Maratonar novelas, como A Favorita, as deixam mais próximas das séries?

20/10/2020 às 5h24

Por: Nilson Xavier
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A disponibilidade de novelas no Globoplay está possibilitando um hábito conhecido de fãs de séries: o binge watching, ou maratonar os capítulos/episódios. Na verdade, noveleiro-raiz já fazia isso muito antes de virar modinha. Desde a Era Orkut, o mercado paralelo de novelas faz com que fãs ensandecidos matem as saudades de seus títulos prediletos. A diferença é que agora isso está oficializado pela Globo.

O amigo Leandro Fonseca levanta essa questão com muita propriedade a partir de uma provocação: não seria mais interessante enxugar as novelas para facilitar o binge watching? Ou não se deve misturar as bolas? Lembrando que a novela difere de série não por causa da forma que se assiste, mas por sua narrativa, porque a base da novela é o folhetim, o que não é necessariamente o caso da série.

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Para defender sua ideia, Leandro disseca a novela A Favorita, disponível no Globoplay. E se A Favorita fosse uma série? Você pode não concordar com ele, mas a leitura abaixo já vale pela ótima análise que Leandro faz da novela de João Emanuel Carneiro. Boa leitura!

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Os altos e baixos das “obras abertas” exemplificados em A Favorita

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Para os mais atentos ou adoradores do gênero, não é novidade: nos sites individuais das novelas da Globo já era possível assistir a capítulos na íntegra faz algum tempo (para assinantes globo.com, claro). Seguindo as tendências do momento, em que os streamings estão bombando, a divulgação em torno do Globoplay ficou pesadíssima. E nada mais natural que o grupo também usasse seu maior trunfo dramatúrgico da TV aberta nesse “novo” meio: as novelas. Relançamentos de sucessos do passado vêm com tudo de duas em duas semanas. A primeira foi “A Favorita”.

Assim, surgiu a “novidade” de maratonar novelas. Coisa que parecia loucura há tempos atrás, afinal de contas, o formato novela além de ser muito grande (quase 200), não era feito exatamente para isso. Muitas pessoas assistem novelas enquanto estão fazendo outras coisas, portanto, é normal ter um núcleo aqui ou ali que seja só pra preencher a cota de tela ou ser um fermentinho pro bolo dar uma inchada. Outro fator que precisamos levar em consideração é o velho e bom termo “obra aberta”, que traduzindo em português bem claro é: investe-se na história/elenco/núcleo que está agradando e dando audiência e diminui-se (ou corta-se de vez) o que está rendendo pouco ou nada.

Claro, isso não é exclusividade das novelas, séries também são obras abertas e também usam e abusam dessas ferramenta. Porém, importante notar que as séries, de um tempo pra cá diminuíram as quantidades de episódios por temporada justamente para evitarem essas mudanças “bruscas” ou tramas rocambolescas. Se antes séries tinham 23/24 episódios, hoje investe-se entre 12 e 13 por temporada. Lost, por exemplo, que fez parte do boom da volta das séries lá no início dos anos 2000, teve sua história com 121 episódios num intervalo de 6 anos.

Sim, na ponta do lápis a coisa parece ainda mais complicada pros autores de novelas e seus colaboradores, considerando que os capítulos são diários, ao contrário das séries que são semanais, e o período total, que é em média de 10 meses seguidos, ou seja, apertem os cintos e saiam escrevendo. Nada mais natural que as famosas “barrigas” aconteçam em algumas novelas, ou mudanças mais drásticas sejam feitas sem tanta sutileza. Beleza. Isso tudo não é novidade certo?

Agora, voltando ao assunto “maratonar novela” um coisa fica clara: essas “mexidas” ficam escancaradas, porque se no dia a dia a gente não percebe uma coisa aqui ou outra ali e ignora uma coisa acolá, na maratona não. A “ferida” fica mais que exposta. No formato streaming não seria interessante uma edição especial das novelas? Não como essas que estão no ar por conta da pandemia, mas tirar todos os excessos, o que não deu certo. Núcleos completos, por exemplo, e ficar só com o interessante? Dar um “up” no produto? Ou seria um desrespeito às obras, seus autores e aos noveleiros fervorosos do Twitter?

A FAVORITA COMO EXEMPLO

A Favorita teve um total de 197 capítulos e foi exibida num período de pouco mais de 7 meses. A premissa é interessantíssima. Um assassinato, duas suspeitas com versões parecidas, mas quem está falando a verdade? Flora ou Donatela? A novela já chegou com o pé na porta sem dizer quem era a boa, quem era a má ou nenhuma historinha de amor como destaque à primeira vista.

“1ª TEMPORADA”

Aliás, nenhum personagem era muito confiável. Todo o clima da novela era de grande mistério. Esse, com certeza, foi um dos pontos altos da novela: a direção entendeu que a trama principal era bem macabra e traduziu isso em imagens e sons. Fotografia escura, quase noir e o tango marcante da abertura que já nos inseria naquele universo sombrio. Permaneceu até o final? Quase. Eu confesso que quando foi ao ar originalmente não acompanhei fielmente mas achava interessante toda vez que assistia (posteriormente pude ver a versão do DVD). Fato é que no capítulo 56 descobrimos finalmente que Donatela “não é uma assassina assim como eu”, fala da própria Flora. Algumas pontos merecem destaque:

1. Era óbvio que a Flora era a assassina, mas muita gente (inclusive eu) foi enganada direitinho pelos autores. E aqui o porquê: acostumados com os maniqueísmos das novelas durante muito tempo, era óbvio que nossos olhos iriam se virar contra Donatela. A extravagante, ambiciosa, rica, e não a Flora, a simples, de fala mansa, olhos sempre pra baixo e recém saída da prisão alegando ter sido injustiçada, coitada. Em vários momentos vinha na minha cabeça “como que não percebi que era a Flora?”. Aqui e ali, talvez por conta desse olhar mais atento que o maratonar te dá, fica mais claro que os autores deixaram pistas sutis da obsessão da Flora por Donatela e de sua psicopatia. Ponto para eles que souberam brincar com espectador direitinho.

2. A construção dos personagens pelos atores (claro, baseados no roteiro) é simplesmente incrível. Com a ajuda da caracterização e cenografia/arte, o acerto foi certeiro. Donatela com seu estilo fazendeira rica, lenços de seda e badulaques. Flora com roupas simples, sem adereços. Lara quase masculinizada mostrando seu lado “revoltado” (que com o tempo foi sumindo). Dodi, um cafajeste cafona, deslumbrado e exibicionista. Silveirinha, sempre com roupas escuras, apagadas, com cara de amargurado, demonstrando que sempre colocou suas “divas” à frente dele mesmo, e Zé Bob, personagem que seguia à risca todos os estereótipos que um galã de uma trama policial poderia ter: jornalista sempre em busca da verdade e destemido, não se apegava a ninguém, tinha um carro velho porque achava uma máquina incrível (isso também se perdeu), cabelos compridos (cortados após pesquisa com o público) e óculos de sol aviador.

Na cenografia e arte destaco, claro, o rancho dos Fontini, que mesmo bonito tinha realmente um ar de mausoléu (como a Flora adorava dizer). Escuro, trazia o clima tenso que sempre acontecia por ali. A casa do Zé Bob, cheia de livros, sempre sem comida, bagunçada e onde a verdadeira dona da casa era a cachorra Velma, falava muito sobre ele. E isso permaneceu.

Já a primeira casa do Silveirinha, com todas as coisas da dupla Faísca e Espoleta guardadas, mostrando sua obsessão, falavam muito do personagem que a princípio parecia ser um gay (inclusive com várias “piadas” do Dodi, principalmente) amargurado que venerava e odiava aquelas duas mulheres com todas as forças. Com o tempo não só a casa do Silveirinha desapareceu (tudo bem, por um bom motivo) mas esse lado sombrio com pistas de que seria uma dor muito forte guardada também foi sumindo e o personagem virou “apenas” um interesseiro que só queria dar uma jeito de se dar bem, independente de que lado estivesse. Ele fazia de tudo! Cozinhava, servia, sequestrava criança, planejava sequestro falso…

Todos os atores desse núcleo – Claudia Raia, Patrícia Pillar, Mariana Ximenes, Murilo Benício, Carmo Dalla Vecchia, Ary Fontoura, Mauro Mendonça e Glória Menezes – estiveram irretocáveis para que essa sensação de dúvida pairasse forte no ar. Escalação de primeira mais trama principal extremamente forte é, com certeza, o ponto alto mais alto de A Favorita.

3. Voltando a falar em Mauro Mendonça, Glória Menezes, Ary Fontoura e incluindo Tarcísio Meira, Genézio de Barros, Suzana Faini, Milton Gonçalves, Nelson Xavier e Walmor Chagas (esses dois últimos em poucos capítulos dessa “primeira temporada”) é importante falar como foi muito legal a importância dada a esses veteranos sem tramas caricatas e/ou com cunho específico. Dona Irene (Gloria Menezes) atravessou do alto de um prédio para outro apenas por uma viga. Seu Pedro (Genézio de Barros) correu e apanhou de bandidos.

Ou seja, todos estavam envolvidos na ação de forma orgânica. Além de ação, tiveram tramas interessantes, como o quadrilátero entre Gonçalo, Irene, Copola e Iolanda. A princípio até parecia que iria ter mais espaço do que no fim teve, mesmo já tendo bastante. A briga entre Gonçalo e Copola em frente à fábrica, demonstrando que eram amigos no passado, que não concordavam um com o outro, mas tinham um certo coleguismo, me deu essa sensação. Uma espécie de Flora/Donatela versão masculina e adulta. Um paralelo, assim como foi um paralelo a relação Lara/Cassiano com Irene/Gonçalo e Irene/Copola.

Suposições à parte, esse veterano quadrilátero amoroso rendeu bastante até o final e com ótimas cenas, principalmente quando ambos os casamentos entram em crise, culminando na separação de Copola e Iolanda, deixando o caminho meio aberto para a paixão abafada de Irene e Copola aflorar de vez e tornando Iolanda uma mulher bastante amarga.

4. Já Nelson Xavier, infelizmente, não teve a mesma sorte. Mesmo tendo boas cenas de embate com a filha Maria do Céu (um tópico à parte), sua história esgotou-se e seu Edvaldo acabou morrendo no capítulo 51. Milton Gonçalves também teve um trabalhado difícil, mas segurou a onda como pôde até o final. Lembro que muito se comentou na época que finalmente colocariam uma família negra, rica e com destaque em uma novela das 21h. O tiro saiu pela culatra. Tratar o alcoolismo do Didu em algumas cenas com fundo musical cômico, depois de forma rasa e por fim quase ignorando completamente o assunto foi apenas a ponta do iceberg desse Titanic. Todo o núcleo Romildo Rosa, novamente, com o olhar que o “maratonar” te dá foi um ponto baixíssimo da novela. Romildo era vilão mas era humanizado (inclusive esse lado rendeu algumas cenas interessantes entre Milton e Taís) mas era zero simpático e sua trama política inicial era bem chata. Erraram a mão feio na abordagem cômica. Quando o plot do tráfico de armas entra, Romildo fica um pouco mais interessante por abordarem o tema sem o tom cômico (que o político tinha), e sua aproximação com Arlete o humanizou com mais equilíbrio. Mas não tem como defender: logo depois vieram os plots envolvendo os moradores do prédio de Rita invadindo a sua casa e por fim Alicia sendo baleada pelo bandido que ele pessoalmente traficou armas e culminando no seu zero convincente arrependimento numa cena constrangedora no hospital. Ângela Vieira foi completamente desperdiçada num papel que não disse a que veio. E para piorar, nem Arlete e nem Romildo tiveram um final descente.

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Agora uma pergunta de um milhão de dólares: por que Rita teve tanto destaque no início da trama? E sua mãe Dulce? A princípio até tinha um fio de história envolvendo as duas, mas o fato é que patinaram feio durante capítulos e capítulos. Isso sem falar em Gurgel e Amelinha. Taís Araújo, atriz talentosíssima, só conseguiu mostrar o quanto é profissional. Tentou segurar a Alicia com certa dignidade até o fim, mas era uma luta perdida. Alicia era sem objetivo, não despertava empatia, tinha algumas falas engraçadas (prováveis cacos da atriz como o “ADOOOOORO!”) mas não se sustentava. Lá pelo meio da trama até conseguiu ter um certo destaque por ser a denunciante do próprio pai traficante, mas a merda já estava feita. Ela acabou com uma reviravolta insossa, após ficar em coma, e um romance mais insosso ainda com Cassiano, a quem ela chamava irritantemente de “príncipe”. Por fim, um núcleo mal construído e com desenvolvimento pior ainda. Uma pena.

5. Voltemos um pouco a Maria do Céu, uma personagem que surgiu por não aceitar ser pobre, sonhadora, ambiciosa e que acaba tendo uma obsessão por Cassiano. A personagem parecia a carta coringa dos autores, era mutante. Tudo podia acontecer com ela. Queria ser rica, era meio louca e meio núcleo cômico, em determinado momento forma um triângulo amoroso com Lara e Cassiano, não quer ser prostituta mas acaba (quase) sendo. Só por essa lengalenga, e pelo sotaque péssimo que a atriz deu para a personagem, Maria do Céu já seria um ponto bem baixo, mas piora.

Não satisfeitos em fazer o triângulo Lara-Cassiano-Céu, os autores também inventaram o triângulo Céu-Halley-Lara e o quase triangulo Halley-Céu-Orlandinho. Uma confusão total que junto com o núcleo Romildo Rosa poderia entrar naquela minha pergunta lá do início sobre se não seria interessante cortar núcleos completos. Dispenso comentar a relação de Céu com sua irmã Greice após a morte do pai. Todos os reencontros das duas me parecia um bloco para fechar buraco, ou tempo de tela a ser preenchido mesmo.

No meio dessa coisa toda, para piorar, temos Orlandinho. A princípio não assumia que era gay, até conhecer Halley, que o trata de forma questionável durante toda a trama e, após voltar de uma (pasmem!) clínica para o “endireitá-lo”, conhece Céu. Fazendo seu primeiro “programa” ela e Orlandinho viram amigos e acabam se unindo: ela finge que é “a mulher dele” e ele finge que é “macho”. No meio dessa história, tanto desserviço foi feito que enumerá-los tornaria esse textão uma tese. Por fim, Orlandinho “vira hétero” e, honestamente, até acho que os autores tentaram de uma forma bem fraca falar sobre bissexualidade, mas também é impossível de defender. De tão baixo, esse ponto foi pro subsolo.

Ao contrário de Alicia, Céu acabou conseguindo ter uma “trama”, principalmente quando Flora a usava contra a “purgante” da Lara. Deborah Secco também tentou defender a personagem até onde conseguiu, mas na reta final transpareceu a falta de ânimo em seguir com uma história tão ruim e falar algumas coisas tão absurdas tentando passar credibilidade.

Todo início de uma obra aberta é assim, né? Te jogam opções para ver o que cola. Aqui, com uma trama principal tão forte e tão interessante. A maioria das histórias paralelas (me parece) foram sendo menos cuidadas e, automaticamente, se tornaram desinteressantes e/ou esquecidas completamente. Lembro que rumores diziam que a audiência da novela estava ficando morna e, cá pra nós, em certo ponto a dúvida de quem era a assassina se desgastou. Com ares de último capítulo, ou final de temporada, veio a revelação da mocinha e da vilã e a trama seguiu por linhas mais tradicionais.

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“2ª TEMPORADA”

Após a revelação de que Flora era a assassina, no capítulo 56, onde nenhuma trama paralela foi apresentada, A Favorita sofreu uma reviravolta. A começar pelo pequeno “sumiço” do elenco principal, talvez para ajustar as tramas paralelas ou talvez para dar um alívio para o elenco desse núcleo que estava em 90% das cenas. Outra mudança notável foi a fotografia da novela. O clima noir e as cenas mais escuras ficaram para cenas específicas. O restante ficou no clima de “novela tradicional”.

Com a armação de Flora para incriminar Donatela do assassinato do Dr. Salvatore e do próprio Marcelo, e a mesma indo pra cadeia, uma importante personagem ressurgiu: Diva, ou como queira chamá-la (ela teve quatro nomes durante a novela). E a “principal baixa” veio logo em seguida. Mas vamos por partes:

1. Diva apareceu lá no primeiro capítulo quando Flora saiu da prisão e, depois, quando conseguiu um indulto. Daí, num papo com Pepe, descobrimos que ela na verdade é Rosana, a mulher dividida entre Augusto César e Elias, dois homens que lutam pela paternidade do filho dela, Shiva. Ok, segura. É bom ressaltar que o tom dado a esse núcleo Augusto César, o maluco beleza na “primeira temporada”, foi chatíssimo e com certeza um ponto fraco até então. A volta de Diva/Rosana para ajudar a protagonista num momento crucial, com certeza, foi um ponto alto. Não foi um recurso deus ex machina justamente pelas aparições pontuais dela anteriormente, e a Giulia Gam estava ótima. Quando Donatela troca de identidade com Rosana, e com a chegada da primeira no sítio de Augusto, a abordagem da trama dele e Shiva começa a melhorar um pouco. Donatela traz doçura e torna um pouquinho mais crível a saudade que Augusto sentia de Rosana a ponto de (talvez) o enlouquecer e achar que a mesma foi parar em outro planeta. Sua relação com Shiva também se torna algo interessante de acompanhar. Donatela, a princípio, acha que Diva/Rosana está morta após as trocas de identidades na cadeia, mas, ao contrário, numa reviravolta bem interessante, descobrimos que ela está bem viva e uma trama paralela interessante surge. Além de Diva e Rosana, ela também é Kato, uma das cabeças na trama do tráfico de armas na qual Romildo também está envolvido. A trama de Rosana, puramente, daria uma novela ou uma série e foi tratada como tal. O capítulo em que ela descobre que estava sendo enganada pelo seu (até então) parceiro e amor Tito foi um ponto alto. Novamente, uma trama paralela bem interessante, no meio de tantas sem cuidado. Quando volta para o sítio de Augusto com o nome de Miranda (seu 4º nome na novela) a trama de Diva vai se concluindo, mas acredito que de uma forma natural, bem resolvida. A rápida virada de chavinha de Augusto César (que chegou a ter ataques de pânico na cidade grande de tão bicho grilo) na reta final é estranha, mas prefiro relevar. A trama do personagem, com a ajuda de Donatela e o retorno de Rosana, foi evoluindo e corrigiram o tom a tempo nessa “2ª temporada”. José Mayer defendeu muito bem o ídolo musical aposentado tanto em seus momentos de comédia, quanto nos momentos mais sérios. Elias é um outro ponto. Antes, voltemos um pouco a Augusto César.

2. Augusto César, lá na primeira parte da novela, se envolve com Maíra, mais uma personagem que a princípio parecia que teria uma história relevante. Mas não, foi apenas orelha do Zé Bob boa parte do tempo. Como numa boa obra aberta, não podia faltar a saída de um ator importante ou reclamações de outros (no caso de Ângela Vieira, bem válida). Já Juliana Paes, por sorte ou, como preferirem, conseguiu unir o útil ao agradável e ainda teve um final bem digno. Na coletiva de imprensa da novela, a atriz já estava na corda bamba por ter sido escolhida por Glória Perez para protagonizar Caminho Das Índias. Acordo consolidado entre autores, diretores e executivos da emissora, Juliana saiu, mas Maíra não desapareceu simplesmente. Justamente na virada da novela, quando a gente já sabia que Flora era bem louca, Maíra também descobriu o mesmo. Morreu sem conseguir avisar o melhor amigo Zé Bob. Depois de uma fuga e um atropelamento, Flora desliga os aparelhos e Maíra parte de uma dessa pra outra melhor (ou só pra Índia mesmo?). Foi lembrada até o final por ter sido um dos assassinatos da Espoleta. Ponto pros autores, que, ao contrário do caso da Ângela Vieira, contornaram muito bem a situação.

2. Deixando de lado um pouco os bastidores e voltando para a trama, parei em Maíra, que teve um caso com Augusto Cesar, que dividia a paternidade do filho de Rosa com Elias. Isso, esse é ponto. Elias era um dentista que acabou se tornando o prefeito de Triunfo, a cidade fictícia perto de São Paulo onde ficava a fábrica de papéis e o rancho dos Fontini. Elias começou, ainda na “primeira temporada”, mais uma trama política chata, em que seu adversário era Didu e Romildo Rosa. Virada da novela, início da “segunda temporada”, Elias eleito e com as tramas políticas praticamente eliminadas, restou-lhe a boa e velha trama amorosa. Elias era casado com Dedina, que começou a sentir atração por Damião, melhor amigo de Elias. Traição consumada, entramos num terreno perigoso. Da primeira vez Elias, até então um cara do bem, mas que reprimia bastante suas emoções, chega a engolir a traição. Da segunda não. E em uma cena bem marcante, e que considero completamente desnecessária dramaturgicamente, mas que pode ter sido um clímax aguardadíssimo por alguns espectadores, ele agride Dedina, a arrasta pelos cabelos na praça da cidade e, pasmem, ainda lhe ameaça de morte com um “dá graças a deus deu não dar um tiro no meio da tua cara!”. Se o plot Dedida e Damião já era uma encheção de linguiça, no final virou mais um caso (como o do Orlandinho) de desserviço completo. Ainda não acabou. Em uma discussão com Elias, Damião acaba caindo e ficando paralítico, mas machista que sempre mostrou ser, parece se importar mais com o fato de ser um “homem pela metade” do que qualquer coisa. Não quero nem entrar no mérito da relação dele com Greice, que também acho péssima. Damião, teve seu “castigo”, mas bem rapidamente se recuperou e voltou a andar. Dedina não teve tanta sorte. Após a agressão do marido, entrou numa espécie de surto psicótico e começou a enlouquecer. Descobrimos então, que ela está com uma doença rara e é acolhida pelo “bondoso” Elias, que, a esta altura já estava fazendo as pazes com seu bróder Damião. Dedina morre pedindo perdão e que os dois não se separem. Enfim, uma trama cheia de machismo, julgamentos desnecessários e estereótipos que não precisariam ser reforçados. Ponto baixíssimo. Leonardo Medeiros (Elias) e Helena Ranaldi (Dedina) estiveram bem na medida do possível com o que lhes era entregue. Ranaldi talvez tenha exagerado um pouco demais na reta final da sua personagem. Malvino Salvador (Damião) em suas cenas na fábrica, como possível líder político, esteve bem. Mas nas cenas dramáticas com Elias, Dedina, Arlete (sua mãe) e Romildo (seu recém descoberto pai) patinou legal. Porém, considerando o peso quase nulo desse núcleo, tudo bem. Com certeza estaria entre um dos plots que eu cortaria completamente da trama.

4. Ainda em Triunfo, tínhamos um dos núcleos paralelos mais interessantes (talvez o mais) da novela: a família Copola. Além do próprio Copola, que começa a novela casado com a Iolanda, e já contei a treta toda com os dois lá atrás, tínhamos suas três filhas: Catarina, casada com Leo e que tinham dois filhos, Mariana e Domênico. Lorena, casada com Átila, mãe e pai de Cassiano. E a caçula Cida. O núcleo, além de fazer um balaço com a família “pesada” dos Fontini, era envolto de um clima de simplicidade, de interior, música sertaneja, mesmo com problemas, estavam sempre ali uns com os outros. A dinâmica entre os atores, que só tinha feras, com certeza, é um dos responsáveis por essa empatia toda. Cida, a filha que talvez tenha rendido menos na história, a princípio era preterida pela mãe por algum motivo que ficava no ar. Isso se perdeu, mas com uma boa rebolada dos autores, quando Iolanda estava tentando sair do buraco da amargura, foi justificado de forma tragável. Lorena, a mais solar das três, parecia aquela pessoa que você quer ter como vizinha. O triângulo amoroso que tentaram fazer entre ela, Átila e Cida, foi meio que esquecido. Ficou só no que aconteceu no passado e foi uma escorregada leve. Perdoamos. Além do lengalenga amoroso com Lara, Cassiano acabou tento uma carreira musical, com um porém: Thiago Rodrigues cantando era ruim de doer. Ainda bem que abortaram. Ele continuou um sucesso, mas não fomos obrigados a ouvi-lo cantando por muito tempo. Átila com uma certa inveja do filho foi um tema interessante, abordado de forma “leve”, mas sem tornar caricato ou ruim. Chico Diaz, aliás, também na lista de “bem que poderiam ter aproveitado melhor”, mas não rolou. A grande protagonista desse núcleo e, na minha opinião, a grande história antagonista da novela, ficou com Catarina. Casada com Leo, machista incorrigível, agressor físico e psicológico da família, tirou da esposa toda a autoestima e estrutura mental. A princípio, Catarina estava paralisada, mas depois (da pesquisa com o público e virada para a 2ª temporada) ela vai conseguindo se reerguer, enfrentar o marido e, com um texto bem escrito e inspirador, encontra uma nova vida. É daqueles personagens que todo noveleiro guarda no coração, torce e morre de raiva com quem a faz mal. Um ponto alto desse ponto alto é que Catarina não terminou a novela com um grande amor ou algum final clichê. Tinha dois pretendentes, Stela e Vanderlei, mas, como ela mesma disse “eu preciso viver”, assim saiu de cena, indo viajar. Jackson Antunes e Lilia Cabral merecem destaque. Preciso falar aqui sobre o “Quem é o pai do filho da Mariana?”. Com uma condução bem preguiçosa, teve desfecho ntrigante, dúbio, que achei pesado, mas interessante. Bom lembrar também que o que faltou de sutileza e sobrou em desserviço com Orlandinho, com Stela a medida foi certa e sensível.

5. Enquanto tudo isso acontecia, o núcleo principal se movimentou bastante. A novela não perdia o fôlego e isso reforçava ainda mais o investimento e o poder do núcleo principal. Flora visitou Donatela na prisão usando suas roupas em uma cena icônica. O traço “trapalhão” de Dodi foi acentuado e Flora até tentou assassiná-lo, mas, primeiro não deu certo e depois ela deu para trás. A falsa morte de Donatela quase desidratou Mariana Ximenes, mas nos fez ter mais ódio de Flora e ficamos com o pé atrás com Donatela e suas atitudes impensadas, ou burras mesmo. Como quando, bem facilmente, cá entre nós, consegue invadir a casa do Dodi e roubar o DVD provando que Flora matou Salvatore, entrega a prova justamente para quem? Seu Pedro. Que estava morando aonde? No rancho com Flora e Silveirinha. G-Ê-N-I-A. Aliás, quando Donatela “morre”, ela deixa uma bela herança para Lara, mas depois esse dinheiro some (chegaremos lá). Donatela desde o início era explosiva e inconsequente e a gente deixava levar, mas algumas coisas eram difíceis de engolir. No ótimo plot do falso sequestro, por exemplo, a doida insistia em “ir lá ver minha filha”. Nesse mesmo “período” do falso sequestro, Genézio de Barros merece destaque quando seu Pedro estava fazendo o jogo da Flora e fingiu ser o pai amável e que errou com a filha. Rendeu ótimos momentos. Ponto baixo, aliás, é esse DVD. Na cena original da morte do Salvatore, nada foi mencionado ou mostrado que Dodi estava filmando. Até aí tudo bem, mas era claro pela disposição dos atores na cena que ele não estaria filmando aquilo tudo. Para piorar, a gravação do DVD era do nosso ponto de vista e editado! Flora atira. CORTE. Salvatore escorregan por uma pilastra e deixa um rastro de sangue. Não colou. A tentativa de assassinato do Zé Bob por Flora foi bem interessante, escrita e dirigida. E a partir do não sucesso dessa missão, a trama segue para a reta final com seus personagens bem definidos. O que tinha dado certo, ótimo, o que não tinha, já era!

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“3ª TEMPORADA”

Se há alguns anos era praticamente obrigatório que toda novela tivesse um núcleo cômico, isso foi se perdendo com o tempo. Em A Favorita, esse núcleo não era fixo. Em determinado momento foi Augusto César, em outro Gurgel e Amelinha, a família Copola, o pai e a irmã de Dodi que surgiriam (ótima participação da Cláudia Missura e Lúcio Mauro), etc. Talvez tenha sido algo involuntário, ou algo que fazia parte da proposta do criador, de que todos temos vários lados. Fato é que uma grande mudança ocorreu com Halley, que começou como coadjuvante que queria se dar bem de qualquer jeito, com traços cômicos, passando pela fase com Manu, depois com Alícia e Orlandinho (em que ele fingiu ser gay, num texto que, repito, era um desserviço total) até chegar na fase com Orlandinho e Céu e toda essa primeira “parte” do personagem que, na verdade, pra mim, poderia ser jogada fora. Quando acontece a já tão falada virada da novela, Halley começa a ganhar outros traços e, em determinado momento, se torna o principal personagem masculino da novela. De novo vamos por partes, porque essa é a reta final!

1. Logo que foi contratado por Gonçalo para ser segurança à paisana de Lara e começa a se envolver com ela, Halley dá sinais de mudança, mas a princípio não nos parece algo genuíno. Apenas quando Lara descobre que Halley não era um colega de “facul” qualquer é que começamos a acreditar mais nos sentimentos dele e sua transformação começa a ser feita. Acontece que, para mim, Halley nunca desceu muito bem. Pelo contrário, juntou o útil ao agradável e quando soube que era o verdadeiro herdeiro dos Fontini, ficou muito feliz em assumir tal posição de poder. A química com Lara era clara, mas era um casal chato. Acontece que, com a transformação do personagem feita e quando ele ouve Flora falando mal da Lara, esse é o ponto de guinada. Até então com cenas pífias com seus interesses sexuais, ou com as prostitutas que trabalhavam com sua mãe, e, posteriormente, com Lara, Cauã Reymond começou a ter importantes e fortes cenas com o núcleo principal. Os embates com a Flora, a descoberta de ser filho da Donatela, mesmo com um texto muito raso, colocou o ator à prova e ele deu conta do recado muito bem. Se entregou e fez um excelente trabalho. Um ponto menos zero que se tornou um ponto alto. Ainda acho completamente desnecessário que o triângulo Halley-Lara-Cassiano tenha sido levado até o último capítulo. Para mim, considerando tantas coisas pesadas que os dois primeiros passaram, o ideal seria que todos terminassem sozinhos. Mas estamos falando de novela, né? Ainda sobre Halley, já citei alguns momentos dele em que Cauã teve ótimas cenas com Claudia Raia, Patricia Pillar, Glória Menezes e Mauro Mendonça, mas creio que, nessa novela, seu grande “par” de cena não tenha sido nem Mariana Ximenes, mas Elizângela. Que atriz maravilhosa! Passou por várias nuances, arrasou n as cenas dramáticas, teve momentos de comédia e, nessa fase do Halley, as cenas com Cilene eram uma delícia de acompanhar. Outra escalação certeira, atriz competente e grande destaque da novela.

