Nesses 40 anos em que o SBT está no ar, o programa mais audacioso e de maior sucesso certamente foi o reality show Casa dos Artistas. A atração foi ao ar pela primeira vez em 2001, deixando a Globo de cabelo em pé, já que o formato da atração era uma cópia do Big Brother, atração que a emissora passaria a exibir em 2002. No entanto, o fim do clone do canal de Silvio Santos foi melancólico.

Em sua primeira edição, o reality revelou ao público Bárbara Paz, grande vencedora da competição, além de trazer de volta aos holofotes os nomes de Supla e Alexandre Frota. A audiência foi avassaladora e deixou o Fantástico no chinelo durante a final, com média de 47 pontos e picos de 55.

Em 2002, Silvio apostou numa edição com nomes mais conhecidos do grande público, como André Gonçalves, Joana Prado, Mariana Kupfer, Suzana Alves, entre outros. A audiência não foi tão alta quanto na primeira edição, já que confrontava o BBB, que se tornou um enorme sucesso. O vencedor da segunda edição da Casa foi o cantor e ator Rafael Vannucci.

No mesmo ano, o SBT arriscou uma nova fórmula para o reality: trazer famosos e seus fãs para dentro da casa. Na prática, não deu muito certo, já que a audiência não era mais a mesma e os telespectadores estavam mais interessados na segunda edição do BBB, a única realizada no meio do ano.

Em 2004, a exibição retornou, porém com uma proposta bem diferente da inicial. Chamada de Casa dos Artistas 4: protagonistas de novela, trazia atores anônimos que buscavam o grande prêmio e, além disso, almejavam ser protagonistas de uma novela do SBT. O diretor Nilton Travesso esteve presente nesta edição, levando todo o seu conhecimento para os aspirantes a astros da dramaturgia.

Estratégia não deu certo

No entanto, usar jovens desconhecidos não deu certo. A audiência de estreia ficou na média de 18 e, no segundo dia, caiu para 13. O público não se interessou pelos desdobramentos da competição, o que transformou a edição em um verdadeiro fiasco no Ibope, deixando Silvio Santos insatisfeito.

Além disso, a Justiça chegou a tirar o programa do ar devido a uma brincadeira entre os participantes, que fez com que o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, de Guarulhos, entrasse com uma liminar contra a atração.

Os competidores participaram de um jogo em deveriam mostrar sua posição sexual preferida.  “É até complicado explicar, porque foi muito vulgar. Uma garota ficou de quatro enquanto um rapaz veio por trás. Além disso, uma menina se ajoelhou no sofá e disse para um colega abraçá-la por trás, que a posição era boa porque sobrava uma das mãos para acariciar a vagina. E ele chegou a levar até lá a mão para demonstrar”, afirmou o procurador em entrevista à Folha de S. Paulo.

Caso o SBT não cumprisse o mandato, o diretor do programa poderia ser preso e a emissora teria que pagar uma multa de R$ 10 milhões. Depois desse problema, a atração voltou ao ar, mas a audiência continuou ladeira abaixo.

No dia da grande final, os números do Ibope foram pífios e Silvio encerrou a produção de forma abrupta, apenas informando quem venceu e ponto final.

A atriz Carol Hubner foi a campeã, mas acabou não sendo a protagonista da novela Esmeralda. Ela teve apenas um papel pequeno na trama, enquanto Bianca Rinaldi ficou com a personagem principal da produção.

A atriz, que hoje vive nos Estados Unidos, não fez mais nenhum trabalho na televisão. Nunca mais foi chamada para trabalhar no SBT ou em outros canais. Casada com o ex-tenista Fernando Meligeni, Carol hoje investe no teatro e já deixou de lado o seu sonho de ser uma protagonista no gênero.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor