Nesta quarta-feira (5), a Band, depois de muito enrolar, confirmou que não irá mais produzir o X Factor Brasil. No dia 29 de junho, este repórter, neste mesmo TV História, já havia publicado que a Turner, coprodutora do formato, não confirmava mais a produção do programa.

O mais curioso é que, desde o início do ano, a emissora já havia dito que iria produzir a segunda temporada. Anunciou aos quatro ventos e até confirmou que Rick Bonadio iria continuar no programa. O problema é que o tempo passou… E a gente viu o que aconteceu.

Esse é mais um erro que a Band comete – sem precisar – e, mais ainda, agrava um problema e se expõe sem necessidade. O principal erro da emissora, até hoje, não é assumido: o fim do CQC, às segundas. A Band prometeu um ano sabático, em 2016, com a atração voltando em 2017. No início deste ano, com notícias dizendo que o CQC não voltaria, falou que “dobrou o ano sabático”. Como se dobra um ano sabático? Não sabemos.

Outro erro, esse impressionante, e cometido entre 2014 e 2015, foi a contratação de Luiz Bacci. Não por ele, um profissional promissor, mas pela Band, que ofereceu mundos e fundos para um jornalista, um programa de auditório e, simplesmente, não pôde cumprir.

Detalhe: em todos os três casos – X Factor, fim do CQC e Bacci – a Band negou que houvesse qualquer tipo de problema e ainda afrontou jornalistas que noticiassem o fato. Talvez, porque não saiba assumir erros.

A Band, hoje, é um canal que nada lembra o estilo jovem e esportivo que tem. Seu carro-chefe, o esporte, está apenas com competições cedidas gratuitamente pela Globo – incluindo aí a UEFA Champions League.

Seu jornalismo ainda tem qualidade, mas virou uma ilha. A aposta no X Factor, em 2016, mostrou-se errada porque já era um formato saturado. Agora, a emissora aposta em programa de encontros, o À Primeira Vista, sendo que nenhum do gênero nesta década deu certo – e na Band o programa tem marcado dois pontos de média, passando bem batido.

Agora, no lugar do X Factor Brasil, anunciaram um reality com um quê de Ilha da Sedução, exibido pelo SBT em 2002. O formato colocará pessoas numa ilha e fará elas competirem entre si. Ou seja, nada de muito novo.

O fato é que a Band hoje vive uma crise criativa e de identidade. Virou um canal que desperdiça o seu potencial de uma forma assustadora. Talvez porque ainda insista em Diego Guebel para ser a cabeça criativa disso tudo.

Diego, inegavelmente, tem bons serviços prestados. CQC, P24, E24, Agora é Tarde, entre outros, foram programas criados em sua produtora, a Cuatro Cabezas. Mas todo casamento precisa ter um fim.

Hoje, para a Band recuperar um pouco de fôlego e competitividade, seria a hora de trazer uma nova cabeça. E que não seja argentina, de preferência.


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