Muitos artistas do mundo sertanejo fizeram fama e dinheiro, realizando grandes shows pelo Brasil, com hits que não paravam de tocar nas rádios e nos programas de televisão. O cantor Donizeti viveu isso com a música Galopeira, um grande sucesso dos anos 1980. Mesmo com esse grande êxito, presença nas FMs e em programas da Globo, do SBT e da Record, o cantor teve que ganhar a vida como caminhoneiro.

Donizeti e Hebe Camargo
Donizeti e Hebe Camargo (Reprodução / SBT)

Donizeti começou sua carreia no final dos anos 1970 e lançou seu primeiro LP em 1981: O Menino Boiadeiro foi um grande sucesso, ganhando disco de ouro. A canção Galopeira é um verdadeiro hit, graças à potência de sua voz, que poucos conseguem igualar. Na época da gravação, ele só tinha 10 anos.

Em 1982, o artista viajou até o México e recebeu o prêmio de Melhor Voz Infantil da América Latina, derrotando Luis Miguel. O Menino Engraxate, Apaixonado, O Maior Golpe do Mundo, Onde Andará, Ai Amor, são algumas das músicas que levaram o cantor ao topo das paradas de sucesso e em várias atrações televisivas.

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A crise da pandemia

Sabadão Sertanejo - Donizeti e Gugu Liberato
Donizeti no Sabadão Sertanejo, de Gugu Liberato (Divulgação / SBT)

Donizeti seguiu fazendo shows pelo Brasil e compondo novas canções. Porém, a pandemia de Covid-19 paralisou todos os espetáculos e eventos do país, e o cantor se viu perdido, sem ter como seguir sua carreira.

“Todo final de semana fazia de dois a três shows em casas noturnas, rodeios e festas de cidades. Eu tive que me reinventar para sustentar a família; o mesmo ocorreu com os músicos e técnicos da banda. Os shows pararam, mas as contas não pararam”, contou a Revista do Caminhoneiro em 4 de julho de 2021.

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Pelas estradas da vida

Donizeti
Donizeti (Reprodução / Instagram)

Ele chegou a pedir emprego em rádios locais e na afiliada da Record no interior de São Paulo, mas sem sucesso. A saída foi dirigir um caminhão.

“Meu irmão, que trabalha com transporte, me indicou uma vaga de trabalho no ramo e comecei a trabalhar como caminhoneiro em setembro do ano passado, porque precisava pagar as contas. A empresa presta serviços à prefeitura de Piracicaba. No início, o meu irmão caçula ficou com receio de perguntar para mim, se eu aceitaria trabalhar dirigindo caminhão”, relatou.

“Eu gosto muito, porque sempre viajei, sempre fui estradeiro fazendo shows pelo Brasil afora. Isso não é problema. A única coisa diferente é a rotina de trabalho. Na música a vida é mais noturna, já nessa profissão, que estou exercendo, eu tenho que levantar muito cedo. Durmo cedo e acordo cedo! Graças a Deus foi muito tranquilo abraçá-la. Essa é uma profissão honrosa, tenho muito orgulho. O meu pai, hoje aposentado, e alguns dos meus irmãos também já foram caminhoneiros. Tenho diesel no meu DNA”, afirmou.

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Experiência para a vida toda

Donizeti
Donizeti (Reprodução / Instagram)

Os shows voltaram e Donizeti colocou o pé na estrada para soltar sua voz em eventos pelo Brasil. Mas ele afirma que a experiência no volante de um caminhão foi única.

“A minha vida sempre foi a música. Busquei alternativas e não me encaixei. Ser caminhoneiro foi uma experiência muito bacana, foi muito legal, eu admiro muito essa profissão. Todo trabalho é digno, e fui muito feliz de fazer o que fiz, de trabalhar como caminhoneiro”, afirmou ao jornalista André Piunti em outubro de 2022.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor