Mion, Huck e Groisman: mudanças vão ditar novos rumos da Globo

Marcos Mion no comando do Caldeirão (Reprodução / Globo)

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Em  comunicado enviado à imprensa em junho deste ano, a Globo divulgou mudanças em seu organograma. Entre as novidades, foram anunciadas as criações de duas novas diretorias de gênero: Humor e Auditório. Esta última foi entregue à Monica Almeida.

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Ao criar uma diretoria específica para seus programas de auditório, a Globo indica que vai voltar a investir no gênero. Além dos atuais programas de Marcos Mion, Serginho Groisman e Luciano Huck, o canal pode ampliar o leque de atrações no segmento e resgatar o formato, que não anda em sua melhor fase.

Formato histórico

Ao lado do jornalismo e da teledramaturgia, os programas de auditório formam o pilar fundamental da TV brasileira desde sua inauguração, em 1950. Oriundo do rádio, o formato chegou à telinha bastante ancorado na figura do animador, transformando apresentadores em estrelas da TV.

Silvio Santos, Hebe Camargo, Raul Gil, Chacrinha, Flávio Cavalcanti e Bolinha foram algumas das lendárias figuras que escreveram seus nomes na história da TV ao comandarem programas onde o auditório era um personagem fundamental.

Porém, grandes animadores estão em extinção. Os atuais programas de auditório são comandados por artistas como Celso Portiolli, Eliana, Luciano Huck ou Marcos Mion, todos com mais de 20 anos de TV. Não há uma renovação neste segmento, que tende a se perder.

Em baixa

Serginho Groisman no comando do Altas Horas (Divulgação / Globo)

Talvez por isso, as emissoras abertas investem cada vez menos em programas de auditório. O SBT, por conta do legado de Silvio Santos, é o único a ainda ter uma maior variedade de shows do gênero, com Ratinho, Raul Gil, Patricia Abravanel e cia. Mas é pouco, se lembrarmos que, no passado, a linha de shows da emissora era cheia de programas de auditório.

Na Record, Rodrigo Faro é um “herói da resistência”. Na Band, a situação é ainda pior: o único produto do gênero, até pouco tempo atrás, era o Faustão na Band, que foi extinto e substituído pelo Melhor da Noite, que é uma mistura de programa de auditório e revista eletrônica.

A Globo também já deu mais espaço aos auditórios. No entanto, atualmente, são três os programas de grade no gênero: Caldeirão com Mion, Altas Horas e Domingão com Huck. Um número modesto para o tamanho da emissora.

 

Novidades?

Luciano Huck à frente do Domingão (Reprodução / Globo)

Ao anunciar a criação da Direção de Gênero Auditório, a Globo sinalizou que dará mais atenção ao formato. A nova diretoria é comandada por Monica Almeida, diretora do Conversa com Bial e profissional envolvida com algumas das novidades mais interessantes da emissora nos últimos anos, como o Linha Direta e o Som Brasil.

O nome de Monica Almeida já aparece nos créditos dos programas de Luciano Huck, Marcos Mion e Serginho Groisman. Porém, por enquanto, não há uma movimentação para lançar outros programas do segmento. Mas espera-se que o canal volte a investir no filão e promova mais lançamentos na área.

Vale lembrar que a Globo já teve programas como Esquenta!, Amor & Sexo, Planeta Xuxa e tantos outros programas de auditório que fizeram história. Porém, são programas que perderam espaço para formatos vindos de fora, sobretudo reality shows.

A expectativa, portanto, é que a nova diretoria crie novidades na área e livre o canal de tamanha dependência de realities, que estão cada vez mais batidos e repetitivos. É hora de voltar a valorizar o auditório “raiz”.

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