Melhor casal não merece morrer no final de Quanto Mais Vida, Melhor!

Quanto Mais Vida Melhor

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A atual novela das sete vem se encaminhando para seus últimos momentos e foram vários acertos de Quanto Mais Vida, Melhor!. Mauro Wilson fugiu da mesmice com uma proposta inovadora da troca de corpos na teledramaturgia, além da ótima premissa dos quatro protagonistas receberem o aviso da suposta morte de um deles em um ano.

Mas embora tenha situações que marcam pela ousadia, a novela tem clichês típicos de uma boa história, incluindo o romance. E o casal que mais se destaca é o formado por Flávia e Guilherme.

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Valentina Herszage e Mateus Solano viveram Bebeth e Eric, filha e pai em Pega Pega, trama das sete exibida em 2017. Não seria um problema caso a novela não tivesse sido reprisada justamente antes da trama de Mauro Wilson estrear e retomar a saga de produções inéditas na faixa, após reprises por conta da pandemia do novo coronavírus. O risco do público rejeitar era real. Mas isso nunca aconteceu. A força da história, a boa construção dos personagens e o talento dos atores foram fundamentais para evitar o estranhamento.

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Perfis mais atrativos

Os intérpretes em nada parecem seus personagens do folhetim de Cláudia Souto. Aliás, são perfis infinitamente mais atrativos. Flávia é uma dançarina de pole dance que veste uma armadura de mulher bem resolvida para camuflar todas as inseguranças e traumas de sua vida. A personagem acredita ter sido abandonada pela mãe biológica e nunca se deu bem com a madrasta, Odete (Luciana Paes), ainda que tenha tido o carinho do pai, Juca (Fábio Herford). Sempre viveu com dificuldades e precisando de pequenos golpes para sobreviver.

Já Guilherme é um cirurgião bem-sucedido que mora em uma mansão no Leblon, Rio de Janeiro, mas precisou lidar com um casamento repleto de turbulências, incluindo a relação conflituosa de sua mãe, Celina (Ana Lúcia Torre), com a nora, Rose (Bárbara Colen). Para culminar, seu filho, Tigrão (Mateus Abreu), nunca foi fácil de lidar e ainda descobriu que seu herdeiro é fruto da relação da agora ex-mulher com Neném (Vladimir Brichta).

Ou seja, são dois personagens repletos de camadas e que já se destacam através de seus conflitos pessoais. Juntá-los não poderia dar errado. E de fato não deu. Desde a primeira cena ficou visível a química entre Valentina e Mateus. Até porque a construção foi apoiada em todos os clichês de um bom folhetim. Começou com um festival de brigas, graças ao conjunto de diferenças que os repele, passou pela aproximação por conta de vários problemas oriundos da vida programada para a possível morte em um ano e terminou com os dois encantados um com o outro.

A primeira a se apaixonar foi Flávia e o interesse rolou desde a primeira semana de novela. Ali já tinha ficado claro que o casal renderia ótimos momentos. E o autor acertou em não juntá-los imediatamente porque não há nada pior para um romance de novela do que a pressa. A chance de perder a temperatura ao longo dos meses é elevada, incluindo a necessidade de separações forçadas por planos bobos ou mal entendidos que só enrolam o telespectador.

Funcionou

Mauro foi preparando tudo com cuidado e vale lembrar que a produção foi quase toda gravada sem sequer ter ido ao ar. O escritor precisou apostar tudo sem ter a chance de conserto diante de uma resposta negativa do público. Vide o caso da trama da Rose que acabou rejeitada pela audiência e nada pôde ser feito para amenizar.

Porém, no caso de Flávia e Guilherme tudo funcionou a ponto do casal ser um dos principais pontos altos da história. Tanto que os personagens só foram se entender, de fato, quando estavam de corpos trocados.

E, ao contrário de Paula (Giovanna Antonelli) e Neném, que sempre renderam sequências divertidas, os dois nunca foram perfis essencialmente cômicos. Mas viraram um dos focos centrais de humor da história. Solano imitando Valentina e vice-versa durante as declarações de amor e até a primeira transa do casal foi genial.

Já agora, com os corpos destrocados, há aquele clima de ‘novidade’ na relação, pois o público ainda não tinha visto Guilherme apaixonado por Flávia em seu próprio corpo. Agora estão devidamente casados e esperando uma filha. Duas semanas antes do último capítulo para o telespectador poder curtir mais um pouco o casal, que não merece morrer no final da trama (lembrando que um dos quatro protagonistas vai partir por ordem da Morte).

Quanto Mais Vida, Melhor! segue fazendo por merecer muitos elogios e acompanhar a deliciosa sintonia entre Mateus Solano e Valentina Herszage é um presente. O casal ‘Flagui’ faz um merecido sucesso nas redes sociais e honra a importância que tem na trama tão bem conduzida por Mauro Wilson e dirigida por Allan Fiterman.

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