou da Globo.
Mas, ao transferi-lo de atração, abriu a vaga para a competição de crianças. E colocaram Márcio Garcia no lugar.
Irreconhecível
O resultado foi o pior possível. Retraído, desconfortável e até robótico, Márcio estava irreconhecível. Nem parecia o apresentador extrovertido que comandou por tantos anos o Tamanho Família.
Suas interações com as crianças foram quase inexistentes e as breves conversas com os técnicos pareciam seguir um script. Ele parecia claramente infeliz. Se foi proposital ou não, impossível adivinhar.
O fato é que não funcionou. Não deu liga, como se costuma dizer. Thalita Rebouças, que sempre esteve presente no formato como uma espécie de ‘vice-apresentadora’, merecia muito mais a ‘subida de posto’.
Fora de casa
E o pior é que a troca também foi péssima para André Marques. Se no The Voice Kids parecia estar em casa, em No Limite aparentava um desânimo semanal.
O próprio André declarou que optou por um tom mais impessoal, sem brincadeiras ou maiores interações, para levar a competição a sério e não se envolver demais. Só que foi a pior decisão.
A atitude o deixou irrelevante no reality e ainda destruiu a dinâmica do Portal – quando os participantes se votam e escolhem o eliminado -, uma vez que era necessário que ao menos naquele momento o apresentador provocasse os competidores. Nem mesmo as entrevistas com os eliminados rendiam.
André fazia perguntas burocráticas e desinteressantes. Somente no último dia, na final, que o público o viu descontraído e provocativo. Deveria ter sido assim desde o início, mas ele não voltará ao comando da atração em 2022.
A troca de André Marques por Márcio Garcia no The Voice Kids foi prejudicial para ambos.
E foi visível a fraca apresentação de Márcio a cada semana. A impressão é que não faria falta alguma se não estivesse ali.
Os técnicos Carlinhos Brow, Michel Teló e Gaby Amarantos poderiam levar o programa sem maiores dificuldades. A presença do apresentador apenas mostrou uma pessoa desconfortável e apática na função.