Morre Rogéria, aos 74 anos; participação da atriz em Tieta foi manifesto contra homofobia

Rogéria em Lado a Lado

Rogéria em Lado a Lado

Ironia do destino: no mesmo dia em que o VIVA exibiu a cena da chegada de Ninete em Santana do Agreste, na clássica Tieta (1989), sua intérprete Rogéria deixou os palcos da vida para figurar no olimpo das grandes estrelas. A atriz faleceu na noite desta segunda-feira (4), aos 74 anos, no Rio de Janeiro, dias após ser hospitalizada em razão de uma infecção urinária, agravada após uma crise convulsiva.

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Nascida Astolfo Barroso Pinto, em 25 de maio de 1943, Rogéria se considerava transgênero, embora não tivesse passado pela cirurgia de redesignação sexual. Ícone da causa LGBT, a atriz iniciou a carreira artística trabalhando como maquiadora na TV Rio. Participou como jurada do programa do Chacrinha, atuou como repórter em diversos programas e se aventurou nas novelas, com destaque, claro, para Tieta.

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Sua participação na obra de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares rendeu cenas que hoje servem de bandeira à causa LGBT. No capítulo desta terça-feira, no ar às 15h30, assediada pelo machista Amintas (Roberto Bonfim), Ninete revela seu nome de batismo: Valdemar. A beata Perpétua (Joana Fomm) reage indignada, tentando colocar os habitantes de Santana do Agreste contra o “invertido”.

A empreitada gera reações de Padre Mariano (Cláudio Corrêa e Castro) e de Tieta (Betty Faria), que questiona o preconceito de seu sobrinho e amante Ricardo (Cássio Gabus Mendes): “aos olhos de Deus, é a aparência que importa ou o caráter?” e “cada um que encontre a sua maneira de ter prazer, de amar, de viver… Só porque não é igual à tua maneira, você vai achar que tá errada?”, indaga a “cabrita”.

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Perpétua, por sua vez, se aquieta quando Tieta ameaça revelar para todos os moradores da cidadezinha o conteúdo da misteriosa caixa que sua irmã guarda a sete chaves. Ninete sai de cena no capítulo de sábado, dia 8, levando consigo a viúva Tonha (Yoná Magalhães) – que voltará repaginada, totalmente diferente do tempo em que era esposa do “canguinha” Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos).

Depois de Tieta, Rogéria participou de episódios do Sai de Baixo (1996), Você Decide (1992), Brava Gente (2001) e Dicas de um Sedutor (2008). Em novelas, atuou em Paraíso Tropical (2007), Duas Caras (2007), Lado a Lado (2012) e Babilônia (2015).

Como Carolina em Paraíso Tropical (2007), com Daisy Lúcidi.


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