Faleceu neste domingo (10), às 8h50, a atriz Eva Todor. Aos 98 anos, ausente do vídeo desde a novela Salve Jorge (2012), Eva enfrentava complicações relacionadas ao Mal de Parkinson. De acordo com informações do site Folias Teatrais, a atriz vinha sendo assistida em casa, por conta de uma pneumonia, pelo médico que a acompanhava há décadas, Dr. Alfredo Martins Sebastião. Amigos próximos, além de uma equipe de enfermagem, ampararam Eva, acamada desde o início do ano.

Húngara, nascida em 9 de novembro de 1919, Eva Fódor Nolding foi matriculada pelos pais, aos 4 anos, na Ópera Real da Hungria. No Brasil, para onde migrou com a família fugindo das dificuldades pelas quais passava a Europa no pós-guerra, prosseguiu com os estudos de balé clássico. Aos 9 anos, já se apresentava em espetáculos solo no Teatro Municipal de São Paulo.

Em seu primeiro teste como atriz, foi reprovada por não saber falar o português corretamente. Se reencontrou no teatro de revista, onde conheceu o diretor Luis Iglesias, com quem se casou aos 14 anos. Para a esposa, Luis montou uma companhia de comédia, sucesso por mais de 20 anos. Em 1960, a estreia no cinema, ao lado de Oscarito, no longa-metragem Os Dois Ladrões, de Carlos Manga.

Na TV, estreou na Tupi, na série As Aventuras de Eva (1961). Sua primeira novela foi E Nós, Aonde Vamos? (1970), último trabalho da autora cubana Glória Magadan no Brasil. Voltou a dedicar-se apenas ao teatro nos anos seguintes, até ser convidada para Locomotivas (1977), a primeira novela a cores do horário das 19h, escrita por Cassiano Gabus Mendes. Explodiu em todo o país como a vedete Kiki Blanche, reeditada por ela em Tititi (2010), de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari.

Com Cassiano, esteve também em Te Contei? (1978). Atuou ainda em trabalhos de Janete Clair – Coração Alado (1980) e Sétimo Sentido (1982) -; de Aguinaldo Silva – Partido Alto (1984), O Outro (1987) e Suave Veneno (1999), que considerava um de seus melhores trabalhos -; de Glória Perez – De Corpo e Alma (1992), Hilda Furacão (1998), América (2005) e Caminho das Índias (2009).

Dentre tantas produções, contudo, a preferida era Top Model (1989), onde vivia Morgana, matriarca dos Kundera, rodeada de netos. Ao site Memória Globo, Eva Todor declarou: “Eu tive um trabalho muito bonito. Tenho muita saudade daquela época e tenho pena de não ter trabalhado mais com ele [Antônio Calmon, um dos autores da trama]”. Também elogiava constantemente a parceria com Walcyr Carrasco e Mário Teixeira, de O Cravo e a Rosa (2000), como a hilária dona Josefa. Ainda, uma curiosa incursão no cinema, em Meu Nome Não é Johnny (2007), onde vivia uma traficante de drogas.


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.