A nossa publicidade é uma das melhores do mundo. Já faturamos os principais prêmios da propaganda mundo afora e influenciamos publicitários de vários países.

Muitos comerciais entraram para a história e são lembrados até hoje. Vamos ver as histórias de alguns dos mais premiados comerciais dos últimos tempos:

Seagram – Das lágrimas ao sorriso

Em 1973 não era comum ver as indústrias de bebidas alertando sobre os perigos do excesso de álcool. A famosa frase “se beber, não dirija” não existia nas peças publicitárias.

No entanto, Jose Zaragoza, sócio da agência DPZ, teve a ideia de criar uma campanha na televisão para a Seagram, na época a maior destilaria do mundo. A empresa não aceitou, mas, mesmo assim, Zaragoza realizou a campanha junto com o diretor de cinema Andrés Bukowinski e, dividindo os custos, inscreveram a peça no festival de Cannes.

Resultado: o comercial ganhou o Leão de Prata e marcou a história da nossa propaganda com uma mensagem impactante sobre o alcoolismo.

Conselho Nacional de Propaganda – Homem de 40

Em 1974, Washington Olivetto, um jovem publicitário da DPZ, ouviu seu pai queixar-se sobre as dificuldades de se ter um emprego após certa idade por conta da exigência nos classificados de emprego: idade máxima – 40 anos.

Olivetto procurou o Conselho Nacional de Propaganda e, juntos, realizaram diversos anúncios nos jornais mostrando o preconceito das empresas e destacando figuras ilustres que tiveram sucesso após os 40.

Houve uma grande repercussão, mas o ponto principal foi a campanha para a TV que faturou o primeiro Leão de Ouro para o Brasil.

Valisère – O primeiro sutiã

Em 1987, Olivetto já era um publicitário renomado e tinha sua própria agencia: W/GGK (futura W/Brasil). Ele ganhou a conta da marca de lingerie francesa, Valisère.

Aron Rosset, um dos sócios da empresa, procurou Olivetto, dizendo que queria “rejuvenescer” a marca e mostrar que o sutiã de náilon era tão confortável como o de algodão.

A ideia era passar um novo conceito do produto, e, com a ajuda das redatoras Camila Franco e Rose Ferraz, mostrar com delicadeza e suavidade uma fase importante da vida de uma jovem mulher: o primeiro sutiã. A atriz Patrícia Lucchesi era a garota que mostrava essa transformação feminina.

Essa peça, embora controversa nos dias de hoje, foi considerada uma das melhores da história da propaganda mundial e faturou inúmeros prêmios na época.

A publicidade nacional consegue ser fascinante, pois, mesmo após vários anos, esses comerciais se mantém vivos em nossas memórias.

Em breve, mais histórias sobre as principais propagandas da história da nossa publicidade.

Ah, não deixem de ler o livro Na toca dos leões, de Fernando Morais, fonte usada nesse texto.

Ideia e colaboração – Ingrid Nascimento


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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor