Mudança no comando não deve ser suficiente para ressuscitar programa
28/08/2022 às 9h45
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O The Voice Brasil, da Globo, chega à sua 11ª temporada com uma grande novidade: depois de anos tendo Tiago Leifert à frente (e uma curta passagem de Andre Marques na temporada passada), a competição musical agora terá Fátima Bernardes como mestre de cerimônias. Em sua nova empreitada, Fátima terá a companhia de Thaís Fersoza, que repete no The Voice “principal” a mesma função exercida no The Voice +.
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No entanto, tão importante quanto os apresentadores são os técnicos. São os músicos quem, de fato, comandam a competição, já que são os responsáveis por selecionar os participantes e dividi-los em times, formando a dinâmica da disputa. Mas, nesta seara, a renovação do The Voice Brasil fica devendo.
Entra ano e sai ano, as mudanças nas cadeiras dos técnicos ficam restritas ao mesmo time de cantores de sempre, com uma ou outra troca entre as franquias do talent show. Em 2022, os técnicos do The Voice Brasil serão Michel Teló, Lulu Santos, Iza e Gaby Amarantos.
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Destes, Lulu Santos é “intocável”, pois está no programa desde a estreia. Já Michel Teló, o grande campeão da atração, emplaca sua oitava participação na atração. Iza está em sua quarta participação.
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Ou seja, Gaby Amarantos é a única novidade de fato entre os técnicos. Mas até ela não é uma estreante de verdade, pois passou a fazer parte da franquia no The Voice Kids, em 2021.
Muda, mas não muda
Sem desmerecer os músicos que compõem a bancada do The Voice Brasil, já que todos são muito competentes, mas o programa ganharia se a renovação fosse mais consistente. Afinal, conforme os anos vão passando, a tendência é que os técnicos vão se transformando em caricaturas de si mesmos, ao reforçar uma persona assumida durante a competição.
Lulu Santos, que está em sua 11ª temporada, é o maior exemplo disso. A cada nova leva de episódios, vai ficando mais e mais previsível a maneira como o veterano se comporta, como reage a cada apresentação, e até mesmo o que vai dizer para seus competidores.
Algo semelhante aconteceu com Claudia Leitte e Carlinhos Brown, que passaram anos ali e, em cada temporada, foram alcançando um tom cada vez mais “over”. Isso vai aborrecendo o público, já que a tendência é cansar.
Iza e Gaby Amarantos ainda são “sangue novo”, e não estão contaminadas pelo processo. Mas, se esquentarem demais a cadeira giratória, não demorará para que até elas comecem a pecar pelo excesso.
A chegada de Fátima Bernardes é uma boa novidade, assim como a presença de Thaís Fersoza. Mas o The Voice Brasil ainda peca pela falta de coragem de promover uma renovação radical no time de técnicos. Isso, provavelmente, ajudaria a ressuscitar o programa, que anda em baixa há algum tempo.