A Globo produziu três remakes num intervalo de três anos. No entanto, apenas um deles foi considerado bem-sucedido, Pantanal (2022). Já Elas por Elas (2023) e a atual Renascer não atingiram as expectativas depositadas.

Lima Duarte e Regina Duarte em Roque Santeiro
Lima Duarte e Regina Duarte em Roque Santeiro

Ainda assim, eles devem se tornar cada vez mais comuns na programação da Globo. José Luiz Villamarim, diretor de teledramaturgia da emissora, já confessou seu apreço por regravações de novelas de sucesso. E até um autor que acaba de estrear na emissora manifestou vontade de escrever um remake.

Gustavo Reiz, que assinou Fuzuê (2023), revelou que sonha com uma nova versão de Roque Santeiro (1985). Será que vem aí?

A Globo fará um remake de Roque Santeiro?

Mesmo que a maioria dos remakes não tenha atingido bons índices de audiência, ainda há quem se entusiasme com a ideia de refazer um clássico. O autor Gustavo Reiz, por exemplo, revelou recentemente seu apreço por novas versões de novelas.

“Está rolando uma onda de remakes e não sou contra isso. Existe uma geração que não acompanhou as histórias e se elas são potentes, por que não refazer? Uma boa história merece ser contada independentemente se ela já foi contada. Eu adoraria fazer [o remake] de Roque Santeiro. Por mais que essa novela seja uma entidade, a história de Roque Santeiro dialoga com a sociedade atual e os temas continuam vivos”, disse o autor de Fuzuê em entrevista ao Splash UOL.

Gustavo Reiz foi revelado pelo SBT em Os Ricos Também Choram (2005) e, em seguida, escreveu várias novelas na Record, como Dona Xepa (2013) e Escrava Mãe (2016). Em 2023, ele estreou na Globo com Fuzuê, que se tornou a novela das sete menos vista da história da emissora.

O contrato de Reiz com a Globo terminou após Fuzuê e não foi renovado. No entanto, o novelista já apresentou um novo projeto de novela das sete para a emissora e aguarda a avaliação.

Remakes em alta

Por enquanto, Gustavo Reiz apenas manifestou um sonho de refazer Roque Santeiro. A princípio, o autor não tem um projeto para reescrever o clássico de Dias Gomes e Aguinaldo Silva. Mas não seria impossível a Globo comprar a ideia.

Afinal, José Luiz Villamarim, atual diretor de teledramaturgia da Globo, já admitiu que gosta de remakes e pretende continuar apostando no formato.

“Sou fã de remake. Já fiz Anjo Mau (1997), Cabocla (2004) e O Rebu (2014). A gente tem uma dramaturgia de 60 anos, e que está aí pra gente usar. Mal comparando com Shakespeare e companhia, são textos clássicos. O Benedito [Ruy Barbosa] é um clássico. Sempre que há a possibilidade de refazer algo dele é bom. Por que não revisitar textos a partir da pauta contemporânea? Evidentemente, fazendo os contrapontos, modernizando, incluindo a rede social, a internet, por exemplo, por que o mundo mudou”, explicou Villamarim em entrevista ao site F5, da Folha de S. Paulo.

“A gente tem vontade de fazer outros remakes, sim. Mas a gente não tem uma fórmula de sucesso. Algumas vezes algo vai melhor, outras não. Para mim, Renascer está super bem. Pantanal foi um buzz, sem dúvida. Em Elas por Elas, a gente teve que fazer uma correção no meio do caminho, mas viramos o jogo”, analisou.

Qual será o próximo remake da Globo?

Mesmo que Elas por Elas e Renascer não tenham funcionado como a Globo esperava, a emissora vai fazer uma nova aposta em remakes.

Em 2025, o canal lança uma nova versão de Vale Tudo (1988), adaptada por Manuela Dias. A trama substituirá Mania de Você, que, por sua vez, sucederá Renascer.

Sendo assim, os resultados da trama serão decisivos para que a emissora continue apostando na fórmula. Se a nova Vale Tudo for um sucesso, o canal deve seguir investindo em remakes. Caso contrário, a “onda” deve arrefecer.

Ou seja, se Vale Tudo emplacar, Gustavo Reiz poderá convencer a Globo a refazer Roque Santeiro. Por que não?

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor