Um dos maiores nomes da história da teledramaturgia brasileira, Cecil Thiré ficou marcado por uma triste passagem no fim da sua vida: ele venceu um processo milionário contra uma emissora tarde demais, enquanto lutava pela própria vida.
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O ator, diretor, e professor de interpretação nasceu em 28 de maio de 1943. Era filho único da atriz Tônia Carrero e do artista plástico Carlos Arthur Thiré. Durante a infância, foi uma criança reservada e quieta, pois sofria muito com a ausência de sua mãe, que se encontrava bastante ocupada em sua carreira de atriz.
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Aos 17 anos, ele estudou interpretação com Adolfo Celi e atuou intensamente na cena teatral durante a década de 1960. Cecil precisou vencer o peso de ser filho de Tônia Carrero, chegando a fazer análise durante muitos anos até superar esse estigma.
Após passagens pelo teatro e pelo cinema, sua primeira novela foi Angústia de Amar (1967), da TV Tupi. A partir da década de 1970, atuou em várias novelas da Globo, entre elas O Espigão (1974), Escalada (1975), Duas Vidas (1976), Sol de Verão (1982) e Champagne (1983).
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Vilão gay
Em 1986, ele viveu um dos personagens mais marcantes da sua carreira: o vilão Mário Liberato, de Roda de Fogo. No folhetim, ele era o inescrupuloso advogado de Renato (Tarcísio Meira). No decorrer da trama, ficou implícita uma relação homossexual do personagem com seu mordomo, Jacinto (Cláudio Curi).
O sucesso do vilão foi tão grande que o ator chegou a perder vários trabalhos por acharem que ele fosse realmente gay, como ele mesmo contou.
“Quando fui fazer um comercial sobre o lançamento de um edifício na Barra da Tijuca, um produtor me disse para eu ficar à vontade na hora de gravar. Eu estava relaxado, mas ele insistia. Pedia para ser mais natural, como eu era. No final das contas, fui entender que ele achava que eu fosse gay e queria que eu interpretasse o papel de um homossexual. Eu me diverti muito com aquele episódio”, disse Cecil em entrevista para a revista IstoÉ.
Ele ainda esteve em Top Model (1989), onde viveu outro vilão, Alex Kundera. Depois fez as novelas Pedra Sobre Pedra (1992) e Renascer (1993).
Cecil também atuou em Quem é Você (1996), Zazá (1997), Labirinto (1998), A Muralha (2000), A Padroeira (2001), Kubanacan (2003), Celebridade (2003) e no humorístico Zorra Total.
Processo contra a Record
Em seguida, transferiu-se para Record, onde atuou nas novelas Cidadão Brasileiro (2006), Vidas Opostas (2007), Poder Paralelo (2009) e Máscaras (2012). Seu último trabalho na televisão foi na série Se Eu Fosse Você, exibida pela Fox Brasil em 2013.
O que aconteceu com Cecil Thiré?
No entanto, quando venceu o processo, o ator já estava bem debilitado por conta de problemas de saúde.
A última aparição pública dele foi durante a cerimônia de cremação de sua mãe, falecida em março de 2018. Cecil chamou atenção por estar numa cadeira de rodas e de aparência bastante abatida. Na época, seu primo Leonardo Thierry, contou que ele havia perdido a capacidade de andar e já mal falava, por conta do avançado estágio do Mal de Parkinson.
O ator foi casado com a produtora musical Norma Thiré, com quem teve três filhos: Carlos, Luísa e Miguel. Do seu relacionamento com a modelo Carolina Cavalcanti, nasceu João. De 2006 até a sua morte, ele foi casado com a diretora teatral Nancy Galvão.