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A décima edição de A Fazenda estreou em 18 de setembro e novamente o público se viu diante de um elenco de subcelebridades que enfrentava o ostracismo e agora busca um retorno financeiro e midiático. A direção controversa de Rodrigo Carelli também segue a mesma. Nada de novo. Porém, a única novidade do reality foi justamente a grata surpresa do programa em 2018: a apresentação de Marcos Mion.
A primeira temporada teve seu início em maio de 2009 e contou com Britto Júnior como apresentador e o objetivo da Record era copiar a Globo, que havia colocado Pedro Bial para comandar o Big Brother Brasil. Ou seja, o canal dos bispos resolveu fixar um jornalista da casa como elemento de ”prestígio” para o reality show. Mas nunca funcionou. Engessado e artificial, o responsável em colocar “ordem” na bagunça era um péssimo condutor. E nem conseguia disfarçar o cronograma que era obrigado a seguir pelo diretor.
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Britto comandou a atração por sete temporadas. E nunca se saiu bem. Também jamais conquistou o respeito dos participantes, que raramente obedeciam suas ordens ou se calavam diante de alguma bronca. Sua saída do reality, em 2014, não foi amistosa. Tanto que fez questão de expor os desentendimentos com Rodrigo Carelli e contou várias vezes o quanto se sentia desrespeitado pelo diretor, que, segundo ele, o proibia de improvisar. Mas o que já era ruim ficou ainda pior com a entrada de Roberto Justus.
O empresário sempre foi um dos maiores trunfos do ótimo reality O Aprendiz e sua conduta firme e enérgica na disputa entre futuros empreendedores fazia sucesso. O intuito da Record, portanto, era ter alguém que impusesse respeito, após seis anos com um apresentador passivo. Todavia, o tiro saiu pela culatra.
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Justus nunca teve nada a ver com o formato do programa. A Fazenda é um produto popularesco, muita vezes de baixo nível, e ele tem aquela postura de ”homem refinado e culto” (para não dizer “almofadinha” ou “mauricinho”). Ou seja, Justus sempre se comportou como um estranho no ninho e sua performance conseguiu ser ainda pior que a de Britto. Parecia um robô lendo o teleprompter de forma descarada. E sua vida foi bem mais curta que a do colega: durou apenas duas temporadas.
Agora finalmente a emissora acertou. Marcos Mion sempre foi irreverente e o cancelamento do Legendários deixou o apresentador sem função na Record. Ele, inclusive, divertia-se fazendo piadas dos participantes das edições de A Fazenda em seu antigo programa. Colocá-lo no comando do reality era praticamente uma obrigação. E vendo seu desempenho na função é possível afirmar com tranquilidade que deveriam tê-lo escolhido desde a primeira edição.
Mesmo sendo obrigado a seguir o engessado e cansativo formato, o apresentador consegue disfarçar através de brincadeiras e provocações com os participantes. Além disso, fica evidente o seu divertimento. Ele gosta do que está fazendo, ao contrário dos outros dois, que pareciam contar os minutos para o fim do expediente.
Marcos Mion está ótimo no comando de A Fazenda e o reality show da Record está com um apresentador pela primeira vez. Já estava na hora, após nove temporadas sem ninguém realmente competente na função. Antes tarde do que nunca.