Nos últimos dias, vieram à tona notícias afirmando que Fausto Silva está com sérios problemas de saúde. O apresentador está internado no Hospital Albert Einstein desde 5 de agosto para tratar de uma insuficiência cardíaca.
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Segundo boletim divulgado no último dia 20, o apresentador teve uma piora em seu quadro e precisará de um transplante de coração.
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Faustão tem utilizado remédios para o bombeamento do órgão e tem feito diálise, processo que elimina, de forma artificial, resíduos e excesso de líquidos do corpo. Esse procedimento é feito quando os rins não estão funcionando de forma adequada.
Faustão passa a fazer parte de uma grande fila de brasileiros que esperam um coração de um doador. A fila é única e gerida pela SUS, e pode levar 18 meses para que o artista consiga um transplante.
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A família que decide
Muitos pensam que a doação de órgãos é de responsabilidade apenas da pessoa. No Brasil, a palavra final é dos familiares do ente que faleceu. Antes de qualquer autorização, um médico atesta a morte cerebral e, após seis horas, outro médico faz o mesmo procedimento.
Essa é a principal garantia de que o paciente realmente não vai mais acordar e que é possível fazer a retirada dos órgãos para uma eventual doação – caso a família concorde com o procedimento.
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A fila de espera
Do outro lado, existem centenas de pessoas à espera de um órgão. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em junho deste ano, 260 pessoas esperavam por um transplante de coração. Hoje, Faustão faz parte dessa fila, que mistura esperança e apreensão.
“O tempo médio dessa espera varia muito de acordo com o Estado em que o paciente mora, bem como com as condições de saúde dele. Em São Paulo, por exemplo, essa demora varia de 12 a 18 meses”, disse Paulo Pêgo, cirurgião cardíaco do HCor (Hospital do Coração) ao UOL.
Todo o processo começa quando o médico cadastra o nome do paciente na fila única, gerida pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, e funciona por ordem de chegada. Uma ficha é feita com esses tópicos: qual órgão é necessário, a gravidade da doença, tipo sanguíneo e outros fatores.
Nessa fila, a prioridade são as crianças e a gravidade do paciente. Além disso, é necessário ver a localidade em que a pessoa está, pois o tempo da isquemia (duração do órgão fora do corpo), determina como será feito a locomoção do órgão até o paciente: de carro, helicóptero e até avião.
Doar é viver
Segundo matéria do Jornal Nacional em julho deste ano, foram registrados 97 transplantes de coração no primeiro trimestre de 2023. Mas a fila continua grande e tem mais de 300 pessoas em busca de um novo órgão. O total de pacientes em busca de algum órgão é de 55 mil pessoas.
Para que essa fila diminua, é necessário que a doação de órgãos no Brasil seja cada vez maior. A Associação Brasileira de Transplantes afirmou que em 2022 foi o recorde de recusas: 47% dos familiares disseram não às pessoas que estão na fila.
Nesse momento, não importa o dinheiro, a classe social e os bens que a pessoa acumulou: o que vale é a solidariedade e o desprendimento, para que um ente querido possa viver em outra pessoa, que luta pela vida.