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Novela de Gilberto Braga resgatada pelo Globoplay em fevereiro, Dancin’ Days quase ganhou remake em duas ocasiões, 1998 e 2013 – nas comemorações dos 20 e dos 35 anos da trama.
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O próprio Gilberto se comprometeu com a atualização do enredo desenvolvido a partir da rivalidade das irmãs Júlia Mattos (Sonia Braga) e Yolanda Pratini (Joana Fomm), em meio à explosão da disco music no Brasil.
Uma das pretensas regravações quase contou com Lídia Brondi, atriz de sucesso nas décadas de 1970 e 1980 que, após Meu Bem, Meu Mal (1990/1991), decidiu se afastar da carreira artística – portanto há 31 anos. Lídia interpretou Verinha na versão original de Dancin’ Days.
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Revisão
Os planos do novelista para o remake de Dancin’ Days foram revelados quando a Globo anunciou a reprise da primeira versão em Vale a Pena Ver de Novo. A emissora, que pretendia celebrar as duas décadas do folhetim, programou o retorno para setembro de 1997, após a conclusão de A Viagem (1994).
Na iminência do repeteco, Gilberto Braga admitiu, em entrevista ao jornal O Globo, que o seu desejo era passar a narrativa a limpo.
“Sempre tive e continuo tendo vontade de fazer a outra versão. Gostei muito da novela até o capítulo 70 e poucos mas, depois, escrevi achando todas as linhas horríveis. Eu tinha vergonha de assistir aos capítulos”, lamentou o autor em matéria publicada em 11 de julho de 1997.
“Eu não acreditava que a novela estivesse agradando. Quando as poucas pessoas que eu via me diziam que o público adorava a trama, eu tinha certeza de que o faziam só para me agradar”, completou.
Timaço!
O remake de Dancin’ Days ganhou força quando a Globo suspendeu a reapresentação –após cogitar a volta de O Salvador da Pátria (1989), o canal optou por Fera Ferida (1993). A imprensa especulava possíveis nomes para o elenco: Malu Mader como Júlia e Gloria Pires na pele de Yolanda.
“Achei curioso, gostei muito, mas ainda não sei de detalhes. É difícil fazer estes projetos para tão longe, mas, se tudo correr bem até lá, daria muito bem para fazer”, despistou Malu, fã confessa do original, em entrevista ao Globo, em 14 de setembro de 1997.
Leandra Leal, então com 15 anos, era a aposta para Marisa, a filha de Júlia que fora criada por Yolanda; em 1978, Gloria Pires respondeu pela personagem. Já José Lewgoy, o Horácio da primeira versão, faria um papel criado especialmente para a atualização. E Lídia Brondi voltaria à TV apenas por conta do projeto.
“‘Dancin’ Days’ já passou e a gente não vai viver tudo de novo. O remake será um outro trabalho, uma nova novela, talvez com o mesmo conflito central de disputas entre irmãs, mãe e filha. A época é outra. Hoje nem há mais discotecas”, analisou Lídia, também ao jornal O Globo.
Gaveta
A regravação de Dancin’ Days foi suspensa em meio ao descompasso de Gilberto Braga com a Globo, então liderada por Marluce Dias da Silva. Enquanto a emissora cogitava exibir o remake às seis, na sequência de Era Uma Vez…, o autor almejava a faixa das oito, substituindo Torre de Babel.
A queda de braço culminou com a suspensão dos trabalhos. Gilberto então propôs a reedição de Água Viva (1980), também de sua autoria, mas o canal preferiu adaptar Pecado Capital (1975), de Janete Clair – com texto de Gloria Perez. Braga veio logo depois, com Força de um Desejo (1999, foto), parceria dele com Alcides Nogueira.
Dancin’ Days outra vez
Em 2012, a atualização de Dancin’ Days voltou à mesa. O plano era encaixar o remake às onze, horário que abrigou adaptações de outras obras da década de 1970, como O Astro (2011) e Gabriela (2012).
Camila Pitanga, que esteve com Gilberto Braga em Paraíso Tropical (2007) e Insensato Coração (2011), chegou a ser cogitada para Júlia Mattos. No entanto, a Globo optou pelo resgate de Saramandaia (2013).
Dancin’ Days foi disponibilizada no Canal Viva em 2014, ocasião na qual Gilberto relatou, ao jornal O Estado de São Paulo, de 3 de abril, que havia desistido da atualização.
“Meu melhor amigo é o Silvio de Abreu. Gosto muito da novela dele, ‘Guerra dos Sexos’, e o remake não teve a repercussão que a gente esperava. E eu acho o resultado muito bom, mas o público não acha. Então, resolvi que não faço mais remake. Porque damos sorte de fazer um negócio que agrada (…) Tenho medo de não dar essa sorte de novo, a segunda vez”, admitiu.
Braga faleceu em 2021, mas deixou o remake de uma obra sua pronto para a produção: Brilhante (1981), então rebatizada Intolerância. Lídia Brondi segue afastada da televisão e dedicada à psicologia.