Chegamos à última semana de Laços de Família no Vale a Pena Ver de Novo. Mesmo sem grandes mistérios, a trama de Manoel Carlos alcançou grande audiência em sua reta final da exibição, fechando com um dos maiores índices no Ibope desde 1996.

Em 24 de janeiro de 2001, alguns dias antes do último capítulo, o próprio autor adiantou o desfecho dos principais personagens em entrevista à Folha de S.Paulo: Helena (Vera Fischer) fica com Miguel (Tony Ramos); Fred (Luigi Baricelli), com Capitu (Giovanna Antonelli); Clara (Regiane Alves) abandona a filha e vai para Paris com um ricaço; Danilo (Alexandre Borges) volta a viver com Alma (Marieta Severo) e criam os gêmeos dele com Ritinha (Juliana Paes); Paulo (Flávio Silvino) fica com sua fisioterapeuta; e Estela (Júlia Almeida) fica com Bento (Leon Góes).

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Camila (Carolina Dieckmann) se cura da leucemia, após transplante feito com a ajuda do bebê gerado por Helena, terminando a trama feliz ao lado de Edu (Reynaldo Gianecchini), enquanto sua nova amiga, Marcela (Paula Tolentino), acaba morrendo por conta da mesma doença.

A rebelde Ciça (Júlia Feldens) também acaba se dando bem no final, com uma participação especial: o ex-jogador Raí gravou como ele mesmo. “Raí vai estar no aeroporto Tom Jobim quando Ciça está para embarcar para Nova York. Eles puxam conversa, embarcam no mesmo voo e fica claro que passarão a ter um caso de amor”, explicou Maneco.

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Com tudo esclarecido, restava saber o que aconteceria com Íris (Deborah Secco) e Pedro (José Mayer). “Ainda estou em dúvida se ela morre, se fica com o Pedro ou se acaba sozinha. Vou decidir isso no último minuto antes de gravar”, afirmou o autor. Ela acabou ficando com Pedro e terminou a novela grávida de seu amado.

No fim das contas, apesar de diversos problemas nos bastidores, o saldo foi extremamente positivo: audiência de 60 pontos no último capítulo, com picos de 68, média geral de 45 pontos, recorde de CDs vendidos pela Som Livre e, principalmente, crescimento de 4400% no número de doadores de medula nos hospitais, por conta do drama de Camila.

“Estou feliz com a carreira que a novela fez, desde o primeiro capítulo. A aceitação foi grande e atingimos uma audiência muito boa. Fazer uma novela é uma proeza, quase um ato heroico de toda uma equipe onde estão envolvidas dezenas de profissionais. Quando se chega ao fim de uma jornada de um ano, fica difícil fazer um balanço detalhado, porque erros e acertos se perdem pelo caminho, longo caminho de mais de seis mil laudas criadas e escritas”, enfatizou Manoel Carlos em outra entrevista, ao Estadão, em 28 de janeiro. “Só se tem uma ideia do resultado final: se é um sucesso ou se não é. No caso de Laços, a novela pode não ser um marco em teledramaturgia, mas certamente vai ficar como exemplo de uma obra que foi criada e realizada com ampla liberdade”, completou, agradecendo o voto de confiança da direção da Globo.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor