Veterana da televisão brasileira, Zezé Polessa brilha como Cândida em Amor Perfeito. Na reta final da novela das seis, a personagem vive uma grande reviravolta, já que passará de primeira-dama para o cargo de prefeita de Águas de São Jacinto, cidade fictícia onde a trama se passa.

Atriz Zezé Polessa como Cândida em Amor Perfeito
Atriz Zezé Polessa como Cândida em Amor Perfeito (Reprodução / Globo)

Dona de um currículo que fala por si, Zezé Polessa já precisou enfrentar polêmicas em sua vida pessoal. Em 2012, a atriz passou por uma triste situação, quando um motorista que a levava faleceu pouco depois de realizar trajeto. Na época, foi noticiado que o profissional passou mal após discutir com a atriz. Porém, Zezé provou que a discussão jamais aconteceu.

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Morte do motorista

Zezé Polessa em depoimento na delegacia
Zezé Polessa em depoimento na delegacia (AGNews)

Em janeiro de 2013, a atriz Zezé Polessa foi apanhada em sua casa pelo motorista Nelson Andrade Lopes, funcionário de uma locadora de automóveis que prestava serviço à Globo. A estrela seria levada para uma gravação externa da novela Salve Jorge, trama na qual vivia a personagem Berna.

No entanto, por uma falha de comunicação, o profissional acabou levando a estrela para o lugar errado. Ao descobrir o engano, a atriz e o motorista seguiram por um novo caminho e ficaram presos em um congestionamento. Por conta disso, Zezé acabou chegando atrasada às gravações.

Pouco tempo após o ocorrido, o motorista Nelson faleceu, vítima de um infarto, aos 63 anos de idade. Na época, um jornal publicou que Zezé Polessa teria discutido com o idoso na portaria do Projac – atualmente chamado de Estúdios Globo – e que teria passado mal depois disso.

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“Exagero investigatório”

Cândida (Zezé Polessa) em Amor Perfeito
Cândida (Zezé Polessa) em Amor Perfeito (reprodução/Globo)

Por conta da repercussão do caso, foi aberto um inquérito para apurar uma suposta responsabilidade de Zezé Polessa na morte do motorista. O delegado Maurício Mendonça, da 32ª Delegacia de Polícia da Taquara, no Rio de Janeiro, explicou à revista Veja, em 22 de janeiro de 2013, que o objetivo do inquérito era confirmar se a atriz descumpriu o Estatuto do Idoso, que estabelece pena de prisão de seis meses a um ano para quem “humilhar, desdenhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa”.

No entanto, a mesma reportagem ressaltava que o idoso tinha problemas de saúde. Ele era hipertenso e, de acordo com a publicação, já havia saído de casa passando mal. Lopes tinha a intenção de procurar o hospital após concluir o serviço.

Zezé Polessa chegou a prestar depoimento à polícia. No entanto, em 6 de fevereiro de 2013, o portal G1 informava que o juiz responsável pelo caso arquivou o inquérito que investigava a atriz.

“Foram ouvidas as testemunhas Alexandre de Souza Lopes, Luciana de Souza Lopes, Vitor Lima Carvalho e Ildebrando Clementino dos Santos e Maria de Castro Polessa (a atriz Zezé Polessa), conclui que os depoimentos acima referidos não trazer qualquer informação capaz de vincular a investigada às praticas criminais inicialmente cogitadas. Não há nada – absolutamente nada – nos autos que possam incriminar a investigada Maria de Castro Polessa. Tanto certo que se percebe que houve evidente exagero investigatório. Portanto, insistir nesses autos representaria expor ainda mais a atriz ao constrangimento policial, sem que haja qualquer fundamento técnico para tanto. Por isso, a única solução verdadeiramente justa que se apresenta é o arquivamento dos autos”, deferiu o juiz Marco José Mattos Couto.

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“Foi muito sofrido”

A Força do Querer - Tonico Pereira e Zezé Polessa
Zezé Polessa e Tonico Pereira em A Força do Querer (Divulgação / Globo)

Após o arquivamento do caso, Zezé Polessa falou ao portal G1, em 8 de fevereiro de 2013, e revelou que toda esta história lhe fez muito mal. A atriz negou que tenha discutido com o motorista, já que ele nem sequer a tinha levado ao Projac, como foi noticiado. Zezé disse que Nelson a deixou na locação, e que, depois disso, ela foi aos estúdios da Globo com o maquiador da novela. Ou seja, o motorista jamais a deixou na emissora.

“Fiquei arrasada [com o falecimento de Nelson], pois estive com ele pela manhã. Ficamos bastante tempo juntos, no carro. Fiquei bem chocada. Liguei para a produção para saber do que ele tinha morrido. Cheguei em casa e ainda comentei com o meu filho. No dia seguinte, enquanto saía para gravar, uma repórter me perguntou se eu sabia que o meu motorista havia morrido. Eu disse que sim, que estava muito triste e ainda expliquei que ele não era meu motorista particular, mas havia me conduzido naquele dia. E ela perguntou: ‘E você sente-se culpada pela morte dele?’. Aquilo foi um choque para mim. E tive que conviver com isso desde então. Fiquei dois dias meio nesse estado. Não podia falar com a família dele, porque já havia recebido a notícia de que eles não queriam falar comigo. Minha vida virou uma confusão. Ele teve um infarto. Estive com ele das 7h30 às 9h45 apenas. Agora, um jornalista fez uma associação desse tipo por ignorância ou com má intenção. Nitidamente queria me incriminar”, relatou.

A atriz revelou ainda que chegou a procurar a família de Nelson após a decisão do juiz de arquivar o caso. Ela ressaltou que viveu dias muito difíceis.

“Para a minha família, foi um sofrimento horroroso. Foi muito sofrido mesmo. Mas todo mundo sabia que era um exagero, que a notícia tinha sido fabricada. Eu estou dando essa entrevista e querendo falar disso porque sou uma pessoa pública. Eu preciso esclarecer. Eu não tinha que ficar dizendo ‘Eu não matei o Seu Nelson’. Isso, para mim, é um absurdo tão grande… E as pessoas que não me conhecem e que acreditam em tudo o que leem me perguntavam exatamente isso. Como isso foi esclarecido legalmente, durante uma investigação policial, achei que a hora de esclarecer era essa”, desabafou.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor