Lutando contra Aids, parceira processou Xuxa após demissão: “Fiquei desnorteada”

Xuxa no Saia Justa (Reprodução / GNT)

Xuxa no Saia Justa (Reprodução / GNT)

No auge da carreira, Xuxa Meneghel se viu envolvida em uma grande polêmica em abril de 1994. Olaique Guilhermina André, que era secretária da Xuxa Promoções e Produções Artísticas, foi à imprensa denunciar que havia sido demitida da empresa por ter contraído o vírus HIV.

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Reprodução / GNT

A história foi contada pela Folha de S.Paulo de 13 de abril de 1994. Ela foi contratada em maio de 1991, trabalhando no Curso de Modelos e Manequins Xuxa Meneghel até 11 de abril de 1992.

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De acordo com a reportagem, um dia antes do afastamento, ela soube que havia sido contaminada e contou às colegas de trabalho.

“Fiquei tão desnorteada que cometi o erro de contar”, declarou, informando que contraiu o vírus numa relação sem preservativo, sendo assintomática até o momento.

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Afastamento

Reprodução / Facebook

No dia da demissão, a secretária contou que foi informada que “Marlene Mattos achava melhor seu afastamento do trabalho por uns tempos”. Ela continuou recebendo salário durante os seis meses seguintes.

“Eu ligava dizendo que estava bem e precisava me ocupar, mas não me aceitavam de volta”, explicou.

Em janeiro de 1993, foi demitida, aceitando uma proposta de continuar com direito ao plano de saúde por mais algum tempo.

“Pedi novamente a Marlene para voltar, mas ela disse que havia me sustentado por seis meses e que aquilo já era muito”, enfatizou.

Segundo ela, “a empresária teria dito que alguém com Aids na equipe de Xuxa não pegaria bem”, conforme informou o texto.

Processo e acordo

Blad Meneghel

Olaique entrou com uma ação na justiça trabalhista pedindo para ser reintegrada à empresa ou então para receber uma indenização. À Folha, Marlene Mattos declarou que a ex-funcionária foi “demitida por incompetência” e que ela nunca soube que a profissional tinha Aids.

“Sabia apenas que ela tinha uma doença, mas não qual”, declarou.

Um mês depois, em maio de 1994, Olaique foi reintegrada ao emprego por determinação da 54ª Junta de Conciliação da Justiça do Trabalho.

“Estou tranquila, vamos ver como serão os próximos dias. Quero trabalhar, meu objetivo não é dinheiro”, declarou a funcionária à Folha.

A pendenga, ao que tudo indica, terminou em dezembro de 1994. O Jornal do Brasil de 6 de dezembro daquele ano informou que foi fechado um acordo.

A empresa de Xuxa pagaria R$ 20 mil de indenização e um plano de saúde para Olaique. Depois disso, nunca mais se falou publicamente sobre o assunto.

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