Exibida entre junho de 2004 e março de 2005 pela Globo, Senhora do Destino substituiu Caminho das Índias no Canal Viva em março. Além do grande sucesso, a trama de Aguinaldo Silva ficou marcada pela morte de uma atriz durante sua exibição, o que acarretou na entrada de Cristina Mullins na produção.

Senhora do Destino - Miriam Pires e Susana Vieira
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Estamos falando de Miriam Pires. Dona de um belo par de olhos azuis, ela iniciou sua carreira artística em 1954, como radioatriz, seu sonho de menina, na Rádio Mundial. Miriam teve passagens também pela Rádio Mayrink Veiga e Rádio Tupi.

Carreira

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Miriam Pires apareceu na televisão pela primeira vez no Teatro de Câmara, na TV Continental, em 1959. Foi então para a TV Paulista, onde trabalhou em várias novelas curtas, como Nuvem de Fogo (1963) e Ilusões Perdidas (1965).

Contratada pela Globo em 1969, ela tornou-se um dos principais nomes da emissora e esteve presente em inúmeras produções que marcaram época, como Véu de Noiva (1969), Irmãos Coragem (1970), Bandeira 2 (1971, foto acima), O Homem que Deve Morrer (1971), O Bofe (1972), Cavalo de Aço (1973), O Semideus (1973), Cuca Legal (1975), Pecado Capital (1975), Senhora (1975), O Casarão (1976), Locomotivas (1977), Nina (1977), Te Contei? (1978), Gina (1978), A Sucessora (1978) e Os Gigantes (1979).

Na década seguinte, ainda na emissora de Roberto Marinho, atuou em Baila Comigo (1981), Final Feliz (1982) e Sétimo Sentido (1982). Em 1983, assinou com o SBT e esteve em Anjo Maldito. Em 1984, foi protagonista em Meus Filhos, Minha Vida.

De volta à Globo, Miriam fez a minissérie Tenda dos Milagres (1985). A partir de 1986, ela atuaria em várias tramas da Rede Manchete, como Dona Beija (1986), Tudo ou Nada (1986), Carmem (1987) e Olho por Olho (1988). Depois, na Bandeirantes, integrou o elenco de Capitães de Areia (1989), baseada na obra de Jorge Amado.

Volta à Globo

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No mesmo ano, ela retornou à Globo mais uma vez para viver a divertida Milu (foto acima), de Tieta, trama na qual se destacou com o bordão “Mistério…”. Ainda no canal carioca, atuou em Meu Bem, Meu Mal (1990). Em 1991, ela pode ser vista em Ilha das Bruxas, na Manchete, e em seguida na Globo, em Salomé.

Outros trabalhos da veterana artista no canal foram Pedra Sobre Pedra (1992), Sonho Meu (1993) e Memorial de Maria Moura (1994).

Miriam teve também uma nova passagem pela Manchete, onde fez Tocaia Grande (1995), Xica da Silva (1996) e Mandacaru (1997).

Nos anos 2000, trabalhou em Uga Uga (2000), Um Anjo Caiu do Céu (2001), Desejos de Mulher (2002), Mulheres Apaixonadas (2003), Kubanacan (2003), A Diarista (2004) e Senhora do Destino (2004), seu último trabalho na televisão.

Toxoplasmose

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Em Senhora do Destino, ela interpretava a cozinheira da casa de Maria do Carmo (Susana Vieira), Clementina. No decorrer da história, a personagem lançaria um livro de receitas, A cozinha de Dona Clementina, que, misturando ficção e realidade, foi lançado pela Editora Globo, reunindo diversas receitas da personagem, escolhidas pelo próprio autor.

Na época, Miriam se mostrava empolgada com sua personagem na novela e afirmou que, além de se dar bem com as panelas, cozinhar era um ato amor.

“Tem que gostar, ter prazer em preparar a comida. Até um ovo frito tem que ser feito com carinho. O amor é o melhor de todos os temperos”, disse ao O Globo, em 18 de julho de 2004.

Contudo, a consagrada atriz não chegaria até o fim da produção, pois veio a falecer em 7 de setembro de 2004, aos 77 anos de idade. Ela foi vítima de toxoplasmose, doença que acabou atingindo seu cérebro.

A Globo, já preparada para uma eventual ausência de Miriam Pires, escalou Cristina Mullins para interpretar Aurélia, filha de Clementina, para justificar a falta dela.

Miriam Pires foi casada quatro vezes e tinha uma filha adotiva, Myrian Duque Pires.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor