Mascarado mostra o rosto e Bia descobre a verdade sobre o pai: ótima semana em A Viagem
16/05/2021 às 0h43
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A Viagem – Semana #21
• Agora começa uma fase boa da novela, a queda de Ismael após Bia descobrir a verdade sobre o pai. Valeu a pena esperar essa catarse. Acho muito engenhoso todo esse recurso usado pela autora: decepcionada, Bia foge de tudo e de todos e é amparada por um homem misterioso – Igor, personagem de Jayme Periard – em quem passa a projetar a figura paterna que sempre buscou.
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• Começaram os primeiros sinais de que Alexandre pode estar disposto a mudar. Pediu ajuda aos espíritos de luz que visitam o Vale dos Suicidas (ainda que esteja preso à sua sede de vingança) e tentou ajudar Bia: “Sua mãe é chata, mas eu não tenho nada contra você. Volta pra casa, garota!“.
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• É um entrecho bem absurdo essa viagem de Diná, que acompanharia Guiomar e Andreza ao Caribe apenas para garantir que a megera não influenciasse Andreza contra Raul. Porém, tem um propósito: é quando Diná, que passou mal no voo, descobre que tem um problema no coração. Detalhe para Andreza fumando nas dependências do hospital – não sei se na época era permitido (acho que não!) ou se foi um deslize da direção.
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Você encontra no YouTube essa sequência – das três chegando no aeroporto e depois Diná hospitalizada – da primeira versão (de 1976). Só que a viagem era para a Argentina e o aeroporto em questão é o de Congonhas, já que a novela da Tupi se passava em São Paulo.
• Que catarse boa a sequência em que Glória, influenciada por Otávio, passa um corretivo em Tato, que estava maltratando Dudu: joga Tato no chão e pisa sobre seu pé, exigindo dele respeito. Só senti falta de uma continuidade com a reação de Tato. Afinal foi uma cena forte e Tato reagiria de alguma forma.
• A descoberta por Carmem de que o Mascarado é Adonay, seu amor do passado, foi outra sequência aguardada da novela. E, claro, a retirada da máscara de Adonay, que revela o seu rosto disforme. Suzy Rêgo brilhou em cena. Atriz excelente, bonita e carismática. Eu não vou tecer nenhum comentário sobre o rosto de Adonay. Não acho bom e nem ruim. Vou fazer a Glória Pires: não sou capaz de opinar.
Agora, convenhamos, que bobagem o pessoal da vila condenar Carmem por ela renegar o Mascarado. Não é questão de ela estar certa ou errada, mas um julgamento exagerado, sem propósito, como se ela tivesse a obrigação de ficar com ele. Acho que houve uma falha na comunicação, já que Tibério e Cininha entenderam que Carmem acha Adonay um monstro por causa de sua aparência.
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Viram o retrato de Carmem e Adonay? Agora temos certeza de que o Mascarado é o próprio ator Breno Moroni, que fez a abertura da novela Champagne, em 1983.
• Hélio é o pai de Téo, outra revelação importante da semana. Confesso que me incomoda sempre que Josefa tenta explicar ao psiquiatra de Téo que a doença de seu filho é uma obsessão espiritual. Ainda mais agora, na frente do pai do rapaz, que tampouco compreende o que acontece. Não é que seja didático, mas tudo soa tão artificial, tão forçado – o texto, a direção, os atores.
• A risada de Guiomar com o surto de Raul foi muito engraçada. A cara de deboche de Laura Cardoso!
• Que parte eu perdi que Mauro, de uma hora para outra, de macho escroque (para não usar uma palavra mais feia) se tornou um cara bonzinho, de boa índole? Achei essa transformação um tanto brusca.
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• A cozinheira da pensão de Cininha, vivida por Joana Rocha, até ganhou nome. Ozéias? Pelo menos é assim que eu entendo como a chamam.
• Percebeu que colocaram negros no Nosso Lar? Até crianças! Finalmente.
SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.
SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.