Novo Mundo vem presenteando o telespectador com uma produção caprichada, bons personagens e história convidativa. Não por acaso vem fazendo sucesso. E um dos muitos acertos da novela escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, dirigida por Vinícius Coimbra, foi a escalação de duas atrizes talentosas: Letícia Colin e Isabelle Drummond. As intérpretes de Leopoldina e Anna Millman estão impecáveis desde o primeiro capítulo e ambas repetem a bem-sucedida parceria que tiveram na primorosa Sete Vidas, trama das seis, de Lícia Manzo, exibida em 2015.

A princesa e sua professora de português são amigas e cúmplices. A relação próxima das duas foi evidenciada logo na estreia e os autores aproveitaram o dado histórico para beneficiar o folhetim. Afinal, segundo consta, Leopoldina realmente teve uma pessoa para auxiliá-la na língua e os responsáveis pela trama resolveram transformar essa mulher na mocinha do enredo e na confidente da personagem histórica. Deu certo. E uma das causas do êxito é, justamente, o elogiado trabalho anterior das intérpretes.

Em Sete Vidas, as duas eram Elisa e Júlia. Primas que se consideravam irmãs. As meninas também eram confidentes no enredo envolvente e delicado de Lícia Manzo, protagonizando inúmeras cenas emocionantes e complicadas dramaticamente. O desempenho delas foi admirável, imprimindo toda a carga necessária em cada conflito dos perfis. Até porque as novelas da autora têm muito mais texto do que ‘ação’.

Tudo estava na força dos diálogos, expondo o domínio interpretativo das atrizes. Tanto que Isabelle viveu o seu melhor momento na carreira interpretando uma das mulheres mais fortes da história. E sua colega também se destacou positivamente ao seu lado. Agora, coincidentemente, é Letícia quem vive o seu melhor momento, ainda que a amiga seja outro ótimo destaque.

Leopoldina é uma das personagens mais carismáticas de Novo Mundo graças ao excelente desempenho da atriz, que ainda adotou um sotaque francês carregado mais do que apropriado para a esposa de Dom Pedro (Caio Castro). Ela incorporou um tom da inocência para a princesa, sem deixá-la idiotizada.

O público é facilmente conquistado por aquela figura que transmite a sua pureza através do sorriso franco. E todos sabem que a vida da personagem se resume em uma sucessão de sofrimentos, culminando em um desfecho trágico. Basta ler qualquer livro de história do Brasil, aliás, a novela nem mostrará a sua triste morte, pois se encerrará assim que Dom Pedro e Leopoldina forem intitulados imperadores do Brasil, em 1822. E é até melhor assim, afinal, é um folhetim das seis e esse casal não terá o tradicional final feliz.

Já Anna é uma mocinha clássica que vem sendo defendida com competência por Isabelle. Apesar de ser mais uma boazinha em seu currículo, a atriz não lembra em nada seus papéis anteriores e está mais uma vez brilhando em cena. Sua química com Chay Suede é arrebatadora, suas cenas dramáticas vêm destacando seu talento e, novamente mencionando, sua sintonia com Letícia Colin é um êxito. As sequências protagonizadas por Leopoldina e Anna expõe a cumplicidade cênica das intérpretes, que viraram grandes amigas em Sete Vidas.

O atual período do folhetim tem retratado um afastamento das personagens. Isso porque Anna se casou com o inescrupuloso Thomas (Gabriel Braga Nunes) e só agora descobriu quem ele é de verdade, virando sua refém. Enquanto Leopoldina vem enfrentando uma grave crise do casamento, em virtude das traições de Dom Pedro, que se apaixonou pela interesseira Domitila (Agatha Moreira). Para culminar, a princesa ainda não conseguiu superar a perda de seu primogênito, João Carlos. Ou seja, a proximidade delas sofreu um hiato, mas nada que prejudique o desempenho das atrizes, pois ambas seguem brilhando separadamente.

Letícia Colin e Isabelle Drummond são duas jovens profissionais de talento e ganharam ótimas personagens em Novo Mundo, repetindo a rica parceria de Sete Vidas. Princesa Leopoldina e Anna Millman são perfis vitais para a movimentação da novela das seis, fazendo jus ao bom desempenho das intérpretes, que se destacam juntas ou separadas.

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook. Ocupa este espaço às terças e quintas


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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor