Em Senhora do Destino (2004), grande sucesso escrito por Aguinaldo Silva, a atriz Ludmila Dayer viveu a divertida Danielle Meira, a “ninfa bebê”. Namorada do bicheiro Giovanni Improtta (José Wilker), a jovem que sonha em ser famosa pode ser vista novamente, já que a trama está sendo exibida pelo canal Viva desde março.

Ludmila Dayer

A personagem se tornou o maior sucesso da carreira da atriz na televisão. Mas, curiosamente, Ludmila não fez mais novelas na Globo após Senhora do Destino. A artista se mudou há alguns anos para os Estados Unidos, voltando aos holofotes recentemente ao revelar que sofre de esclerose múltipla.

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Carreira premiada

Malhação - Ludmila Dayer
Divulgação / Globo

Ludmila Dayer chamou a atenção do público ainda criança, quando deu vida a Yolanda no longa Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995), marco do cinema nacional. Seu trabalho no filme lhe rendeu um prêmio APCA de atriz coadjuvante, entregue pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

Não demorou para que Ludmila chegasse à TV. A atriz emplacou uma ponta em Malhação (1995) e, logo em seguida, viveu seu primeiro grande papel numa novela, a Isabel de Xica da Silva (1996), na TV Manchete. Na sequência, voltou à Globo em Corpo Dourado (1998).

Mas sua grande projeção na telinha aconteceu em 2000, quando ela interpretou Joana, protagonista da temporada daquele ano de Malhação (foto acima). Depois disso, vieram participações em programas como Sítio do Picapau Amarelo (2002) e Brava Gente (2002). Só mais tarde é que, finalmente, a artista fez sua estreia no horário nobre.

Sucesso

Senhora do Destino
Divulgação / Globo

Como Danielle em Senhora do Destino, Ludmila Dayer conheceu a força de uma novela do horário nobre da Globo. A personagem se tornou muito popular, já que tinha a aparência sensual, mas, ao mesmo tempo, um acentuado tom infantil. Na época, ela confessou que sabia dos riscos que corria ao construir Danielle meio infantilizada.

“Muita gente diz que eu deveria estar fazendo uma personagem mais forte. Mas acho que uma atriz não pode ficar presa a um determinado tipo. A Danielle é um dos maiores desafios da minha carreira justamente porque eu nunca tinha feito uma comédia. E porque decidi dar a ela um tom de desenho animado, correndo o risco de torná-la ridícula”, explicou, em entrevista ao O Globo, de 19 de setembro de 2004.

Apesar do sucesso em Senhora do Destino, Ludmila Dayer não renovou seu contrato com a Globo depois da novela. Com isso, no ano seguinte, ela reapareceu no SBT, interpretando Sofia Trindade, a grande vilã de Os Ricos Também Choram (2005). Após a trama, Ludmila deixou o Brasil e foi viver nos EUA.

Diagnóstico

Ludmila Dayer
Reprodução / Instagram

Em 2006, Ludmila Dayer foi viver em Los Angeles, onde abriu a produtora Lupi Productions. Desde então, sua presença na TV brasileira ficou mais rara: ela participou apenas de um episódio da série Louco por Elas, em 2013.

No entanto, recentemente, a atriz voltou a ser notícia por aqui após revelar, em uma live, que foi diagnosticada com esclerose múltipla. Ela explicou que descobriu a doença quando começou a sentir problemas na visão e na cognição. Aos 39 anos, Ludmila iniciou um tratamento intensivo contra a esclerose múltipla.

“Minha questão com a saúde mental foi muito séria. A ponto de limitar meu dia a dia. Parei de dirigir. Cancelava meus compromissos de trabalho por ter medo de ter crise. Praticamente parei tudo e fui me dedicar a mim mesma. Nesse processo, comecei a descobrir coisas tão inacreditáveis, que transformaram minha vida para melhor”, explicou, em conversa recente com o jornal O Globo.

“Não à toa que meu tratamento está sendo um sucesso, hoje em dia eu vivo 100%. Mas foi porque eu estava tão preparada psicologicamente, e falei: o diagnóstico não vai me definir. As coisas se alinham, acho que os problemas na saúde primeiro começam na nossa mente, nas nossas emoções”, contou Ludmila.

A atriz tem planos de produzir um documentário sobre o tema, com produção da cantora Anitta.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor