Maldição? Medalhões da Globo não são mais sinônimo de sucesso

Cássia Kis em Travessia

Cássia Kis em Travessia

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Travessia sai de cena como um ponto fora da curva na carreira de Gloria Perez. Autora de alguns dos maiores sucessos da Globo nas últimas décadas, a novelista amargou o insucesso da saga estrelada por nomes como Cássia Kis (foto abaixo). A produção que se encerra nesta sexta-feira (5) integra a galeria das novelas das nove menos vistas da história da emissora.

Reprodução / Globo

Mas Gloria Perez não é a única veterana da casa a se dar mal no horário nobre. Todos os medalhões que fizeram história na faixa das oito/nove nas décadas de 1990 e 2000 tiveram que encarar os maiores fiascos de suas carreiras em suas últimas incursões no horário.

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Sem estrelas

Reprodução / HBO Max

A Globo exibiu grandes sucessos na faixa das oito/nove entre o final do século 20 e o início do século 21. A boa fase consagrou em definitivo os autores Gilberto Braga, Manoel Carlos, Aguinaldo Silva, Silvio de Abreu, Benedito Ruy Barbosa e Gloria Perez, que eram considerados do “time de ouro” da emissora.

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Destes, apenas Gloria Perez segue na ativa. Mas a autora acaba de assinar o maior equívoco de sua carreira como novelista, Travessia. Porém, a má fase parece se aplicar a todos os demais, como uma espécie de “maldição”. Nenhum deles foi feliz em seus últimos trabalhos no horário.

Silvio de Abreu, por exemplo, está longe da faixa desde Passione (2010). Comparada aos dias de hoje, a trama estrelada por Fernanda Montenegro e Mariana Ximenes não chega a ser um fiasco retumbante. Porém, a novela não repetiu êxitos como Belíssima (2005), Torre de Babel (1998) ou A Próxima Vítima (1995).

Tristes despedidas

Divulgação / Globo

Autor de clássicos como Por Amor (1997) e Laços de Família (2000), Manoel Carlos anunciou que Em Família (2014) seria sua última novela. Ele elegeu Julia Lemmertz para viver sua última Helena, como uma forma de homenagear Lilian Lemmertz, mãe da atriz e primeira Helena de Maneco, em Baila Comigo (1981).

Mas deu tudo errado. Em Família, nem de longe, repetiu o brilho e o charme das tramas assinadas pelo autor nos anos 1990 e 2000. Com isso, Maneco se despediu do horário nobre da Globo de forma melancólica.

Sina semelhante teve Gilberto Braga, considerado um dos maiores autores de novelas de todos os tempos. O criador de clássicos como Vale Tudo (1988) e Celebridade (2003) se despediu da faixa com Babilônia (2015), que assinou com Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.

A problemática trama foi um fiasco tão grande que frustrou o veterano. Antes de falecer, Giba fez questão de tentar emplacar um novo projeto na Globo para apagar o fracasso de Babilônia. Mas, infelizmente, isso não aconteceu.

Nada certo

Reprodução / Globo

Consagrado autor de novelas rurais, Benedito Ruy Barbosa teve duas “despedidas” do horário nobre da Globo. Esperança (2002) foi a última novela escrita por ele, que acabou se revelando um fracasso histórico. 13 anos depois, o veterano emplacou Velho Chico (2016), criada por ele e desenvolvida por Bruno Luperi, seu neto, sob sua supervisão. Também não deu certo.

Aguinaldo Silva não teve melhor sorte. É do autor um dos maiores sucessos da Globo dos últimos 20 anos, Senhora do Destino (2004), cuja audiência ainda não foi superada. Porém, seu último trabalho no canal foi de triste lembrança.

O Sétimo Guardião (2018), uma trama confusa e de pouco apelo, ficou marcada mesmo pelos entreveros nos bastidores. A novela encarou acusações de plágio e fofocas envolvendo o seu elenco. Enquanto isso, a audiência só fez cair.

Ou seja, o seleto grupo de autores que fez a alegria da Globo no horário nobre por anos não viveu momentos auspiciosos em seus últimos trabalhos. Como se vê, a renovação de roteiristas na faixa é complexa e urgente.

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