Lenta e arrastada, novela que estreava em 2012 não deixou saudades

05/03/2021 às 0h06

Por: Sergio Santos
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Letícia Persiles e Gabriel Braga Nunes em Amor Eterno Amor (Divulgação / Globo)

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Há exatamente 9 anos, em 5 de março de 2012, a Globo estreava sua nova novela das seis, Amor Eterno Amor. A segunda novela espírita de Elizabeth Jhin (a primeira foi Escrito nas Estrelas) chegou ao fim alguns meses depois, em setembro, sem mostrar a que veio.

A autora escreveu uma história com poucos atrativos, ritmo vagaroso, exagerada no didatismo e escalou atores demais. No último capítulo, os erros ficaram ainda mais evidentes, através de situações nada emocionantes e uma verdadeira overdose de clichês.

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Após uma luta totalmente boba entre Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) e Fernando (Carmo Dalla Vechia), o mocinho salva o vilão, que cai do penhasco. O rapaz acaba sendo internado em um manicômio.

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Melissa (Cássia Kiss) sai da prisão e tenta matar seu sobrinho, mas é impedida por um arrependido Dimas (Luis Melo), que mata a esposa e acaba preso. A vilã vai parar em um ‘umbral’ e recusa a ajuda da irmã Verbena (Ana Lucia Torre). Detalhe para a lama presente no local e o rock pesado como trilha para o ‘inferno’, ou seja, quem curte este gênero musical não deve ter uma boa índole segundo a premissa da trama.

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Vírgilio (Osmar Prado) é atropelado por um caminhão e também vai para o umbral. Amparo (Mayana Neiva) e Solange (Sandra Corveloni) são presas enquanto se preparavam para fugir. Miriam (Letícia Persiles) e Rodrigo se casam e o filho que eles terão será Verbena reencarnada.

Em suma, todos os vilões foram punidos das formas tradicionais e os bons se casaram e tiveram filhos. Embora pareça que tenha havido muita ação neste encerramento, as cenas foram muito rápidas e pouco impactantes.

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Apesar de a trama ter tido uma agilidade maior na reta final, graças aos vilões, o penúltimo e último capítulos foram muito monótonos e fizeram o telespectador logo se lembrar da história lenta que foi exibida ao longo dos últimos meses. E independente do desfecho de cada personagem, ficou claro que muitos atores não foram valorizados.

Apesar de ter escalado um grande time, a autora não soube criar tramas para todos. Marina Ruy Barbosa, Miguel Rômulo, Suzy Rêgo, Rosane Gofman, Suely Franco, Rosi Campos, Hermila Guedes, Carlos Vereza, Giulia Gam, Camila Amado, Tony Tornado, Nuno Leal Maia, Otton Bastos, Ana Lucia Torre e Reginado Faria, só para citar alguns, tiveram um pífio destaque e mal apareceram.

A novela em si não era ruim e isso se pôde comprovar nas poucas cenas que apresentaram alguma agilidade ao telespectador. Porém, as histórias foram muito mal conduzidas e a enrolação se fazia presente em quase todos os capítulos.

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Uma obra de ficção tem capacidade para entreter e prender seu público mesmo não sendo muito ágil – A Vida da Gente, trama anterior, que o diga -, mas a partir do momento que a sensação de barriga se faz presente, fica difícil despertar ânimo para acompanhar o desenrolar dos fatos.

Apesar disto, a audiência do último capítulo alcançou 27 pontos de média, índices considerados muito bons, e a média geral foi satisfatória, embora tenha passado longe de ser um sucesso.

Amor Eterno Amor fechou seu ciclo tendo uma baixa repercussão, um ritmo lento, personagens demais e história de menos. Não deixou saudades.

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