Melhor casal de Além da Ilusão não deveria ter perdido relevância

Além da Ilusão

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A atual novela das seis está em plena reta final e uma das qualidades da história de Alessandra Poggi é a boa seleção de pares românticos. Além da Ilusão reúne todos os clichês de um folhetim de época, incluindo romances açucarados, típicos da faixa das 18h. A autora tem apostado em bons casais para despertar a torcida dos telespectadores. Um dos mais atrativos tem sido o par formado por Olívia (Debora Ozorio) e Tenório (Jayme Matarazzo).

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O mote do casal é um dos maiores clichês da teledramaturgia: a moça que se apaixona por um padre. A trama mais emblemática até hoje foi a protagonizada por padre Pedro (Nicola Siri) e Estela (Lavínia Vlasak) em Mulheres Apaixonadas, exibida em 2003.

O sucesso de Manoel Carlos caiu na boca do povo e um dos maiores êxitos era o amor que a ‘senhorita Estela’ sentia pelo padre. A música tema até hoje é lembrada (a canção italiana Imbranato, cantada por Tiziano Ferro). O final feliz só aconteceu na última semana da produção, após muita insistência da ricaça e várias tentações passadas por Pedro.

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A história atual não teve tanta enrolação. A autora se preocupou em desenvolver o vínculo criado entre os personagens através de pensamentos em comum e atitudes solidárias que os uniam. Olívia logo se apaixonou pelo padre, mas Tenório demorou para perceber as reais intenções da então amiga. Até que levou um choque com a confissão da personagem em uma cena emocionante.

Primeiro beijo

A partir daquele momento, o padre nunca mais teve paz. Isso porque constatou que também estava apaixonado e tinha atração por ela. Olívia tentou se afastar de sua paixão impossível, mas ele sempre se reaproximava. Até que o primeiro beijo aconteceu durante a exibição de um filme em um cinema criado para a população carente da cidade.

O primeiro beijo provocou uma crise existencial no padre. Para culminar, o personagem contraiu malária e ficou sob os cuidados de Olívia. Não demorou para um novo beijo acontecer. E desta vez com uma iniciativa dele, durante um delírio febril. Recuperado da enfermidade, mas abalado com suas convicções, pouco tempo depois, Tenório resolveu sair da cidade. Acabou tendo uma conversa com um amigo padre mais experiente, interpretado pelo ótimo Jayme Leibovitch, e concluiu que não poderia mais negar seu amor. Voltou sem a batina e iniciou um namoro com sua amada.

A cena mais bonita protagonizada pelo par até então foi quando Tenório surgiu sem a batina e Olívia o abraçou emocionada, até beijá-lo, mas, pela primeira vez, sem qualquer receio de infringir algum mandamento de Deus. Foi uma sequência que evidenciou a química vista desde o início entre Debora Ozório e Jayme Matarazzo. Nem precisou de texto. Os atores e a boa direção da equipe de Luiz Henrique Rios foram o bastante para o encantamento daquele tão esperado momento.

Perdeu relevância

Uma pena que o romance tenha perdido relevância quando os dois se uniram. Por um longo tempo a relação dos personagens ficou em segundo plano. Mal tinham cenas juntos. Recentemente, no entanto, o casal vem passando por várias provações. Algumas até forçadas, como por exemplo a prisão de Tenório.

Que ser humano minimamente inteligente assinaria um panfleto considerado subversivo em plena ditadura? Pois o ex-padre assinou e acabou na cadeia. A situação soou ridícula. Mas não foi o bastante. Olívia organizou uma manifestação para exigir a liberdade de seu amado e contra a arbitrariedade da polícia, mas acabou levando um tiro na barriga. Não morreu, mas perdeu o útero.

A pergunta é: por qual razão? Não havia qualquer necessidade de algo assim para a narrativa. O tiro rendeu ótimas cenas dramáticas, mas a garota perder o direito de ser mãe biológica é um excesso de tragédia que causa uma péssima impressão. Isso porque parece que os dois estão sendo punidos por conta do ex-padre ter largado a batina. Será que é a intenção da autora?

Destaques

A atriz estreou na televisão em 2016, na novela Totalmente Demais, quando interpretou Gilda (Leona Cavalli) na adolescência. Eram breves cenas de flashback, mas Debora já tinha mostrado talento. Fez uma breve participação em O Rico e Lázaro na Record, em 2017, vivendo Nitócris jovem, e voltou para a Globo em 2018 novamente para viver outra personagem na juventude: Alzira (Deborah Evelyn). Após ter participado de três produções durante poucos capítulos, teve a oportunidade de estar em um folhetim inteiro em Espelho da Vida, exibida em 2019.

Foi na história de Elizabeth Jhin que a intérprete teve sua maior chance. E se destacou na pele da deslumbrada Paty, uma patricinha mimada e debochada. Na série Filhas de Eva, exibida pela Globoplay e atualmente na Globo, expôs uma faceta ainda desconhecida e se destacou como Dora, uma ativista determinada.

Já Jayme estreou na tevê em 2009, na minissérie Maysa – Quando Fala o Coração, e participou de várias novelas, entre elas vários sucessos como Cordel Encantado (2011), Cheias de Charme (2012), Sangue Bom (2013) e Sete Vidas (2015).

Além da Ilusão está a poucas semanas do fim e a relação entre Olívia e Tenório foi um dos acertos da produção. Sempre bom ver dois talentos com tanta química em cena. Debora Ozório e Jayme Matarazzo transformaram o casal em um dos mais bonitos da novela das seis. A ponto de parecerem até os mocinhos da história.

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