Um dos mais talentosos atores de sua geração, Luiz Maçãs nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de maio de 1963. Ele nos deixou precocemente há 26 anos, perdendo a luta contra a depressão.
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O profissional, que era formado em jornalismo e já havia trabalhado na redação da revista Sétimo Céu, largou tudo pela atuação. Fez a Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), onde se formou ator, e logo iniciou sua carreira nos palcos.
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“Percebi que tinha nascido para a carreira artística. Deixei de lado a máquina de escrever e nunca me arrependi desta decisão. Fiz oito peças, sendo O Homem do Princípio ao Fim e Pandomar, o Cruel a nível profissional”, destacou em entrevista à revista Sétimo Céu.
“Depois, deixei meu currículo na TV Manchete. Fui chamado para conversar com a Denise Saraceni, diretora de Helena. Fiz um teste, passei e recebi o Beraldo de presente”, completou.
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Curta passagem pela televisão
Luiz foi contratado pela Globo no ano seguinte. Participou de Fera Radical, vivendo o estudante de agronomia Dudu. Depois, viveu o Marco Antônio de O Salvador da Pátria (1989), e participou das minisséries Desejo (1990) e Riacho Doce (1990).
Em 1991, o jovem retornou para a Manchete, onde participou da novela A História de Ana Raio e Zé Trovão, vivendo o poeta Armando Rosas. Ele foi considerado pelo autor da trama, Marcos Caruso, a maior revelação do folhetim.
Para Maçãs, o personagem veio para coroar seus 10 anos de carreira:
“É muito gostoso viver este poeta sonhador que me dá a possibilidade de atuar em várias frentes, pois ele tem muito humor, além de nuances líricas e dramáticas. É difícil se achar um personagem assim na TV”, declarou ao jornal O Globo em 31 de março de 1991.
Depois de um período afastado da telinha, o ator retornou à Globo em 1993, para atuar no núcleo cômico da novela O Mapa da Mina. No ano seguinte, participou de três episódios do programa Você Decide e, na sequência, interpretou o rebelde Cadelão na minissérie Engraçadinha (1995), seu último papel na televisão.
Problemas de peso e reclusão num spa
Apesar de ter tido poucos papéis na TV, Luiz Maçãs teve uma atuação importante no cinema e no teatro. Seu primeiro longa foi A Cor do Seu Destino, ao lado de Guilherme Fontes, em 1986.
Participou do celebrado Lamarca, dirigido por Sérgio Rezende, em 1994, do curta Amar…, dirigido por seu amigo Carlos Gregório, em 1996, e em As Feras, dirigido por Walter Hugo Khouri, que foi lançado nos cinemas em 2001, mas foi filmado entre 1994 e 1995.
No teatro, esteve em Filumena Marturano (1988), ao lado das atrizes Yara Amaral e Bia Sion, As Bodas de Fígaro (1991), com os atores Ítalo Rossi e Sueli Franco. Depois, vieram Odeio Hamlet (1992) e Mephisto (1993), dirigida por José Wilker.
Sofrendo devido a problemas de peso, o ator internou-se num spa, onde ficou recluso por cerca de quatro meses. O resultado foi surpreendente: ele, que estava pesando cerca de 120 quilos na época, conseguiu chegar aos 85 kg. Após esse período, ele voltou aos palcos no espetáculo Angels In América, sua última atuação na carreira.
Falecimento
Luiz Maçãs chegou a iniciar as filmagens do filme Tiradentes, dirigido por Oswaldo Caldeira, mas a produção passou por algumas paralisações. No longa, o ator teria um papel importante: ele viveria Joaquim Silvério dos Reis, um dos responsáveis por delatar o herói da história.
No entanto, o artista não chegaria a concluir este trabalho. Luiz Maçãs cometeu suicídio no dia 27 de julho de 1996, aos 33 anos. Nenhuma informação sobre o seu falecimento foi revelada pela família. Sabe-se apenas que ele estava passando por um quadro de depressão.