Mesmo com apenas dois meses de exibição, Popstar foi uma boa aposta da Globo

Chamado sempre pela Globo de um ‘formato original’, ou seja, criado pela própria emissora, indo contra a constante compra de formatos estrangeiros, o Popstar estreou no dia 9 de julho e chegou ao fim neste domingo, dia 10 de setembro. Durou apenas dois meses. Mas, pôde se constatar que foi um programa despretensioso e cumpriu sua proposta, podendo ter ficado no ar por pelo menos mais um mês se a produção quisesse.

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Comandado por Fernanda Lima, o reality utilizou o cenário do extinto SuperStar (esse, sim, oriundo de um formato de fora), que também era apresentando por ela. Porém, agora, Fernanda se mostrou muito mais à vontade, deixando o nervosismo (sempre visto na outra atração) de lado. Lembrou até, levando em conta o horário vespertino, seu desempenho no Amor & Sexo. Talvez porque estava entre amigos e não havia tanta gente competindo, como na disputa entre bandas amadoras.

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Os convidados do reality musical, por sinal, foram bem selecionados. Fabiana Karla, Lúcio Mauro Filho, Sabrina Parlatore, Mariana Rios, André Frateschi, Érico Brás, Alex Escobar, Eduardo Sterblich, Cláudio Lins, Murilo Rosa, Rafael Cortez, Marcello Melo Jr. e Thiago Fragoso esbanjaram simpatia e mergulharam de cabeça no objetivo do programa, deixando qualquer constrangimento de lado.

Alguns claramente nunca tiveram uma experiência na música, como Murilo e Alex (os mais desafinados), mas, ainda assim se propuseram a arriscar. Já outros eram bem mais profissionais, como André, Mariana e Cláudio, fazendo sempre apresentações irrepreensíveis. Não por acaso, inclusive, os três foram para a final.

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E, claro, que essa certa discrepância entre os candidatos deixou um aparente clima de ‘injustiça’ com os que não se dividiam entre canto e atuação/apresentação. No entanto, ficou apenas a impressão mesmo. Afinal, é preciso lembrar que Marcello Melo é um dos vocalistas da banda Melanina Carioca e foi um dos piores competidores, desafinando sempre. O próprio Rafael Cortez faz apresentações musicais e lançou até um CD, mas também não foi feliz na disputa. Portanto, ser mais experiente no ramo musical não significou muito.

O júri rotativo acabou sendo um acerto do programa, embora a presença de dez jurados tenha se mostrado excessiva. Muitos nem conseguiam tempo para falar, pois havia muita gente para analisar as performances. Cinco ou seis pessoas já estava de bom tamanho. E entre os destaques estiveram Ana Carolina, Maria Rita, Samuel Rosa e Paula Toller. Esses três merecem todos os elogios pela coragem nas análises, não se preocupando com as vaias do público durante as críticas. Mereciam ser fixos. Baby do Brasil, Fafá de Belém e Elba Ramalho também merecem menção, pois fizeram comentários bem embasados, ainda que tenham quase sempre elogiado todos.

Aliás, a plateia foi o ponto negativo da atração. A ideia de levar grupos de torcedores de cada participante foi um tiro no pé. Mal educadas, as pessoas não toleravam qualquer crítica e vaiavam qualquer jurado que ousasse criticar ou não dar o seu voto. Parecia que todos ali eram artistas completos e baita cantores. Mas, não eram mesmo. Ou seja, isso acabava intimidando muitos jurados, que optavam pela ‘rasgação de seda’, ou então mentiam dizendo que ‘haviam se esquecido de apertar o botão’. Teria sido bem mais produtivo deixar uma plateia única e sem torcida organizada.

A final primou pela justiça, honrando os desempenhos de Mariana Rios, André Frateschi, Sabrina Parlatore, Cláudio Lins e Lúcio Mauro Filho. Todos fizeram grandes apresentações ao longo do mês e mereceram a classificação para o prêmio de R$ 250 mil e um carro.

Já Eduardo Sterblich também marcou presença, mas não merecia. Foi uma exceção. Ele muitas vezes optou pelo deboche e Fabiana Karla era uma candidata mais pronta. Entretanto, o humorista não fez feio e conseguiu empolgar os jurados.

O lado positivo disso tudo foi a representação dos gêneros na final. Mariana defendia o Pop, Sabrina representava a MPB (junto com Cláudio), enquanto Lúcio e André eram os roqueiros. Ou seja, ritmos que andam bem desvalorizados ultimamente no Brasil. Valeu demais ouvir tanta música boa ao longo da disputa, levando seus intérpretes para a grande decisão. A vitória de André foi merecidíssima.

O Popstar não passou de um Karaokê com famosos bem produzido. Mas, não é um demérito. Conseguiu entreter o público e foi uma ótima opção para as tardes de domingo, contrapondo-se aos produtos apelativos e sensacionalistas da concorrência. Tanto que se manteve na liderança isolada – algo que o extinto SuperStar nem sempre alcançava. O êxito da atração implicou em uma segunda temporada encomendada para o ano que vem e resta torcer para que mantenha os pontos positivos, corrigindo os pequenos erros.

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook. Ocupa este espaço às terças e quintas


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