Acusado de não mudar uma vírgula da versão original de Pantanal (1990) no remake de 2022, Bruno Luperi adotou outra postura em Renascer. O novelista vem alterando os rumos da obra criada pelo avô Benedito Ruy Barbosa.

Giullia Buscacio e Juan Paiva em Renascer
Giullia Buscacio e Juan Paiva em Renascer

Porém, seria melhor que não tivesse feito. Afinal, boa parte das alterações criadas por Luperi deixaram a novela ainda pior. O autor não foi feliz nas adaptações e acabou destruindo várias histórias que engajaram o público em 1993.

A perda do bebê de Sandra (Giullia Buscacio) e a partida de Rachid (Almir Sater) são algumas das mudanças questionáveis.

Novela sem amor

Uma boa história de amor é o ingrediente básico de qualquer folhetim. Mas, em Renascer, não há casais pelos quais o público pode torcer.

João Pedro e Sandra eram o melhor casal de Renascer. Os personagens têm química, protagonizaram boas cenas e encantaram o espectador. Porém, com as mudanças na novela, esse amor vai ficando cada dia mais distante.

Nos próximos capítulos, Sandra vai perder seu bebê e, depois disso, partirá para Salvador, deixando João Pedro para trás. O casal, então, viverá momentos ainda mais tristes. O romance ficou, definitivamente, para trás.

Corações partidos

Camila Morgado e Almir Sater em Renascer
Camila Morgado e Almir Sater em Renascer

Quem supriu a falta de um bom par romântico em Renascer foi o casal formado por Dona Patroa (Camila Morgado) e Rachid (Almir Sater). As aventuras sexuais dos pombinhos divertem e arrancam risos do público na novela.

No entanto, Bruno Luperi inventou uma nova trama sobre Jacutinga (Juliana Paes). Para abrir a possibilidade do retorno da cafetina, o autor criou uma despedida de Rachid, que vai partir em busca da amada do amigo Norberto (Matheus Nachtergaele).

Assim, o casal preferido do público da novela será separado por conta desta nova história. Luperi, então, vai tirar de cena um dos poucos momentos de alívio e diversão da novela. É uma pena!

Casal que ficou de fora

Outra decisão questionável de Bruno Luperi foi transformar Lívio (Brenno da Mata) num pastor. Na primeira versão, o personagem foi vivido por Jackson Costa e era um padre que se apaixonava por Joaninha (Tereza Seiblitz).

Em 1993, o público embarcou no amor proibido do padre, que se via dividido entre a paixão e a vida religiosa. Os espectadores torciam para que ele largasse a batina de vez e se entregasse ao amor.

Mas, como Lívio é um pastor, a questão do celibato ficou de fora do remake. Lívio e Joana, pelo jeito, sequer se apaixonarão. Assim, um dos melhores casais de Renascer acabou ficando de fora do remake.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor