Amado por uns, criticado por outros. Astro do humorístico Os Trapalhões (1974-95) – que marcou várias gerações –, Renato Aragão vem padecendo com comentários depreciativos nos portais de notícias e nas redes sociais.
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De acordo com Rafael Spaca, diretor de um documentário sobre o quarteto formado também por Dedé Santana, Mussum e Zacarias, a antipatia vem da companhia e da assessoria de Lilian Aragão, esposa de Renato.
“Ela não manja nada”
Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, Rafael abriu o jogo com relação às condutas do intérprete de Didi e de sua mulher.
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“A esposa é a assessora de imprensa dele, é quem manda na agenda dele. E ela não manja nada de comunicação. Absurdamente nada! […] Muita dessa imagem ruim do Renato Aragão se deve a ela. Talvez, se ele colocasse uma pessoa que fosse da área, essa imagem que o Renato tem hoje… Qualquer notícia sobre ele, 98% dos comentários são de pessoas xingando”, analisou.
Spaca pontuou equívocos como as recusas do comediante de participar do Persona in Foco, da Cultura, em homenagem a Dedé, e de A Praça é Nossa – após o convite público de Carlos Alberto de Nobrega.
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Bloqueio
Rafael Spaca é o responsável pelo documentário Trapalhadas sem Fim, que revisita a trajetória do quarteto que brilhou na Tupi e na Globo. Lilian Aragão, através da RA Produções, empresa de Renato, fez de tudo para impedir a produção.
“Tentei falar com o Renato muitas vezes, nunca consegui. Até que, em março, a Lilian me mandou um e-mail informando que eu não estava autorizado a realizar um documentário sobre os Trapalhões”, relatou Spaca à coluna de Paulo Sampaio, do UOL, em meados de 2019.
“Só que eu não dependo da autorização dela. É uma obra jornalística, não de ficção”, salientou.
Troca de acusações
Advogado do trapalhão Didi, José Roberto de Castro Neves argumentou, na ocasião, que pediu trechos do documentário a Rafael com “o objetivo honesto de Renato Aragão garantir a entrega ao público da informação verdadeira”. Ele afirmou que o ator desejava apenas “conhecer o conteúdo de acusações e as críticas” direcionadas a ele.
“Isso não existe, é um absurdo. Na verdade, o Renato tomou conhecimento de que eu estava me aproximando de gente que não faria relatos favoráveis a ele. A gente sabe dos nossos esqueletos. Ele percebeu, pelas pessoas que foram entrevistadas, o que vem por aí. Mas o documentário é agridoce, não foi feito para detonar ninguém”, rebateu o diretor.
O outro lado
Lilian e Renato Aragão não se posicionaram a respeito das críticas de Rafael Spaca.
Em 2020, Maurício Stycer, colunista do UOL, saiu em defesa do líder dos Trapalhões, relacionando a má fama a outro contexto: o da desavença de Renato com os colegas de trabalho, em meados da década de 1980.
“Teve um impacto muito grande quando ele se separou dos outros Trapalhões nos anos 80, eles brigaram, ele ficou com a fama de vilão, talvez tenha sido, mas eles voltaram a se reunir. Ele lida mal com a imprensa, não gosta de aparecer, é desconfiado, e isso ajudou a alimentar essa má fama e injusta de que é um cara arrogante”, pontuou Stycer.
“Esse ódio com o Renato Aragão é uma grande injustiça por tudo o que ele fez, pelo artista que ele é, pelas coisas que ele criou. É um artista excepcional, tem uma importância para o humor, para o cinema e para a comédia brasileira”, complementou.