2. O ponto de virada para a terceira temporada foi a morte de Gonçalo. Numa cena com direção competentíssima, ótima fotografia e Mauro Mendonça e Patrícia Pillar entregando tudo, a novela tem um pico de adrenalina. O impacto da morte dele foi tão importante que, maratonando, me vi de luto com todos os outros personagens por pelo menos três capítulos. Contudo, um escorregão: após ter descoberto que Flora era culpada de tudo, Gonçalo, em um lapso de ideias geniais dignas da Donatela, resolve se trancafiar com a assassina na própria casa. Detalhe: sem avisar nenhuma autoridade, policial, amigo, enfim, confiou apenas em seus seguranças. Também foi difícil de engolir Gonçalo, sentindo dores e tomando remédios (que Flora trocou por comprimidos de farinha) que não faziam efeito, não ter procurado um médico. Um homem que era tão rico e conhecia tantas pessoas não tinha um amiguinho doutor para vê-lo em casa? Ok, estranho (para dizer no mínimo), mas rendeu bons momentos. Matar um personagem tão importante pode ser um ponto baixo em algumas tramas, mas não aqui. Renovou a novela. Verdade que a trama deu uma caída depois da morte do Gonçalo, mas recupera o fôlego rapidamente quando Lara ouve Flora falando na banheira que queria das uns pegas no Halley. Patricia Pillar, de novo, maravilhosa e engraçada involuntariamente. A essa altura a “liga da justiça” de Donatela já estava completa: Zé, Halley, Cilene, Pedro, Pepe e Tuca – esses dois últimos, Jean Pierre Noher e Rosi Campos, entram na lista de atores desperdiçados. Voltando: com todos esses personagens querendo ajudar Donatela a virar o jogo – alguns até com motivações próprias contra Flora -, foi o que faltava para Lara descobrir a verdade. Aqui tivemos o bom e velho dramalhão novelesco. Mariana Ximenes poderia cair facilmente numa cilada e tornar a Lara uma menina chata, a personagem tinha tudo pra isso. Mas ela conseguiu fazer com que tivéssemos empatia pela pobre menina rica durante toda a novela e, principalmente, nessa reta final. Depois Irene foi a próxima e mais um banho de novelão. Glória Menezes já estava arrasando, mas aqui, simplesmente deu aula de atuação. Sua cena pedido perdão, de joelhos para Donatela é um ponto alto. E o que dizer do reencontro com Flora na missa de sétimo dia de Gonçalo? Flora humilha Irene sem dó e Patricia Pillar e Glória Menezes arrasam. Irene, aliás, teve ótimas cenas, mas era uma personagem chata/que amávamos ter ranço. Preconceituosa e cabeça fechada, chegou a falar alguns absurdos, por exemplo, quando Halley entrou na vida de Lara apenas por ser pobre. Aliás, dinheiro que ela dizia detestar porque só trazia desgraças, mas na verdade ela amava pela vida que levava. Mesmo assim, quando descobriu que Halley era seu neto, tentou ser amável e – mesmo no roteiro tudo acontecendo muito rápido – bastou uma cena entre Glória e Cauã, em que eles lembram Gonçalo, para demonstrar que dali surgiria afeto em certo tempo. Pontos extras para autores e atores.

3. Nessa reta final, Flora, já louquíssima e megalomaníaca, vende a fábrica e leva todos à falência. Lembra do dinheiro que falei que Lara recebeu de herança na “morte” de Donatela? Nesse momento crucial sumiu e eles tiveram que vender tudo. As cenas em que Flora decide voltar a ser cantora, ensaiando e cantando na festa de casamento com Dodi, são um deleite! Hilárias! Na época nem se chamava meme, mas muitos remixes foram feitos:

Memes à parte, chegamos no momento do grande desfecho. E, para variar, Donatela, enfia os pés pelas mãos, não só uma, mas duas vezes. Vendo que Flora está louca, Donatela tenta entrar na loucura dela e monta um encontro entre a Flora e a “morta” Donatela num teatro, uma cena bem dirigida, aliás. Mas dá tudo errado e, pior, Flora descobre que sua amada inimiga está viva. Flora descobre que Donatela está escondida na fazenda de Augusto César e, numa sequência de ação interessantes, mas com um final tosco (eles pulando no rio à noite e só acordando no dia seguinte, sequinhos, de roupas passadas, cabelos arrumados), Donatela, Zé e Shiva conseguem fugir dos capangas de Espoleta. Furos em obras abertas ou finais/encaminhamentos de histórias que deixam o espectador com um “quê que aconteceu”. A essa altura, principalmente com esse núcleo principal, pessoalmente, relevei, eles já tinham ganho minha empatia. Não satisfeita com a primeira tentativa falha de pegar Flora, Donatela tenta de novo e pelo mesmo viés. Só que dessa vez de uma forma mais louca ainda. Aqui fica claro o quanto a relação dessas duas personagens é complexa: amor, ódio, tensão sexual, inveja, irmandade, tudo! Dessa vez a armadilha dá quase certo, Flora confessa seus crimes num palco de um “show” para inúmeras pessoas. Todas essas cenas, assim como a do teatro, bem escritas, dirigidas e encenadas. Num final que considerei rápido, levando em conta o tamanho do desenvolvimento da história, Dodi acaba morto por Flora, Zé e Donatela se casam e têm uma surpresa na lua de mel: Flora, no café da manhã, fazendo alusão à abertura, atira em Zé. Nessa cena, todo o destaque vai para Mariana Ximenes, que mandou muito bem no confronto final de Lara com a Flora. A vilã vai para a cadeia e uma nova detenta se apresenta como Donatela. Acontece a resolução do triângulo Halley-Lara-Cassiano, chato pacas. Zé e Donatela seguem vivendo suas vidas, dessa vez, ao que tudo indica “em paz”. A cena final é um flashback das crianças Donatela e Flora cantando “Beijinho Doce”, o início de tudo, quando elas nem imaginavam que fariam tanto mal uma para outra e que teriam uma trajetória tão intensa. Belo final.
No balanço geral A Favorita só deixa coisas boas. Aqui, praticamente dissequei a novela, provavelmente esqueci algumas coisas, mas é fato: noveleiro como eu sou, essa, sem sombra de dúvidas, está na minha lista de preferidas. Tá no Globoplay, é só se jogar! Solta a música de abertura DJ!

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

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