Nesta segunda-feira (20), faleceu a atriz e comediante Marina Miranda, famosa por vários programas de humor na Globo. A atriz, que sofria de Alzheimer, foi internada no domingo (19), no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, em estado grave, com um quadro de infecção urinária e pulmonar. Marina completaria 91 anos: ela nasceu em Paraíba do Sul, no estado do Rio, em 30 de setembro de 1930.

A comediante começou sua carreira no rádio, em programas de humor, e logo migrou para a televisão. Estreou em 1963, no Noites Cariocas, na TV Rio. Passou pelo O Riso é o Limite (TV Rio, 1963-1964), pelas duas versões do Balança Mas Não Cai, da Globo (1968-1971 depois 1982-1983), Os Trapalhões (1979-1987 depois 1993-1994), A Festa é Nossa (1984), Escolinha do Professor Raimundo (1992-1993 depois 2001) e Zorra Total (2000).

Também atuou em novelas, geralmente interpretando a criada debochada e indolente: Dona Xepa (1977), Dancin´ Days (1978), Vereda Tropical (1984), A Gata Comeu (1985), Mandala (1987), Bebê a Bordo (1988) e O Dono do Mundo (1991).

Marina fugiu desse estereótipo quando participou da minissérie Tenda dos Milagres (1985) e quando atuou na Record TV, na novela Prova de Amor (2005) e na trilogia Os Mutantes (2007 a 2009).

Seu último trabalho foi o Balada Baladão, especial de fim de ano da Record TV, em 2010. Marcada pelo humor irreverente e caricato, a atriz é lembrada por personagens como Dona Mandala e, depois, Dona Charanga, alunas da Escolinha do Professor Raimundo; e a namorada de Tião Macalé (1926-1993), a quem ele se referia com o com o bordão “Crioula difícil!“. A dupla fez sucesso no rádio e migrou para a TV.

A atriz tem uma biografia: “Além da Crioula Difícil“, escrita por Clóvis Corrêa, que a cita como a primeira humorista negra a se destacar na TV brasileira.

A nova geração, que vem do YouTube, os influencers, não conhecem a Marina. Quando se fala de humor, as pessoas se lembram dos Trapalhões, mas não dela. Isso me entristeceu e tive a vontade de mostrar que Marina é muito mais do que (a parceira de) Tião Macalé”, comentou o biógrafo em entrevista ao Estado Minas, em outubro de 2020.

Em 2010, Marina Miranda foi premiada com o Troféu Raça Negra 2010, pela sua contribuição para as Artes do país. O Brasil perde mais um pouco de sua graça.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor