Entre as décadas de 1970 e 1990, Os Trapalhões fizeram um enorme sucesso, na TV e no cinema. O quarteto faturou muito com shows, discos, comerciais, brinquedos, etc. Mesmo assim, um integrante do grupo passou por sérias dificuldades financeiras.

Dedé Santana é considerado um dos maiores escadas do humor brasileiro – aquele que prepara a piada para o seu colega, que no caso era Renato Aragão.

Vindo do circo, o humorista se destacou como o grande companheiro de Didi. Junto com Mussum e Zacarias, ele construiu uma grande fortuna, mas não soube cuidar de suas finanças, quase falindo.

Uma grande mágoa

Os Trapalhões

Em junho de 2014, em uma entrevista ao Pânico na Band, Dedé revelou o grande arrependimento de sua vida.

“Se você fala: ‘Você tem alguma mágoa?’ Sim! De ter administrado mal a minha carreira. Eu não soube administrar a minha vida pessoal”, lamentou o humorista.

“Eu tenho muito amigos de circo. Eles me convidam e eu vou fazer show em circo. Se eu ficar em casa, fico velho”, salientou.

Além disso, Santana relatou que se sentia esquecido por seus colegas de profissão.

“Sinto que só vão me homenagear só quando eu morrer. Nem o Faustão. Ele deve estar esperando eu morrer para fazer homenagem. Eu me sinto deixado de lado”, desabafou.

Dois anos depois, em maio de 2016, Dedé Santana contou no Domingo Show que teve muitas posses, mas que acabou perdendo tudo.

“Sempre fui de gastar, não ligo para dinheiro. Tudo que eu via eu queria comprar, cheguei a ter oito carros na garagem. Não me preparei para essa situação em que estou agora. Perdi tudo. Eu, Mussum e Zacarias perdemos tudo”, admitiu.

Ajuda de um grande amigo

Dede Santana

Durante uma entrevista ao podcast Flow, em 12 de setembro de 2021, ele confidenciou que também não teve cuidado ao analisar os trabalhos e quanto receberia por eles.

“Eu sou esse tipo de artista. Você me convida para um trabalho e eu não quero saber quanto eu vou ganhar. Eu podia estar milionário como o Didi. Ele é arquimilionário, na verdade. Para mim, arquimilionário é quem tem no mínimo R$ 30 milhões no banco. Não é o meu caso. Primeiro, eu perguntava o que eu ia fazer, se eu ia gostar ou não. Depois, eu queria saber quanto eu ia ganhar”, explicou.

Dedé também exaltou o antigo parceiro dos Trapalhões, Renato Aragão, ao confidenciar que recorreu à ajuda financeira dele.

“Teve uma época, agora, que eu precisei dele. Ele foi lá, fez um cheque e me entregou. Eu falei: ‘Olha Renato, em 70 dias eu te devolvo’. E ele disse: ‘Se você devolver, eu vou ser seu inimigo, eu vou brigar com você, não vou mais ser seu amigo. Eu te devo muito mais do que isso”. Então, esse cara é ou não é meu amigo?”, indagou.

Hoje, com 86 anos, Dedé Santana deixou de lado os momentos difíceis. Ele segue na ativa, fazendo shows de humor pelo Brasil ao lado de Marcelo Beny, o Bananinha. Os dois trabalharam juntos no programa Dedé e o Comando Maluco, exibido pelo SBT em 2005.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor