Maior trunfo da novela, Vera Holtz carrega a reta final de A Lei do Amor nas costas

28/03/2017 às 9h00

Por: Sergio Santos
Imagem PreCarregada

A Lei do Amor sofreu várias alterações em virtude da baixa audiência e da interferência dos grupos de discussão. Muitas dessas mudanças foram péssimas para o enredo de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, prejudicando o conjunto do folhetim (dirigido por Denise Saraceni) – que está em plena reta final – e retirando de cena bons personagens, implicando ainda na aniquilação da personalidade de vários que permaneceram. Entretanto, uma única situação ficou melhor e foi justamente o crescimento da vilania de Magnólia (Vera Holtz).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A personagem sempre foi uma das mais atrativas da história e foi a mentora do plano que separou Pedro (Reynaldo Gianecchini) e Helô (Cláudia Abreu) na primeira fase. Porém, ao longo da segunda fase, a vilã apenas proferia frases de efeito e pouco agia. Apenas ameaçava e muitas vezes ficava de lado, enquanto Tião (José Mayer) era o autor das maiores vilanias da trama, enfrentando todos e mandando executar seus inimigos. Ela guardava vários segredos e todo esse mistério em volta da matriarca da família Leitão era mantido escondido pelos autores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com as mudanças no roteiro, os ‘sigilos’ de Mag foram quebrados mais cedo e a sua verdadeira face foi mostrada para o público. O intuito era, claramente, deixá-la como uma figura dúbia por um bom tempo, mas as mexidas na história fizeram a grande vilã ser completamente exposta assim que o seu caso de 20 anos com Ciro (Thiago Lacerda) foi revelado.

A partir de então, a personagem cresceu e se revelou a grande peste da novela. Realmente, o lado cruel e assustador da fria madrasta de Pedro deveria ter sido exibido antes, até para destacar o imenso talento da atriz.

LEIA TAMBÉM:

Vera Holtz sempre esteve ótima em A Lei do Amor e agora vem ganhando sequências dignas da sua capacidade cênica. Um de seus melhores momentos foi quando Mag assassinou Beth (Regiane Alves). Após ser chantageada pela amante do Ciro, que descobriu o seu caso com o genro, a esposa de Fausto (Tarcísio Meira) a atraiu para uma emboscada e a matou com um tiro certeiro. Antes do crime, a cruel mulher ainda propôs uma reza com sua vítima, que negou alegando não acreditar em Deus. Magnólia ‘lamentou’ a resposta e a assassinou com frieza. Vera e Regiane deram um show na cena que marcou a grande virada na conduta da vilã. Apesar do erro em retirar da novela uma personagem tão promissora quanto Beth, foi uma das melhores cenas do folhetim.

Depois do crime, a matriarca incorporou de vez a figura de grande malvada da história. Vale destacar ainda o ótimo momento em que Mag ameaçou Fausto com uma arma, pouco tempo depois de ter matado e enterrado o corpo da sua última vítima. O olhar de ódio de Vera imprimiu toda a fúria daquela mulher capaz de tudo para derrubar seus inimigos. Desde então, a personagem vem protagonizando cenas muito boas, mesmo diante dos inúmeros equívocos do enredo. O instante em que foi desmascarada por Fausto e quando passou a ficar sob a mira das chantagens de Tião, além do assassinato de Élio e da sua prisão na hora da fuga (graças a Pedro), foram algumas delas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Toda a saga de Mag na prisão também merece uma menção especial, vide os seus embates com as presas e quando precisou encarar a visita de Tião, que revelou a farsa do casamento deles. A fuga da vilã, logo após ter assassinado a sua maior inimiga na cadeia, foi outro instante que serviu para comprovar o quanto que Vera Holtz está carregando a reta final do folhetim nas costas. É impressionante como a atriz engrandece qualquer cena, valorizando a sua personagem sempre que aparece e imprimindo ainda um toque sarcástico extremamente benéfico para a psicopata.

A grande vilã da história segue sendo o foco de todas as atenções nos instantes finais da trama, pois sequestrou Helô e transformou a vida de todos em um inferno mais uma vez. Até porque, tirando a vilania da ex-toda poderosa, não há mais nada para contar, com exceção da volta do câncer de Letícia (Isabella Santoni), que acaba ligado indiretamente ao sequestro da mocinha, uma vez que a gravidez da mãe da menina é vital para a cura da doença – situação vista igualzinha em Laços de Família. O folhetim tem se resumido a vários personagens avulsos e no cansativo mistério em torno da identidade de Marina (Alice Wegmann), que é a Isabela mesmo. Ou seja, tem valido a pena assistir apenas por causa da viúva de Fausto.

O maior destaque em cima da vilania de Magnólia foi um acerto em meio a tantas mudanças equivocadas de A Lei do Amor e a maior beneficiada foi Vera Holtz, que passou a dominar a novela das nove, sendo a responsável pelas melhores cenas do folhetim e protagonista dos únicos grandes momentos da reta final da novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari.

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook. Ocupa este espaço às terças e quintas


Autor(a):

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.