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Deus Salve o Rei está em plena reta final e Daniel Adjafre reservou bons enigmas para as últimas semanas de novela, despertando a curiosidade do público. Não por acaso, os índices de audiência aumentaram e o folhetim chegou a picos de 30 pontos recentemente. A trama, dirigida por Fabrício Mamberti, agora ficou voltada para o passado de três personagens: Catarina (Bruna Marquezine), Amália (Marina Ruy Barbosa) e Brice (Bia Arantes). Passado que implica em grandes viradas no enredo.
A identidade da filha de Brice passou a ser um dos trunfos do roteiro e a procura da bruxa por sua herdeira proporcionou boas cenas para Bia Arantes, que emociona nos momentos de dor da personagem até então maquiavélica. Esse sofrimento serviu para humanizar a parceira de Selena (Marina Moschen) e Agnes (Mel Maia). Havia uma intencional dúvida em torno de Amália e Catarina. Quem seria a filha da bruxa? E quem seria o pai? O questionamento sobre o amor do passado da feiticeira também gerou outro possível conflito, pois o canalha Otávio (Alexandre Borges) passou a mencionar com mais frequência a filha que perdeu anos atrás.
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Seria ele o homem com quem a bruxa se relacionou? Mas então Catarina não poderia ser a filha, pois teve relações sexuais com o rei e engravidou. Para uma novela das sete, uma situação pesada demais. Ou seja, tudo indicava que Amália era a herdeira.
Assim, também ficaria com o título de nobreza e poderia se casar com Afonso (Rômulo Estrela) no final da trama. Porém, quando uma parte do mistério parecia solucionada, tudo mudou novamente. Augusto (Marco Nanini) deixou escapar que havia um passado nebuloso sobre o parto da falecida esposa.
Por sua vez, Constância (Débora Olivieri), em uma conversa com Amália, falou da dificuldade em perdoar uma traição, principalmente quando há uma gravidez envolvida. Pelo diálogo, ficou evidente que o falecido Martinho (Giulio Lopes) teve um caso extraconjugal. E como Brice havia dito que o amor de sua vida era um homem muito bom, a ligação com o pai da mocinha se firmou. Ou seja, Catarina é uma plebeia e irmã de Amália.
Vilã e heroína com laços sanguíneos, fazendo jus ao clichê de um bom folhetim. E essa virada era até então inimaginável. Ponto para o autor que soube entrelaçar a história com competência, criando uma atrativa reta final – o contexto das herdeiras não estava na sinopse, mas ficou tudo tão bem ligado que várias pontas soltas ainda despertam atenção. Uma ideia elaborada ao longo da trama que funcionou. Quem seria então a filha perdida de Otávio? Uma terceira personagem entrou no enigma. Diana (Fernanda Nobre)? Selena? Até mesmo Lucrécia (Tatá Werneck)?
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A filha é Selena, mas todas as dúvidas proporcionam boas teorias e despertam o interesse do telespectador. A ex-chefe da Guarda de Montemor (e também bruxa) ser uma nobre, aliás, resulta em uma inesperada e atrativa reviravolta. A principal qualidade deste mistério é a união de vários ganchos nas últimas semanas, implicando em uma mudança drástica na vida de vários personagens importantes. O autor foi bem mais ousado, deixando de lado qualquer tentativa de elaborar um “quem matou?”, recurso quase sempre obrigatório em novelas que passaram por problemas. Vale mencionar, ainda, o cerco se fechando em torno de Catarina, a redenção/morte de Virgílio (Ricardo Pereira) e a união de Otávio e Rodolfo (Johhnny Massaro) para derrubar Afonso do trono como elementos que têm ajudado a movimentar as últimas semanas de história.
As cenas em que Brice tenta se aproximar de Catarina, agora que já sabe que é sua filha, têm despertado atenção e os efeitos especiais em torno dos poderes da bruxa merecem menção. A virada de jogo promovida por Afonso, resultando na queda da vilã e de sua fiel escudeira Lucíola (Carolina Ferman), também movimentou a reta final, assim como o resgate do Rei Augusto (Marco Nanini). E todas as conclusões em torno do parentesco das personagens prometem outras sequências convidativas.
Deus Salve o Rei vem conseguindo prender o público em suas últimas semanas e o crescimento da audiência é um justo reconhecimento ao bom momento da história, que não perdeu mais o fôlego desde que Afonso retomou o trono de Montemor.